quinta-feira, 21 de março de 2019

As prioridades do governo


O resultado da última pesquisa sobre o desempenho do presidente da República evidencia que ele não tem margem confortável de apoio dos entrevistados, sinalizando sobre a necessidade da sua atenção no exercício do cargo, evitando o máximo possível de desatenção ou trapalhada como as que já foram infantilmente protagonizadas na sua gestão, que jamais poderiam ter acontecido.
O governo que se inicia, com pouco mais de dois meses, tem baixo índice de aprovação das pessoas pesquisadas e isso sinaliza para cuidados redobrados no comando da coisa pública, com o mínimo possível de deslizes e descuidos, sob pena de a opinião pública não perdoar e descer o malho, com o devido merecimento, como já aconteceu nos dois últimos governos.
A última pesquisa de opinião pública foi realizada entre os dias 21 e 23 de fevereiro, sob a orientação e o interesse da Confederação Nacional do Transporte (CNT), tem a importância de alertar o presidente brasileiro, no sentido de que, doravante, é preciso que ele apei do palanque e concentre as baterias em direção às graves questões nacionais, ou seja, convém que ele arregace as mangas com a disposição de encarar as relevantes atribuições de governar, com indispensável afinco que a nobre função presidencial exige.
Por enquanto, o presidente ainda conta com a simpatia tranquila dos entrevistados, com a aprovação de 57%, em relação ao seu desempenho pessoal, enquanto a sua desaprovação é de 28,2% e 14,3% não souberam opinar.
Como não era de se estranhar, a pesquisa mostra o baixo índice de apoio para um governo recém-iniciado, tendo merecido a aprovação de 38,9% dos entrevistados, para o quesito “positivo”, e 29% consideraram que a administração dele é regular, ficando a parte negativa em 19% e os que não souberam opinar em 13,1%.
No geral, a pesquisa evidencia que a maioria da população se arrisca em ensaiar mais otimismo com o futuro do país, porquanto 51,3% avaliam que o quadro do emprego tende a melhorar nos próximos seis meses, quando, em setembro passado, esse porcentual foi de 23,3%.
Com relação à expectativa da melhora de renda, 33,8% disseram que estão esperançosos quanto ao seu aumento, enquanto esse quesito teve o porcentual de 21,9%, no ano passado.
Nessa mesma linha de otimismo, os pesquisados demonstraram esperança de melhoria na prestação dos serviços pertinentes à saúde, educação e segurança pública.
A maioria dos entrevistados acredita que o presidente do país, por sua normal inquietação política, se esforçará para implementar as reformas necessárias ao desenvolvimento do país, de modo a contribuir para a redução do desemprego.
          É evidente que a única forma de o presidente não frustrar essa enorme expectativa de progresso, convém que o governo não perca tempo e comece o mais rapidamente possível a fabricar resultados positivos, obviamente em benefício da população, que vem há tanto tempo torcendo para que sejam superados os fatores contrários ao desenvolvimento socioeconômico.
A pesquisa deixou extreme de dúvidas que os entrevistados acreditam em efetiva melhoria das situações econômica e social do Brasil, fato que exige que o governo precisa agilizar a parte que lhe cabe nesse importante processo, evitando a criação de inúteis e improdutivas polêmicas encrustadas em ideologias que tiveram lugar somente na campanha eleitoral, permitindo, agora, a salutar participação de quantos desejarem integrar esse movimento de importante reconstrução do Brasil.
Embora os entrevistados anseiam por que a saúde pública mereça cuidados especiais de investimentos, com a sua prioridade, em termos de políticas públicas, vem em seguida a preferência pela educação, que mereceu críticas, diante do atraso e do pouco caso por parte dos governos do passado, que não se interessaram na melhoria de sua qualidade, apenas mantiveram-na em funcionamento, em notório nível de precariedade e estagnação do ensino de sempre.
A maioria dos entrevistados mandou seu recado para o presidente, quando 52,6% disseram que são contrários à liberação da posse de arma, embora essa tenha sido a primeira medida adotada por ele, em cumprimento a uma das principais promessas do então candidato.
Em sinal de compreensão sobre a necessidade da reforma da Previdência, a pesquisa diz que 43,4% dos entrevistados são favoráveis à mudança das normas previdenciárias, o que chega a ser positivamente surpreendente, por se tratar de questão espinhosa para o governo, porque ela mexe com a sensibilidade dos trabalhadores e tem alto grau de impopularidade contra o governo, embora a desaprovação da reforma fica em torno de 45,6%.
Nesse aspecto, há forte indicativo de que o governo precisa trabalhar, em termos de esclarecimentos à população, sobre os fatos que motivaram o rombo das contas previdenciárias e a premência das mudanças propostas por ele, se possível, de maneira bastante didática, para que maior parte dos trabalhadores possa aceitar as novas regras, que são por demais duras, principalmente no que se refere à idade mínima para aposentação.
Ou seja, se o governo quiser realmente aprovar essa reforma, ele precisa mostrar à sociedade os detalhes sobre o problema relacionado com o déficit previdenciário, os gargalos existentes na execução do sistema da Previdência e principalmente as consequências insustentáveis sobre a continuidade da Previdência nas condições atuais, de modo que os elementos apresentados à sociedade tenham consistência e plausibilidade suficientemente capazes de resistir às críticas, de forma tal que fique clara para a opinião pública que não há realmente margem alternativa senão a aprovação da reforma tal qual nos moldes oferecidos ao Congresso Nacional.
Em síntese, a pesquisa em comento mostra, com a maior clareza possível, que as dificuldades enfrentadas pelo governo federal, no último bimestre, deixaram marcas na sua gestão, com a queda da sua popularidade, em termos de desempenho, o que sinaliza que o presidente da República precisa concentrar esforços para captar os anseios da população e agir, com a maior celeridade possível, no sentido da unicidade do governo em torno das questões prioritárias, em especial com dedicação à melhoria da qualidade da prestação dos serviços de incumbência do Estado, notadamente com atenção para a saúde, a educação, a segurança pública, o transporte/estradas, entre outras políticas públicas que precisam ser urgentemente valorizadas e priorizadas, tendo o cuidado de somente permitir que o próprio presidente do país decida sobre as questões pertinentes ao governo, em cristalina demonstração de que ele é o único responsável pelos destinos do Brasil.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 21 de março de 2019

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