Na
crônica que defendi a responsabilidade individual dos Poderes da República,
fica muito claro que cada instituição pública cuida do fiel cumprimento das
suas áreas de competência orgânica, onde, em princípio, o Poder Executivo
formula as políticas que permitam satisfazer a ansiedade da população,
inclusive preparando os projetos em adequação às prioridades governamentais.
Por
seu turno, compete ao Poder Legislativo também examinar as matérias enviadas
pelo Executivo, estritamente no âmbito da sua competência prevista na Lei
Maior, as aprovando ou as rejeitando, conforme a sua posição acerca da
satisfação do interesse público.
Em
estrita obediência a esse princípio constitucional, em que cada órgão da
República tem o dever de exercer e cumprir o seu papel perante a sociedade, jamais
poderiam acontecer as espúrias e desonestas pressões para aprovação de projetos
sob condições impositivas de liberação de verbas ou nomeação de apadrinhados
para a ocupação de cargos públicos, justamente porque cada órgão seria obrigado
a tão somente cumprir o seu inarredável dever capitulado na Carta da República.
Diante
da minha explanação, o atento amigo Ditinho Minervino houve por bem ponderar,
no sentido de que a solução para o terrível impasse de moralidade seja preciso,
necessariamente, o emprego de intervenção militar, como poderoso mecanismo com
capacidade para pôr termo à falta de caráter de congressistas, que exigem
recompensas do Executivo para apoiarem os projetos do governo.
Talvez
com insinuação sobre possível fechamento do Congresso Nacional, que propiciava
ao Executivo adotar livremente as medidas necessárias à governabilidade, sob
seu exclusivo arbítrio, alvedrio próprio dos regimes de exceção, totalitários,
em evidente antítese ao civilizado princípio democrático.
O
pensamento do nominado amigo está vazado assim, ipsis litteris: “(...) eu queria ficar ‘calado’,
mas aproveito para tentar explicar meus pensamentos. O amigo me falou que tudo
tem que ser resolvido democraticamente. E eu entendo que se o Congresso Nacional
tivesse o mínimo interesse de funcionar honestamente, seria fácil de resolver
todos os problemas. Mais como o povo brasileiro não aprendeu a votar e reeleger
as velhas raposas (até aí citei o caso de ter tantos com 2, 3, 4 e até mais
mandatos consecutivos), que são diplomados no esquema: toma lá dar cá, nunca um
presidente terá o direito de cumprir suas promessas de campanha. E é baseado
nestes fatos que ninguém, NINGUÉM me tira a ideia de que nosso Brasil só terá
conserto se houver uma INTERVENÇÃO MILITAR. Deixo bem claro, que é se alguém
tiver realmente a intenção de mudar as mazelas existentes neste grande país.
Quero te pedir desculpas por usar o teu espaço e falar em uma coisa tão temida,
que você até já pediu para ninguém falar, mas repito o que já citei em outras
postagens: É a mais pura HIPOCRISIA achar que com essas raposas, no legislativo
e no senado, algum presidente obedecendo e respeitando a tão rasgada, desonrada,
CONSTITUIÇÃO, conseguirá aprovar algo sem a famosa "troca de favores".
NÃO SE FAZ OMELETE SEM QUEBRAR OS OVOS!”.
Com
as vênias de estilo, eu reafirmo aqui minha posição sobre a mensagem constante
da crônica em referência e refuto, com o devido respeito, que jamais pedi para
alguém deixar de falar o que bem entender, mesmo que seja contrário às minhas
ideias, porque, se eu tivesse feito isso, teria contrariado meu arraigado
sentimento em defesa da democracia, com estrito esteio em princípio do mais puro
sentimento de liberdade de expressão, que é conceito social consagrado e
inafastável das relações humanas.
Talvez
eu possa ter me manifestado e continuarei opinando contrariamente à intervenção
militar, como caso pessoal e respeitando pensamentos em contrário, justamente
porque ela se opõe às liberdades democráticas, considerando que intervenção, já
diz o nome, é ausência de voto, de vontade popular, de participação do povo, que
é o mais puro sentimento de pátria livre, independente, sem restrições e sem
amarras de ideologias políticas.
Estou
a me referir em situação de nação em estado de normalidade dos direitos
políticos e democráticos, salvo quando a baderna, a truculência, a violência à
ordem pública, o desrespeito às autoridades constituídas ou outro sentimento
antidemocrático demonstrarem que a intervenção militar se torne o único e
imprescindível remédio a possibilitar a restauração da ordem político-democrática.
Ou
seja, a intervenção surge apenas como alternativa a ser adotada em caso extremo
e ainda quando isso tiver o consentimento consciente, amadurecido e explícito
da sociedade, que tem o poder de encontrar o caminho para a restauração democrática
do país.
Essa
forma de procedimento aconteceu exatamente em 1964, quando a nação entrou em
completo colapso com a iminência da implantação do regime comunista no país, em
que a nação foi tomada por gigantesca onda de movimentos favoráveis ao golpe
comunista, aproveitando grande
instabilidade política e social, a exigir que os militares interviessem prontamente,
para atender aos apelos da sociedade e impedir que o Brasil fosse comandado por
governo sob o regime comunista, nos moldes do que havia sido implantado em Cuba.
Enfim,
possa ser eu tenha dito algo nesse sentido, mas salvo engano, não eu teria como
ser diferente, porque procuro me inspirar nas seivas genuínas e autênticas da
democracia e minhas crônicas estão calejadas em expandirem ensinamentos com
base nos saudáveis princípios democráticos.
No
entanto, como ninguém é infalível, caso eu tenha me expressado exatamente como
você disse, peço desculpas e reafirmo meu sentimento de plenas liberdades de
pensamento, porque, ao contrário, eu nem seria capaz de escrever, porque levo o
tempo em contrariar os pensamentos das inteligências, tão cobertas de razão,
como a sua capacidade de persuasão, que já me convenceu com a sábia lição de
que não se faz omelete sem ovos.
Em síntese, é importante ficar muito claro que,
que na atualidade, o sentimento de intervenção, militar ou civil, é medida inadmissível
e repudiável, por significar ruptura do princípio democrático, que precisa ser
assegurado nas Repúblicas sérias, civilizadas e responsáveis, como forma de
aperfeiçoamento e consolidação dos saudáveis primados pelo zelo e pela defesa
do desenvolvimento das liberdades de pensamento e expressão, de modo a se
permitir que as atividades políticas possam cumprir as suas finalidades primarias
e essenciais de satisfação das ansiedades da população.
Felizmente que o Brasil respira os salutares ares
puros e próprios dos princípios civilizatórios e queiram os deuses da sabedoria
política que haja sempre a sua conspiração a favor da continuidade dos
fundamentos democráticos no país, para a prevalência do bem dos brasileiros,
que precisam cada vez mais se conscientizar de que, em termos de nacionalidade,
o sistema republicano é incomparavelmente aquele que se identifica plenamente
com os saudáveis princípios de liberdade, individualidade e respeito aos
direitos humanos, em harmonia com os benfazejos fundamentos da democracia.
Brasil:
apenas o ame!
Brasília,
em 14 de março de 2019
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