O
querido sobrinho Clauber postou no Facebook, a título de memória da saudade,
uma fotografia do inesquecível Cláudio, quando ele, pela última vez, precisamente
no dia 19 de janeiro deste ano, visitou o famoso museu do time de Pelé, o
Santos da Vila Belmiro, de onde ele me mandou, pelo WhatsApp, as fotografias
abaixo.
Essa
foto me traz recordação um tanto quanto pitoresca e trágica, porque, nesse
mesmo dia da visita, Cláudio aproveitou para assistir ao jogo do Santos, quando
aconteceu fato que ele me contou logo após o seu retorno a Brasília, lastimando
o ocorrido.
Pois
bem, ele me disse que tudo transcorria às mil maravilhas antes da entrada no
estádio, mas as coisas mudaram repentinamente quando ele se sentou na
arquibancada, no momento que meteu a mão no bolso da bermuda e percebeu que
estava vazio.
Era
precisamente ali que ele transportava a sua secretária confidencial e inseparável:
o celular, onde ele tinha majestoso arquivo de tudo que era de mensagens,
fotografias, registros etc., mas, para surpresa dele, sem que ele tivesse percebido,
o ladrão chegou a estragar o zíper do bolso da bermuda e o levou, sem deixar
que ele nem minimamente notasse.
Ele
me contou essa façanha do ladrão de celular e se sentia incrédulo, exatamente por
não ter percebido qualquer movimento suspeito.
Realmente,
quem conheceu o Cláudio, sabia que não era fácil enganá-lo, mas esse caso do
celular, de tão intrincado, ele vai mesmo desvendá-lo, se possível, com a ajuda
de Deus, se Ele se dinar a entregar os mágicos que conseguiram ludibriar a
atenção e a sagacidade do meu não menos esperto irmão, que jamais acreditaria
que poderia ter sido enganado tão facilmente.
Já
disse, em palavras, muitas adjetivações e qualificações traduzindo um pouco do bastante
que foi meu querido irmão Cláudio, mas certamente ainda há espaço para muitas
outras palavras sem fim, sempre depois do verbete saudade, que nunca vai ter a
companhia do ponto final, porque é assim que se imagina do tanto que representou
para nós a figura de pessoa que soube atrair a atenção das pessoas que o amavam
por suas simplicidade e voluntariedade.
Que
o amor de Deus seja a permanente companhia de Cláudio e que ele continue com a
sua eterna inquietação em encontrar alguma forma de praticar o bem que, por
incrível que pareça, somente ele arranjava artifício para apresentar uma
sugestão, buscar uma ideia ou mesmo solucionar diretamente a demanda de alguém,
mesmo que isso lhe custasse algum sacrifício da sua parte.
Se
Deus permitir, o Cláudio já deve ter movimentado e revolucionado a
tranquilidade celestial, na tentativa de se relacionar com seus novos
companheiros e se entrosar amistosamente com eles, em busca de solução para os
problemas insolúveis do céu.
Essa
sua forma voluntaria de socialização foi uma de suas qualidades postas em
prática diuturnamente, entre nós, porque ele sempre tinha uma história para
contar, um exemplo a mostrar, uma maneira diferente de se relacionar, com sua
costumeira empolgação de ter contabilizado mais umas de suas engenhosas
façanhas, sempre relacionadas com as questões sociais, que eram as suas
especialidades e características preferidas.
Muitas
das vezes, ele contava um de seus feitos e até ria de engraçado, como nem
acreditando que ele teria sido capaz de protagonizá-los, mas terminava mesmo
feliz, por saber que ele tinha essa capacidade de procurar fazer boas ações, em
benefício de seu próximo, que fazia questão de acolhê-lo com a sua amabilidade
incomum, com o que sempre foi pessoa correspondida no seu amor que distribuía
espontaneamente, sem jamais buscar nada em troca, como recompensa.
Como
já disse alhures, essas qualidades intrínsecas de Cláudio certamente têm o
condão de potencializar a saudade que sentimos dele, justamente por ele ter
tido o dom de aglutinar algo especial enquanto teve vida, que foi a
inteligência de captação das vicissitudes sociais, que poucas pessoas, mesmo
querendo ou tentando, não conseguiam enxergá-las facilmente.
Mais
uma vez, meu coração se enche de alegria para dizer mais um punhado de palavras
acerca do pouco da personalidade do meu querido irmão Cláudio, que foi
vocacionado a angariar o carinho de todo mundo, por sua maneira respeitosa e
elegante de se relacionar com o seu semelhante, procurando ser agradável e
amigo com todos.
Peço
a Deus que continue acolhendo o Cláudio exatamente como ele foi aqui Terra,
porque o que ele fazia se ajusta aos Seus propósitos de magnanimidade, bondade
e amor. Amém!
Brasília, em 29 de junho de 2019
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