Há
exatamente 200 anos, o exaltado como herói da independência por venezuelanos e
colombianos, Simón Bolívar, fez o célebre discurso denominado de Angostura, onde
foi cravado o lema fundamental do movimento vitorioso: “Moral e luzes são nossas primeiras necessidades”.
A
aludida frase estampa, até os dias atuais, em monumentos e cartazes das escolas
e órgãos púbicos da Venezuela, mas, muito mais por apenas pura ironia, porque a
famosa mensagem soa muito mais como piada de mau gosto, à luz do caos e da
baderna que grassam no seio da população daquele país.
Há
cerca de 20 anos, a Venezuela foi acometida de desmandos e desorganizações generalizados,
por consequência da implantação do projeto de poder que tem por base o regime
socialista, cujo reflexo é a pobreza e a miséria generalizadas, sob os
auspiciosos de atos de imoralidade e da falta de luzes, que transformaram-na em
nação em verdadeiro caos, onde as piores crises acontecem ali, sempre em escala
alarmante e incontrolável, com a continuidade do governo chavista.
Nesse
regime, a essência dos princípios “moral e luzes” foi solenemente mandado para
o espaço sideral, sendo substituída por incompetência, má gestão,
desmoralização, truculência e tirania, entre tantas maledicências, tendo por
fundamento o desabastecimento das prateleiras dos principais e básicos produtos
de sobrevivência, em que a população ressente de alimentos e remédios, sendo
obrigada a aturar o sofrimento pelas agruras causadas pelas fome e dor, em
razão da falta de comida e remédios.
As
gôndolas dos supermercados estão vazias, há bastante tempo, a inflação é astronômica
e a maior do planeta e há crianças literalmente morrendo de fome em hospitais
desprovidos de remédios e insumos básicos, não tendo a menor perspectiva de
mudança de quadro super-horroroso e degradante, à vista do que ocorreu recentemente
de indiscutível criminalidade, em que o ditador, para complicar ainda mais a
situação, proibiu a entrada no país de ajuda humanitária.
A
televisão mostrou a queima tanto das carretas como dos alimentos e remédios,
sob a alegação de que eles estavam envenenados, quando envenenada mesma está a consciência
de brutamontes que é portador de intrínseca insanidade mental, a ponto de praticar
tamanha barbaridade contra o ser humano.
Além
desses maus-tratos, os venezuelanos ainda são privados, em conjunto com a
saudável vida, de outros bens sagrados, que são a liberdade, a individualidade
e a dignidade do ser humano, que foram suprimidos pela tirania do governo socialista,
que comanda o país com mãos de ferro, impondo ferrenho controle sobre as atividades
tanto individuais como empresariais e econômicas, disso resultando o pleno fracasso
das transações comerciais e produtivas, prejudicando sensivelmente a vida da
população.
O
mundo viu, estarrecido, o mais estrondoso bloqueio já promovido de ajuda
humanitária à população da Venezuela, quando a truculência e a selvageria ditatoriais
impediram que alimentos e remédios pudessem chegar aos necessitados, de modo a contribuir
para, pelo menos, minimizar o sofrimento de pessoas famintas, principalmente
crianças, que estão desnutridas, diante da má ou falta de alimentação.
Causa
espanto que as Forças Armadas venezuelanas não tenham se sensibilizado para a
inaceitável calamidade humanitária que se abate sobre a população daquele país,
em demonstração de solidariedade ao tirano, que não tem o mínimo de remorso por
tamanha crueldade de saber que há fome, em razão da falta de alimentos, mas
eles são simplesmente transformados em cinzas, por força de coração petrificado
e endurecido pelo puro sentimento bestial da idolatria à ideologia política,
que tem supremacia inclusive sobre os princípios humanitários.
Como justificativa,
para impedir a distribuição de alimentos e remédios, o desumano ditador
venezuelano criou a fantasiosa, ingênua e infantil versão de que a comida,
enviada principalmente pelos Estados Unidos da América, que são considerados
oposição ao regime socialista, estava envenenada e que a ajuda humanitária não
passava de um cavalo de troia para derrubá-lo, algo simplesmente surrealista e
completamente imaginável e absurdo, fato que apenas agrega mais antipatia a
quem despreza o ser humano.
Infelizmente,
o ditador bolivariano conta com o apoio da cúpula das Forças Armadas para se
manter no poder, dando a entender que elas se mantêm sustentando o governo
cruel e desumano graças ao imperativo sistema de corrupção com recursos públicos,
que impede que os militares se conscientizem, em termos humanitários, sobre a
gravidade dos problemas de maus-tratos impingidos compulsoriamente à população
completamente indefesa e desamparada.
Diante
dos fatos, o bom senso aconselha que é preciso reconhecer que o impasse atual ainda
pode se prolongar por bastante tempo, de um país com dois presidentes sem
legitimidade, quando um foi eleito em processo eleitoral indiscutivelmente fraudado,
em que a oposição não pôde participar dele, por vontade do ditador, e o outro
simplesmente se autoproclamou, ou seja, é preciso se buscar, com urgência, a
legitimidade institucional, para que o país possa voltar à normalidade
democrática, em termos de nação civilidade.
Convém
que o Brasil, em coordenação com os Estados Unidos da América, intensifique as
pressões econômica e diplomática contra o governo ditatorial bolivariano, principalmente
por meio de sanções unilaterais contra as exportações de petróleo venezuelano,
que representam 90% das entradas de recursos aos cofres do regime socialista.
Na
verdade, o governo americano já aplicou, este ano, sanções unilaterais contra a
exportação de petróleo venezuelano, que representa 90% da entrada de divisas do
regime, conquanto é preciso reconhecer que essa medida terá enorme reflexo na
vida dos venezuelanos, diante da escassez de recursos para a compra de
alimentos para a população.
À
primeira vista, a única forma de possibilitar a mudança da mentalidade dos
militares diz respeito a intensificação da pressão popular sobre o governo
ditatorial, exigindo o seu imediato afastamento, a ponto de também refletir na
irresponsável consciência de quem convive com o debacle, mas, por conveniência
se mantém fiel ao desumano ditador, que precisa ser afastado o quanto antes do
poder e pagar pelos imensuráveis crimes praticados contra a humanidade, de modo
que, finalmente, a democracia volte a imperar em país completamente devastado
pelo regime socialista/comunista, que somente conseguiu infernizar a vida dos
venezuelanos.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 12 de março de 2019
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