quarta-feira, 26 de julho de 2017

O país das bonanças

O presidente da República disse que a decisão do governo, com relação ao aumento de PIS e Cofins incidentes sobre combustíveis, está em harmonia com a responsabilidade fiscal e será bem compreendida pela população.
Na ocasião, ele afirmou que “Vocês lembram que nós abandonamos logo do começo governo a CPMF, algo que estava o horizonte de todos quando assumimos (...), mas agora levamos a efeito um pequeno aumento que diz apenas ao combustível e não diz respeito ao serviço”, afirmou. “A população vai compreender porque esse é um governo que não mente”, tendo ressaltado que é preciso dizer “exatamente o que está acontecendo”.
O presidente entende que a medida adotada no seu governo não atrapalhará a retomada da economia, porque, “Pelo contrário, isso (aumento de impostos) é o fenômeno da responsabilidade fiscal. Essa responsabilidade fiscal é que implicou neste pequeno aumento do PIs/Cofins”. 
O peemedebista ainda aproveitou para rebater as críticas, ao afirmar que a medida - que não precisa de aprovação do Congresso Nacional para entrar em vigor - se deu por conta da frustração da falta de aprovação das reformas, principalmente da Previdência, embora “O Congresso sempre colaborou conosco”.
É extremamente lamentável que o mandatário brasileiro vá para a Argentina e de lá tenha a insensibilidade e a insensatez de cometer dupla irresponsabilidade, ao assegurar que o governo não mente e que o povo vai entender esse absurdo de aumento de imposto, de forma truculenta e absolutamente na contramão da realidade brasileira, quando ainda é grave a crise econômica.
O governo mente sim e muito, porque sempre garantiu que não haveria aumento de imposto, quando afirmava a sua compreensão sobre a existência de carga tributária que já agrava pesadamente o bolso do contribuinte, tremendamente sacrificado com tantos tributos sobre seus ombros, mas mesmo assim ele não teve o menor escrúpulo de sacramentar mais encargos, que tem o condão de contribuir não somente para elevar o preço de combustíveis, mas de pulverizar aumento em uma cadeia incontrolável de produtos e serviços Brasil afora, afetando a vida dos brasileiros, que são obrigados a arcar compulsoriamente com a extrema incompetência administrativa e gerencial do governo que só mente e muito.
O presidente precisa saber que o povo jamais vai compreender uma atitude de extrema covardia imposta goela abaixo contra ele por governo incompetente, porque não há agressão pior para o ser humano do que a sua submissão à intensificação do sacrifício, uma vez que a carga tributária existente já ultrapassava em muito a capacidade contributiva dos brasileiros, que nunca foram ouvidos sobre seus desesperados clamores de que não estavam suportando mais tanta perversidade por parte da insensibilidade dos governos que nunca se dignaram a ouvi-los e determinar, como é do seu dever, revolucionar a anacrônica entranha estrutural do Estado, totalmente corroída e apodrecida pela incompetência, ingerência, ineficiência, enfim, completa precariedade administrativa.
Convém que haja completos racionalização, aperfeiçoamento e modernização dos mecanismos de funcionamento do Estado, como forma de atender aos requisitos de competência, eficiência e economicidade, de modo a contribuir principalmente para drástica redução da abominável carga tributária, que tanto aflige e atormenta os brasileiros, por arrancar do seu bolso o equivalente a quase 40% do Produto Interno Bruto.
Em tom de ironia, é evidente que o povo vai compreender e até gostar sobremaneira do aumento de imposto, diante da incontida satisfação de contar com a prestação de serviços públicos de excelente qualidade, como se pode perceber com a eficiência e satisfação do atendimento nos hospitais e nas unidades de saúde, na educação servindo de excepcional exemplo para o mundo, na segurança pública mostrando o mar de tranquilidade, principalmente com as cadeias vazias apelando pela chegada de presos, entre muitas outras bonanças nas assistências que incumbem ao governo federal, que nunca foi tão eficiente na aplicação dos recursos do Orçamento da União e na condução da máquina pública, que esbanja competência gerencial e economicidade.
Urge que o presidente do país se conscientize de que os brasileiros odeiam não somente a famigerada e extorsiva carga tributária, mas em especial todos os governos irresponsáveis que são incapazes de ouvir seus clamores de que não suportam tanto sacrifício sobre seus ombros, em nome da incompetência gerencial do Estado, que não consegue vislumbrar que as suas conjuntura e estrutura precisam de urgente reformulação, para que funcionem com eficiência e economicidade, a par de que a inadmissível e abusiva carga tributária possa se tornar civilizada e suportável. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 26 de julho de 2017

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