domingo, 16 de junho de 2019

Veemente pedido de desculpas


É com o coração muito triste que transcrevo importante e respeitável mensagem enviada pelo senhor Eduardo Valcaci, exatamente nestes termos: “Fiquei triste com o comentário do senhor em relação a moção de aplausos a seu Casemiro.”.
Como não a tinha visto antes, mas somente agora, cuidei imediatamente de respondê-la, em atenção à importância do cidadão que demonstra o maior interesse pela vida cultural de Uiraúna.
          Não há a menor dúvida que a sua respeitável mensagem me pegou de surpresa e me deixou bastante triste, por ter dito algo que imagina que tinha pertinência também para as demais pessoas.
Confesso que não entendi bem o motivo da sua tristeza sobre o meu comentário, porque eu pensava que teria dito na crônica intitulada “Homenagem a Casemiro” pura verdade, na minha concepção, de somente haver aplausos e pronto e se esquece normalmente depois disso, quando Casemiro é considerado, na minha avaliação, verdadeiro herói de Uiraúna e, nessa qualidade, somente tem valor para ele o título de herói, que é permanente e representa algo para a eternidade e deixa marca indelével, por gerações.
Sinceramente, eu pensei que tivesse dito exatamente isso, ou seja, aplausos se fazem para qualquer pessoa e fica por isso mesmo, apenas querendo dizer que eles não tem o significado do reconhecimento e da gratidão à altura do agraciado, uma vez que isso precisa ser feito exatamente para mostrar o valor do seu legado.
A moção de aplausos, meu senhor Valcaci, se faz, por exemplo, para um político que vai uma vez na cidade e fica por isso mesmo, sem qualquer ressonância posterior, sem o menor valor, sem a menor lembrança por qual motivação, enquanto o que eu quis dizer, mas parece que não fui bem entendido, é que a obra de Casemiro e muitos uiraunenses precisa ser lembrada, valorizada e reconhecida por meio de algo substancial, representativo e que seja permanente, para que as gerações lembrem dele e dos outros heróis de Uiraúna, para o resta da vida quem foram as pessoas homenageadas e por quais razões, e não somente aplaudidas, porque aplauso, para mim, não merece a devida importância de homenagem e gratidão para pessoa da estirpe de Casemiro, que se dedicou a vida inteira pelo bem do povo de Uiraúna e merece ser realmente lembrada pelo exato valor do seu legado.
Eu já estreguei na Câmara Municipal de Uiraúna, por duas ocasiões, documentos e estudos, inclusive representação e projeto de lei, mostrando o significado e a importância da criação do título de herói e heroína de Uiraúna, como forma de se criar a cultura se homenagear de verdade as pessoas que deram o seu sangue e até a sua alma ao povo de Uiraúna, mas, infelizmente, ninguém deu a devida importância, o que é apenas lamentável, porque não há custo ou esforço, mas tão somente boa vontade política e o mínimo de compreensão sobre a importância cultural para uma cidade em prestigiar seus heróis.
Ressalte-se que o Brasil tem seus heróis, inclusive um Panteão para guardar na memória nacional os nomes daqueles que construíram, com seus sangue e sacrifício, a história do Brasil e por que Uiraúna não pode ter seus heróis?
Eu tenho todos esses documentos e, quem se interessar, eu terei o máximo prazer em ceder.
Eu senti profundamente que a minha intenção não tenha tido a devida recepção que eu mostrei com a devida importância da pessoa do agraciado, diante das pessoas que, infelizmente, se conformam com simples moção de aplausos para quem, na minha avaliação, merece algo bem mais e que fique para sempre nos anais de Uiraúna, diante da grandeza dele, que tanto fez para o povo dessa cidade.
Lamento profundamente a sua tristeza e parece que ela representa também a do povo de Uiraúna, com exceção de algumas pessoas que curtiram a minha crônica, com todo respeito ao senhor e a todos que têm o mesmo pensamento seu, que respeito, embora continue entendendo que meu apelo foi justo e teve o condão de tão somente chamar a atenção dos homens públicos de Uiraúna, no sentido de se conscientizarem de que, quando tiverem que fazer alguma homenagem, que a faça à altura do agraciado, como no caso em comento, porque Casemiro não merece, repito, com a devida vênia, somente aplausos, porque se trata de algo efêmero.
O nobre título de herói é aquele que cabe na pessoa dele, porque marca, grava a pessoa como algo verdadeiramente especial, por ser permanente e mostrar real valor de quem foi e é o homenageado.
Diante da sua tristeza, e por certo da maioria dos uiraunenses, só me resta pedir desculpas ao senhor e às pessoas que também ficaram magoadas com o meu veemente apelo, que, nas minhas inocência e inexperiência com os sentimentos das pessoas, pareceu-me justo, nas circunstâncias, pelo mal-entendido e, se me permitem, nem sei se isso é possível, retirar tudo que escrevi na crônica intitulada "Homenagem a Casimiro", porque, sinceramente, pensei que a minha intenção seria a melhor possível, ao fazer merecida justiça à pessoa pública da maior relevância de Uiraúna.
Brasília, em 16 de junho de 2019

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