O maior político tupiniquim criticou o governo atual,
ao afirmar que ele “não representa nada”,
e a atuação do Congresso Nacional, que tem retrocedido na busca de conquistas
para os trabalhadores, e pede mais autoestima aos brasileiros.
Ele enfatizou que “O brasileiro está com a autoestima baixa, a economia está muito ruim,
há uma desagregação, sabe, do ânimo da sociedade por conta do desemprego,
porque as pessoas ainda estão muito preconceituosas, ou seja, a autoestima está
baixa. Nós temos um governo que não representa nada, absolutamente nada. Nós
temos um Congresso desacreditado, que está desmontando conquistas que os
trabalhadores conquistaram há tanto tempo atrás.”.
Em que pese ele ter sido condenado pelo juiz da
Lava-Jato a nove anos e seis meses de prisão, por corrupção passiva e lavagem
de dinheiro, o político afirmou que a falta de confiança no governo impede que
as coisas aconteçam e viveu o momento de maior autoestima do povo brasileiro,
sugerindo que isso aconteceu quando ele comandava o país.
O político disse que “Se você não tiver esperança, se você não acreditar nas pessoas que
governam o país, nada vai acontecer. Todo mundo acorda de manhã azedo, todo
mundo vai dormir xingando o vizinho. Ao invés de olhar seus próprios defeitos,
as pessoas começam a culpar o vizinho. É um vizinho culpando o outro. Eu acho
que não tá legal. Eu tive o prazer de viver nesse país o momento de maior
autoestima do povo brasileiro. As pessoas acreditavam, as pessoas sonhavam, as
pessoas tinham emprego, tinham aumento de salário, as pessoas sonhavam em
estudar. Tudo isso foi possível criar. Agora, me parece que nada é possível.”.
Em discurso que faz lembrar o “Lulinha paz e amor”, slogan usado na campanha eleitoral de 2002, o
político disse que o Brasil precisa de um governante que goste do povo, tendo
apelado por “mais tolerância e
compreensão”, contra o que ele chama de preconceito.
Ainda com o foco voltado para a motivação da
autoestima do povo, que ele tanto adora e defende, com o maior ardor, ele disse,
de forma enfática, que “Eu tenho consciência
e tenho certeza que esse país governado por alguém que gosta do povo, que
convive com o povo, alguém que ouça o povo, o Brasil pode melhorar. Eu não
tenho dúvida disso, é nisso que eu acredito e eu quero dedicar o resto de tempo
que eu tenho na minha vida pra provar que essas coisas podem acontecer e o
Brasil poderia ser diferente. Menos ódio, mais amor, menos ódio, mais paz,
menos ódio, mais tolerância e mais compreensão.”.
O político acredita que há pessoas mais competentes
e que é preciso que as pessoas acreditem nisso, que elas possam crescer mais e
que convém acabar com o preconceito ou a inveja acerca de quem progride na
vida.
Na tentativa de construção de discurso bem ao seu
estilo, voltado para o lado do arraigado sentimento populista, o político disse
que “A gente tem que torcer para que as
pessoas possam vencer na vida. Porque se eles podem vencer, todo mundo pode
vencer. Essa é a sociedade que eu sonho em ajudar a construir no meu resto de
tempo que eu tenho pela vida. A natureza parece que é pouco porque eu já tenho
71 anos, mas eu acho que como eu acredito que vou viver até os 100, até um
pouco mais, eu ainda vou ter muito tempo pela frente pra ajudar a construir o
Brasil que todo mundo deseja.”.
À vista das palavras do político, até parece que
aqui era o país das “Mil Maravilhas”, sem as notórias e crônicas precariedades na
prestação dos serviços públicos, a demonstrarem o terrível e caótico quadro da educação,
da saúde, da segurança pública, do saneamento básico, da infraestrutura, entre
outras dificuldades que sempre existiram em todos os governos, inclusive no
dele.
Por pouco, a par de criticar, com a
acidez que lhe peculiar, figuras principais da estrutura da República, de modo
a denegrir de propósito as suas imagens, transformando-as a nada, em tremenda demonstração
de desrespeito às pessoas e às instituições públicas, o político só faltou dizer
que era o próprio salvador da pátria, mas a forma de onipotência ao descrever
as suas qualidades de homem público e de governante que gosta e ama ao extremo o povo, que convive com o povo, que ouve o
povo, enfim, que ele é a verdadeira encarnação do povo, essa dúvida fica
dissipada.
Como bom e verdadeiro político tupiniquim, o homem
mais competente deste país só teve olhos para as bonanças que houve no alcance
da sua visão, com destaque para o “,,, momento
de maior autoestima do povo brasileiro. As pessoas acreditavam, as pessoas
sonhavam, as pessoas tinham emprego, tinham aumento de salário, as pessoas
sonhavam em estudar. Tudo isso foi possível criar...”, não tendo
mencionado, nem de longe, as mazelas dos governos petistas, como se as
precariedades somente existissem em outros governos, que não têm a competência
e a habilidade para compreender as ansiedades do povo.
Trata-se de discurso de encomenda para tentar, na
lábia, continuar engabelando ao bestas que já se acostumaram às promessas de
governo extremamente populista, que não tem outro projeto político senão
absoluta dominação das classes política e social, além da conquista do poder e
nele permanecer para sempre, podendo abusar das suas influências para a
formalização de alianças as mais perversas possíveis para o interesse público,
uma vez que o Estado somente tem serventia para a casta encastelada no poder.
É preciso que os brasileiros tenham dignidade para
compreender as reais qualidades de homens públicos que falam a verdade e que
precisam se comprometer exclusivamente com a satisfação do interesse público,
com embargo da disseminação do maldoso e insensato populismo, por ter as
características do retrocesso e do anacronismo próprios do sistema socialista,
que a história tem mostrado o quanto ele tem sido perverso para o
desenvolvimento da humanidade, diante da degradação dos direitos humanos e dos
princípios democráticos.
Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 28 de julho de 2017
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