segunda-feira, 17 de junho de 2019

Eu pedi desculpas apenas por...


Diante da crônica pedindo desculpas por ter recebido mensagem dizendo que eu havia deixado uma pessoa triste, onde apresentei várias explicações sobre possível mal-entendido, o querido conterrâneo Ubiracy Vieira Veloso apresentou-se solidário com o meu texto e reafirmou que eu não devo pedir desculpas.
Na sua preciosa mensagem, ele se expressou da seguinte forma: “Não tem que pedir desculpas, meu irmão Adalmir! As suas ponderações são justas e bem colocadas, no caso em comento. O nobre Casemiro merece muito mais que aplausos. Fico na expectativa de que os representantes do povo de Uiraúna aceitem as suas colocações, criando um Título Honorífico de Herói, para homenagear, entre outros, os pioneiros que defenderam nossa "terrinha" quando O Cangaceiro Lampião tentou invadir o nosso torrão natal! Fico sempre contigo e avante com suas opiniões valiosas!”.
Em resposta, eu disse ao e ilustre uiraunense que teria ficado muito agradecido pelas palavras de apoio e estímulo dele, em total cumplicidade com o meu trabalho literário.
Em seguida, procurei dizer que as minhas desculpas se fizeram necessárias, ao meu sentir, pelo fato de deixar alguém triste por algo que teria feito apenas no sentido de enaltecer qualidades e valores que precisam ser reconhecidas da forma mais digna possível.
Isso me deixou muito triste, porque eu entendi que teria sido melhor que eu aplaudisse também, aceitando mera menção de aplausos, quando não é do meu feitio e o agraciado é nobre, é pedra preciosa, é gente que merece ter seu nome no Panteão dos heróis e heroínas de Uiraúna.
Eu preferi pedir desculpas para mostrar que eu não tenho interesse senão o de se criar mentalidade grande para as coisas que precisam ser valorizadas.
Eu preferi pedir desculpas para dizer que eu, como filho de Uiraúna, embora morando em Brasília há 53 anos, tenho minhas raízes na terrinha, motivo pelo qual meu sentimento de amor por todos aqueles com quem eu convivi continua ainda muito forte, como no caso do homenageado, o venerando Casemiro Gomes de Galiza, porque eu conheci de perto a sua gloriosa história de vida e sei perfeitamente que pessoas do seu quilate não merecem somente aplausos fortuitos.
Eu pedi desculpas justamente pelo sentimento de frieza confirmado por alguém que disse que ficou triste pelo que eu disse, como se eu tivesse menosprezado a menção de aplausos, quando a minha intenção foi a de dizer que isso é muito pouco representativo para as pessoas heroicas, como o agraciado.
Eu pedi desculpas para mostrar a absoluta insensibilidade dos homens públicos para com a causa da maior importância cultural de uma cidade, que é o devido reconhecimento diante do seu legado.
Eu pedi desculpas para mostrar que eu não me conformo com o comodismo das pessoas, que poderiam vislumbrar história linda e maravilhosa para aqueles que deram seu sangue às causas da comunidade, prestando relevantes serviços para o bem das pessoas.
Enfim, eu pedi desculpas para ficar tranquilo com a minha consciência, porque é lamentável que se acuse alguém de ter causado tristeza a outrem, quando se tem no coração o sentimento da prática do bem ao próximo.
Agradeço bastante comovido as suas palavras de apoio, querido irmão Ubiracy Vieira Veloso, e que Deus esteja sempre na sua companhia.
Brasília, em 17 de junho de 2019

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