segunda-feira, 4 de março de 2019

A bem da verdade...


Certamente com o viés populista, próprio da sua personalidade política, o presidente da República petista postou vídeo com sua imagem, disseminando discurso contrário à reforma da Previdência apresentada pelo governo.
O petista centraliza alegação de que o governo quer colocar a culpa pelo déficit previdenciário sobre as costas dos trabalhadores mais pobres, afirmando que não se trata de reforma, mas sim de desmonte da Previdência, em que o povo trabalhador, o trabalhador rural, os deficientes em geral serão prejudicados, porque, na verdade, trata-se de tentativa da retirada de direitos do trabalhador, para justificar a solução da déficit fiscal.
O político entende que o rombo nas contas previdenciárias somente se resolve com o aumento de emprego e com o aumento de impostos sobre a classe mais rica, inclusive sobre as exportações.
A classe política e as pessoas sensatas não têm a menor dúvida de que ou se faz a reforma da Previdência ou então o caos pode ser instalado em definitivo e somente as pessoas desinformadas ou imbuídas de outros propósitos que não o da verdade sobre os fatos demonstram opinião contrária à sua aprovação.
Embora o governo e os entendidos falem abertamente sobre a urgente necessidade da reforma em causa, é preciso que seja mostrada à população a origem do rombo das contas previdenciárias, com a indicação dos governos responsáveis por ele.
Quem acha que o petista diz a verdade, basta lembrar que a presidente da República afastada deixou a marca astronômica de 13 milhões de desempregados e expressivo rombo nas contas previdenciárias e não fez absolutamente nada para estancar a sangria no déficit previdenciário.
          Essa conversa de se criar mais tributo para sanar as contas da Previdência não passa de demagogia barata, porque as aposentadorias são pagas com as contribuições dos trabalhadores, à luz da legislação de regência.
Todo mundo sabe que o dinheiro da Previdência sempre foi desviado pelos governos para solucionar pagamentos referentes a outras origens, inclusive para atendimento de obras públicas faraônicas, cujas retiradas nunca foram repostas e tudo ficou por isso mesmo, ficando a Previdência no prejuízo.
É preciso que haja auditoria para se mostrar para onde foi o dinheiro da Previdência, com retroação há pelos menos cinquenta anos, para depois se verificar se é preciso alguma reforma ou se basta apenas que o governo devolva o dinheiro da Previdência empregado em outras finalidades públicas.
Além disso, é preciso fazer levantamento sobre as grandes empresas devedoras, inclusive estatais, que devem bilhões de reais à Previdência e contribuem fortemente para o rombo das contas previdenciárias.
O governo petista não fez reforma da Previdência, salvo uma reformulação no setor público, obrigando que os aposentados passassem a pagar a Previdência, embora não seja novidade que o próprio petista reconhecesse a necessidade dela.
Segundo o governo, o projeto em causa tem robusteza, justiça e coerência, caso seja aprovado na forma como foi enviada ao Congresso Nacional, evidentemente a depender de possíveis desidratação, para atender interesses de lobbys, corporativismo ou conveniências partidárias, à vista da manifestação espetacular e desfocada da realidade do petista-mor.
O governo espera que a reforma possa restituir mais justiça  ao sistema, permitindo o progressivo equilíbrio das contas públicas, que é exatamente o cerne da sua proposição, conforme a sua justificativa.
A verdade é que a maioria das pessoas desconhece a exata realidade da Previdência brasileira, o que se pode atribuir à deficiência de comunicação do governo, que poderia ser mais incisivo quanto ao detalhamento sobre os fatos relacionados com os déficits, os assegurados/aposentados, o custeio da Previdência e principalmente as suas receitas efetivamente arrecadadas, porque seus números são simplesmente alarmantes e preocupantes.
Ao que se sabe, a arrecadação total da União, que não é pouca coisa, está comprometida com a Previdência, em, pasmem, 52%, ou seja, os gastos somente com essa rubrica atingem o montante de mais da metade de toda receita federal, que atingiu a cifra de R$ 693 bilhões, em 2018, tendo sido contabilizado o déficit anual de R$ 266 bilhões, o equivalente a quase 39%.
Se nada for aprovado, para estancar a sangria financeira, já há previsão de que os gastos vão se elevar para o valor de R$ 750 bilhões, com o déficit de R$ 292 bilhões.
Também há estimativa de que as despesas previdenciárias crescem em ritmo constante de 8% ao ano, que é mais do que o dobro do crescimento nominal do Produto Interno Bruto (PIB).
Comparativamente com o percentual, o Brasil gasta mais com a Previdência que qualquer país do mundo, em que pese ainda contar com população mais jovem, em termos de dependência ao sistema previdenciário.
A análise mais fria que possa ser feita, à luz dos número trabalhados, se não houver radical reformulação da Previdência, o crescimento econômico se torna completamente impossível e as conta públicas serão progressivamente desidratadas pelos constantes rombos desse descontrolado sistema, considerando que a sua degradação não de é agora, porque a sua origem vem de governos passados, inclusive de quem se arvora em passar mensagem mentirosa e irresponsável, porque a sua obrigação é mostrar a verdade e contribuir para a busca de solução digna e decente, como fazem os homens públicos que criticam com base em elementos consistentes e fundamentados.
O petista demonstrou que desconhece o texto da reforma proposto pelo governo, porque ela mexe sim com privilégios, enquanto ele tenha dito que não.
Quem acha que o petista fala a verdade, é melhor conhecer um pouco mais sobre o projeto da reforma em apreço e verá que que ele precisa também conhecê-lo, para não ficar dizendo inverdades, em momento impróprio, procurando apenas agitar o ambiente político, mesmo porque ele prometeu se envolver com a derrubada da proposta em foco, quando se sabe das limitações de quem se encontra encarcerado, que não tem condições de atuar livremente, como ele teria insinuado nesse sentido.
Aliás, o homem público precisa ser justo e dizer a verdade à população e não apenas fazer discurso demagógico e populista para impressionar seus seguidores, sem a devida objetividade, quando o caso exige o contrário, porque as pessoas precisam entender o verdadeiro problema e se conscientizar sobre a necessidade da reforma ou não, mas com base em elementos consistentes.
Todo brasileiro tem direito sim de criticar e se solidarizar com a opinião de quem quer que seja, mas é preciso que seja acima de tudo responsável, justo e consciente sobre o seu posicionamento, de modo que a sua participação seja capaz de contribuir para a solução do problema e não para tumultuar ainda mais a cabeça das pessoas sobre matéria da maior importância nacional, como é o caso da Previdência, que mexe com a vida de todo mundo.
Na verdade, pelo muito pouco que se tem conhecimento sobre seus números, a mudança da Previdência não é para agradar ao governo, mas sim para se evitar o colapso das contas públicas, no seu conjunto, visto que há enorme dependência dela às arrecadações de outras origens, sob pena de haver sério comprometimento ao desenvolvimento socioeconômico nacional, com enormes prejuízos para a população, diante da estagnação da economia, à vista da diminuição da produção e do aumento do desemprego, fatos que não são nada favoráveis ao bem comum da população em geral.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 4 de março de 2019

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