Pesquisa
do Ibope que foi divulgada recentemente, após o primeiro decreto presidencial sobre
a
flexibilização da posse de armas, indica que 73% dos entrevistados
são contrários à medida pertinente ao porte de armas por cidadãos comuns e apenas
26%
são favoráveis, sendo que 1% não soube ou não respondeu à pergunta.
Ressalte-se
que o porte de arma é o direito à autorização para transportar arma fora de
casa.
Na mesma pesquisa, foi perguntado sobre o uso de armas
somente em casa, sendo que 61% disseram que são contrários e 37%
são favoráveis, enquanto 2% não souberam ou não responderam.
Em
cinco meses de governo, o presidente da República cuidou de cumprir a sua promessa
de campanha e editou três decretos sobre armas, a saber: 1º decreto tratando de novas regras sobre posse; 2º decreto versou sobre o porte e a compra de munições; e 3º decreto cuidou
de aperfeiçoar normas contidas nos decretos anteriores.
A opinião
sobre a flexibilização da posse varia de acordo com a região do país, e entre
homens e mulheres.
A região Sul
é a que mais apoia a flexibilização, com 48%, vindo em seguida o Norte/Centro
Oeste, com 43%, o Sudeste com 35% e o Nordeste com 33%.
Os pesquisados
que concordam com a flexibilização têm o apoio de 50% dos homens e 27% das
mulheres.
No que se
refere à flexibilização do porte de arma, o Norte/Centro-Oeste ficam com 34%,
vindo em seguida o Sul, Nordeste e Sudeste, respectivamente, com 29%. 27% e 22%.
A
pesquisa em causa indica que 51% das pessoas consultadas discordam do
entendimento segundo o qual o aumento de armas em poder das pessoas a sociedade
fica mais segura e que 37% discordam da ideia de que ter arma em casa há mais
segurança para as pessoas, enquanto 31% acreditam, com total convicção, que a
casa fica mais segura com arma.
No
caso do porte de arma, 47% discordaram totalmente que carregá-la deixa a pessoa
mais segura e outros 18% discordaram em parte.
Não
há a menor dúvida de que o armamento da população será matéria sempre polêmica
e cercada do maior cuidado, porque não se sabe qual é o maior risco que a pessoa
pode enfrentar, se com a arma em casa ou até com a posse ou sem ela, porque tudo
vai depender das circunstâncias, que são determinantes para a defesa do
cidadão, cuja possibilidade de morte poderá aumentar se o criminoso perceber
que existe arma com a vítima, quando ele vai agir no sentido de eliminar quem
estiver armado, ou seja, nesse caso o bandido tem muito mais preparo e
experiência diante de quem apenas tem arma para se defender e ela quase nunca
será usada.
Ainda
bem que a expressiva preferência da população é contrária à posse de arma, cuja
inferência é no sentido de que a absoluta maioria, pelo menos dos
entrevistados, não vai adquirir arma de fogo e muita gente pode evitar mal
maior, em termos de risco de acidente ou até de morte.
Conforme
esclarece o Ibope, a pesquisa teve a abrangência de apenas 2.002 pessoas, no
universo de 150 milhões de potenciais usuários de armas, com a cobertura de somente
143 municípios, quando são 5.854 em todo Brasil, fato que representa amostra ínfima
e bastante reduzida e insignificante, que até pode servir de amostra, que é
própria de estatística nesse sentido, mas diante da importância da matéria
pesquisada sobre porte e posse de armas de fogo, a pesquisa bem que precisa ser
muito mais abrangente, para que as suas consistência e credibilidade sejam de
precisão tal que forneçam mais elementos de convicção e segurança à população.
É
evidente que a manifestação de tão somente pouco mais de duas mil pessoas não tem
a menor força para o convencimento da opinião pública, que certamente precisa de
muito mais elementos para propiciar maior segurança quanto ao resultado
perseguido.
Ou seja,
não tem o menor cabimento que a opinião de apenas 2.002 pessoas, colhida em
localidades bastante reduzidas, não pode servir para se concluir que 73% da população
é contra a liberação de armas de fogo, mesmo que a maioria dos brasileiros
realmente seja contrária a essa medida, mas, mesmo assim, há temeridade quanto
ao resultado dos números apresentados pela pesquisa.
Por seu
turno, com a liberação ou não da posse de arma de fogo para a população, o
certo é que, até o momento, o presidente da República não esboçou,
lamentavelmente, qualquer medida no sentido de propiciar segurança pública para
proteger a sociedade e seu patrimônio, na forma prevista no art. 144 da
Constituição Federal, que diz que essa política pública é dever do Estado,
tendo o governo a incumbência de priorizar as medidas que possam viabilizar a
efetividade dessa proteção, como forma de combater a criminalidade,
principalmente com medidas efetivas de desarmamento dos bandidos, como forma de
inverter o deprimente quadro atual, em que a população está desarmada e os
criminosos estão com armas até os dentes e, pior, de grosso calibre.
Urge que os
brasileiros se conscientizem sobretudo acerca da premência de o governo priorizar
políticas públicas destinadas à melhoria, à eficiência e à efetividade da
segurança pública, a par de as pessoas puderem decidir pelo porte e pela posse
de armas, mas que as autoridades públicas não podem permanecer na inércia da
irresponsavelmente e da omissão quanto à sua obrigação de observar, com a devida
fidelidade, o disposto na Carta Magna brasileira, no sentido de o Estado propiciar
integral proteção à população e à propriedade.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 11 de junho de 2019
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