segunda-feira, 17 de julho de 2017

Conquista de direitos humanos?

O presidente de Cuba declarou, em sua primeira manifestação pública após a mudança da política do governo dos Estados Unidos as América para a ilha, anunciada em junho último, que “seu país tem muitas conquistas para se orgulhar em matéria de direitos humanos e não tem de receber lições dos Estados Unidos nem de ninguém.”.
Em discurso no plenário do Parlamento cubano, o ditador considerou essas medidas uma "intensificação do cerco unilateral" e advertiu que fracassará qualquer estratégia destinada a "destruir a Revolução mediante a coerção ou outros métodos sutis".
O presidente cubano, segundo a imprensa estatal, qualificou de "retrocesso", na relação bilateral, as medidas anunciadas pelo presidente norte-americano, que submetem os vínculos com a ilha ao respeito aos direitos humanos, à realização de eleições livres e à liberdade de presos políticos.
O governo norte-americano decidiu endurecer algumas das disposições do embargo econômico sobre Cuba que o seu antecessor, de forma não muito convincente para a opinião pública, havia flexibilizado como parte do degelo diplomático entre Cuba e EUA, iniciado em dezembro de 2014.
Entre as mudanças adotadas agora estão a proibição a americanos de fazer negócios com empresas vinculadas ao conglomerado estatal Gaesa, considerado o braço econômico das Forças Armadas Revolucionárias e com interesses comerciais em muitos setores, especialmente o turismo.
O presidente dos Estados Unidos também anunciou a intenção de impor novas restrições às viagens de americanos a Cuba, que mesmo ainda não podendo viajar como turistas, já se tornaram o segundo mercado emissor de visitantes à ilha, graças às facilidades que o presidente anterior pôs aos contatos "povo a povo".
Para o ditador cubano, as citadas medidas - que serão anunciadas formalmente pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) no dia 15 de setembro - implicam "o retorno de uma retórica velha e hostil, própria da Guerra Fria", caracterizada pelo isolamento absoluto entre os dois países.
O presidente cubano insistiu que as decisões do presidente dos Estados Unidos desconhecem o apoio de amplos setores americanos e da maioria do exílio cubano nesse país à suspensão "do bloqueio econômico, comercial e financeiro e à normalização de vínculos, enquanto que satisfazem um pequeno grupo da Flórida".
O tirano cubano, que deverá largar a presidência do país em fevereiro de 2018, reafirmou a vontade da ilha de prosseguir o diálogo e a cooperação com os EUA e a negociação de assuntos pendentes "sobre a base da igualdade e do respeito à soberania e à independência cubanas.”.
Ele declarou, finalmente, que "Cuba e Estados Unidos podem cooperar e conviver respeitando as diferenças e promovendo tudo aquilo que beneficia seus povos".
É inacreditável que o ditador cubano tenha momento de absoluta demência de afirmar gigantesco absurdo de que seu país tem muitas conquistas para se orgulhar em matéria de direitos humanos e não tem de receber lições dos Estados Unidos nem de ninguém.”, quando nada disso corresponde à realidade dos fatos, à vista da verdadeira degeneração dos direitos humanos existente naquela ilha, que se encontra ano-luz da história da civilidade e da humanidade, por haver completa privação das liberdades individuais, principalmente diante confinamento de seu povo e da permanente vigilância exercida pelo Estado.
          Como é sabido pelos países civilizados, os direitos humanos são indiscutivelmente representados pelos direitos e pelas liberdades básicas de todos os seres humanos.
Seu conceito também está ligado à ideia de liberdade de pensamento, de expressão e à igualdade perante a lei de cada nação.
A Organização das Nações Unidas foi a entidade responsável pela proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que, por versar sobre normas humanitárias, ela deve ser respeitada pelas nações.
A aprovação dessa declaração tem como pressuposto que “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos, dotados de razão e de consciência, e devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade”.
A adoção da aludida declaração tem também por objetivo se evitar guerras, promover a paz mundial e o fortalecimento dos direitos humanitários.
Em que pese não ser de obrigatoriedade universal, nos termos do Direito Internacional, a referida declaração tem importância mundial, sob a ótica de que são de extrema razoabilidade que seus princípios sejam observados pelos povos das nações, com o objetivo de que eles tenham sempre em mente a necessidade de se promover o respeito aos direitos e às liberdades humanos.
A origem do conceito dos direitos humanos é centrada na filosofia que determina os chamados "direitos naturais", que seriam supostamente atribuídos por Deus, conquanto muitos filósofos asseguram que não existem diferenças entre os direitos humanos e os direitos naturais, por eles terem a mesma serventia de beneficiar a dignidade da vida.
A prática da cidadania ensina que o exercício dos direitos e deveres civis, políticos e sociais, normalmente previstos nas cartas políticas, precisa ser experimentado permanentemente pelos povos, por dizer respeito à consciência de que seus direitos e suas obrigações sejam colocados plenamente em prática.
É evidente que o pleno exercício da cidadania pressupõe que os membros da sociedade devem usufruir dos direitos humanos, que são direitos fundamentais no âmbito individual, coletivo ou institucional.
Como é de notoriedade ampla e indiscutível, na atrasada, terminal e isolada ilha caribenha, não é verdade que haja conquista de direitos humanos, como afirmado por seu presidente ditador, que também se orgulha de alardear que seu país não precisa de lições sobre essa matéria, porque a verdade diz que ali não se pode falar nesse bem precioso, considerando que o ferrenho controle estatal prevalece com a mão de ferro sobre os cidadãos, que não têm o mínimo direito de contrariá-lo, sob pena de prisão e de atrocidades cruéis e desumanas.
Enfim, assiste inteira razão ao presidente dos Estados Unidos em condicionar o reatamento das relações diplomáticas com Cuba à sua submissão ao rigoroso respeito aos direitos humanos, à realização de eleições livres e à liberdade de presos políticos, como forma de se evidenciar verdadeira conquista da dignidade do ser humano, que precisa viver em plenas liberdades individuais, obviamente sem os terríveis e inconvenientes controles próprios da abominável ditadura.
Diante da situação de completa irracionalidade consistente com a ausência dos diretos humanos e de igual modo dos princípios democráticos em Cuba, onde os cidadãos são confinados naquele país como verdadeiros animais, totalmente privados das liberdades individuais, sem direito a se expressarem segundo as suas opiniões e convicções pessoais, parece da maior justeza que o presidente norte-americano exerça fortes pressões políticas no sentido de que o sanguinário ditador cabano adote medidas humanitárias destinadas a permitir que seu povo seja tratado com a dignidade humana conquistada pelas nações civilizadas. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 17 de julho de 2017

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