O maior político brasileiro disse, em entrevista a
um jornalista da Revista Nordeste, que está "doido para consertar o Brasil", tendo questionado o
preconceito existente com os mais pobres e o Nordeste.
A propósito, o político lembrou que o atual
prefeito de São Paulo, quando ainda dirigia a Embratur, chegou a propor que a
seca do Nordeste e a miséria fossem transformadas em um ponto de atração
turística.
Ele chamou a atenção sobre a discriminação com
os mais pobres, ao dizer que "Eles
não aceitam que as pessoas do andar de baixo subam para o andar de cima. O que mais me assusta em todo esse processo
de pobres e ricos, de Nordeste e Sudeste, é o preconceito que está estabelecido
culturalmente na cabeça das pessoas. Ou seja, as pessoas não aceitam que as
pessoas do andar de baixo subam um degrau. É porque tem um setor da classe média
que pensa como se fosse rico. Isso é equívoco da classe média".
O político aproveitou o ensejo para comentar as
bonanças sobre seus anos à frente do comando do país, tendo assinalado que
"Não conheço ninguém que tratou todo
mundo com igualdade de condições como eu tratei. (...). Foram 22 milhões de empregos criados em 12 anos
do governo PT. Foi a maior política de inclusão social da história do país".
Diferente do que tem feito em outras ocasiões, o
político não garantiu se irá concorrer nas próximas eleições, mas foi bastante
enfático, ao dizer que "Eu tô doido
pra consertar o país".
Em tom de muito otimismo, o político fez a seguinte
promessa: "Eu tenho a certeza
absoluta que é possível consertar o Brasil e fazer esse país voltar a ser
alegre. Não é possível que esse país
esteja vivendo o que está vivendo. Não é possível a gente ver crianças pedindo
esmola na janela de carro. Não é possível ter em dois anos 15 milhões de
desempregados".
É bem provável que o governo desse político tenha
seus méritos, em especial no que diz respeito aos programas sociais e
assistenciais, a exemplo do Bolsa Família, beneficiando, com enfoque para a
população do Nordeste e da Minha Casa, Minha Vida, que atendeu às solicitações
do MTST e de outras organizações de cunho social, que corresponderam em apoio
aos projetos políticos dele, dando a entender que os benefícios tinham
vinculação com os currais eleitorais que se formaram ao longo dos governos
petistas.
Não obstante, nem ele mesmo ignora, os empresários
nunca ganharam tanto dinheiro durante seu governo, porque eles também foram
beneficiados com a criação do Programa de Desoneração Fiscal, culminando com o
auge de renúncia fiscal no governo da sua sucessora, quando o Tesouro Nacional
deixou de arrecadar o valor aproximado de R$ 450 bilhões e o que é pior sem a
contrapartida da geração de empregos.
Também foi no governo do político que as empresas
mais se beneficiaram, a exemplo da Odebrecht, JBS, entre outras, que expandiram,
de forma extraordinária, suas atividades empresariais no Brasil e no exterior,
com dinheiro público subsidiado, emprestado pelo BNDES ou por outras
facilitações envolvendo contratos com empresas estatais, inclusive a Petrobras.
Por seu turno, ele terei muito para se lamentar, notadamente
no diz respeito à péssima gestão da Petrobras, que serviu de laboratório para a
dilapidação do seu consistente patrimônio, que foi destruído pela ganância de
inescrupulosos políticos, executivos e empresários, ao conseguirem praticar o
maior roubo da história brasileira a uma empresa estatal, por meio de
superfaturamento de seus contratos, com a finalidade de desviar bilhões de
reais, inclusive para cofres de partidos políticos, para financiar, de forma
ilegal e antipatriótica, campanhas eleitorais, para se manter no poder e
dominar as classes política e social.
A atuação competente e corajosa da Operação
Lava-Jato mostra o resultado do rombo nas contas da estatal, graças ao
aparelhamento promovido pelo político naquela empresa, cuja governança não se
digna a assumir a culpa por esse desastroso crime de lesa-pátria.
Causa perplexidade que alguém, que foi capaz de
liderar a destruição do patrimônio de empresa com a fortaleza da estrutura da
Petrobras - segundo o Ministério Público - e que nada fez para apurar os fatos
e reparar os danos causados à estatal e ao país, vem a público com a disposição
de quem não tem nada com essa catástrofe, justamente para dizer que está "doido para consertar o Brasil",
quando ele deu as costas para a tragédia monumental ocorrida na estatal.
Em termos de demagogia, a expressão “Eles não aceitam que as pessoas do andar de
baixo subam para o andar de cima.” desmente, por completo, a afirmação
insustentável do político, porque ele próprio foi eleito e reeleito, tendo
saído do andar de baixo para o de cima, com o apoio da população em geral, não
somente do pobre, que ele tanto defende e se acha que é um pobre também, mesmo
com aposentadoria assegurada de R$ 9 milhões, em conta pessoal de previdência privada.
O político esbanja ter criado 22 milhões de empregos
no seu governo, como feito extraordinário, mas não se refere à tragédia da
herança maldita do governo da sua sucessora, foi defenestrada do Palácio do
Planalto, por julgamento pelo crime de responsabilidade fiscal, deixando para
trás o histórico de mais de 13 milhões de desempregados, que foi reflexo da
pior crise econômica, onde o país se encontrava mergulhado em terrível
recessão, sendo impossível se produzir e se investir.
Não há a menor dúvida de que os brasileiros precisam
voltar a ser alegres, mas somente depois de contribuir para o conserto do país,
com a conscientização de que os maus políticos, que estão na vida pública para
a realização de seus interesses, em prejuízo das causas nacionais, e ainda
fazer promessas absurdas e incoerentes, devem ser eliminados das atividades
políticas.
Convém que haja a oxigenação da classe de homens
públicos compromissados com os reais anseios do povo, com vistas à revolução em
busca do desenvolvimento socioeconômico, por meio da fiel observância dos
princípios da verdade, dignidade, moralidade e honestidade, entre outros, com
embargo das falsas promessas calcadas em apelação ao famigerado populismo do
século XXI, que tem como pano de fundo o fanatismo destruidor e pernicioso do
sistema socialista, que está arrasando os princípios humanitários, na forma do
exemplo típico de um país fronteiriço ao Brasil. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 30 de julho de 2017
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