sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

A voz dos quartéis?

 

Vem Circulando, nas redes sociais, vídeo no qual tem escrita a mensagem, verbis: “MOURÃO AFIRMA QUE FORÇAS ARMADAS NÃO VÃO ACEITAR LULA COMO CANDIDATO”.

Nesse mesmo vídeo consta o discurso do general vice-presidente da República, que foi ouvido por pessoas em auditório, quando o militar da reserva afirmou, ipsis litteris: “Em proveito próprio e da sua família, para desviar recursos que a nação tanto precisa. Como é que esse camarada vai voltar para esse cargo? Como é que ele vai ser comandante-em-chefe das Forças Armadas? Nós vamos ter um ladrão como comandante? Não pode. Para mim, esse cara tá fora (...)”.

Como se vê, a mensagem do general não poderia ter sido em palavras mais cristalinas, objetivas e contundentes, que guardam perfeita harmonia com o sentimento maior representado por brasileiros que defendem o melhor para o Brasil, principalmente no que diz respeito à administração do patrimônio do povo e aos negócios da nação.

A grandeza do Brasil, como verdadeiro continente reconhecido assim, em termos de sociedade, riquezas naturais, cultura, economia etc., precisa ser cuidada por homem público que preencha os imprescindíveis requisitos da moralidade, dignidade, honestidade, probidade, entre outros em harmonia com as conduta ilibada e idoneidade imaculada, sob pena de se permitir a banalização da esculhambação na gestão da coisa pública, em clara contradição da dignidade de um povo.

Fica mais do que patente que a aceitação de candidato à presidência da República que não atender às exigências básicas inerentes aos princípios da moralidade, no seu conjunto desde a ética à legalidade, não importando se militar ou civil, constitui o pior exemplo para o mundo evoluído e civilizado de verdadeiro desrespeito ao país, quanto à valorização dos ideais conceitos republicano e democrático.

No caso específico dos militares, parece a obviedade quanto à inviabilidade de as Forças Armadas virem a ser comandadas por pessoa que, no presente momento, se encontra respondendo a várias denúncias concernentes à suspeita da prática de atos irregulares no seu governo, cujos esclarecimentos e justificativas pertinentes fazem parte da exigência constitucional da prestação de contas à sociedade sobre seus atos na vida pública.

A evidência da gigantesca dificuldade para o preenchimento dos requisitos inerentes à moralidade, por parte do candidato acima nominado, diz com a sua condenação à prisão, em dois processos, sob a confirmação dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, na forma do recebimento de propina, segundo a robusteza sobre a materialidade das provas acerca da autoria dos fatos denunciados, que não foram infirmados nem provada a sua inculpabilidade em relação à autoria deles.

Em termos de responsabilidade cívica e patriótica, não há a menor dúvida de que, nem mesmo nas piores republiquetas, onde nem sempre existe respeito aos sagrados regramentos jurídicos nem aos princípios ético e moral, seria possível, sequer imaginável que alguém pretendesse representar o povo, para exercer cargo o mais relevante do país, sendo notório possuidor, conforme ressaltou o general, de currículo sujo, mostrando que a sua ficha corrida, inerente à sua vida pública, não é limpa, em razão da existência de pendências judiciais a serem resolvidas antes mesmo das eleições, de modo a se atender aos princípios republicanos da moralidade, honestidade e dignidade.

Em termos de decência de comportamento político, nada impede que pessoas nas condições do político nominado acima possam se candidatar a cargo público eletivo, porque se trata de direito constitucional inerente à cidadania, mas apenas depois de terem provado a sua inocência sobre os fatos denunciados à Justiça, como assim devem proceder normalmente os homens públicos que valorizam os princípios republicano e democrático, que são completamente antagônicos à pratica de atos criminosos, a exemplo de corrupção e lavagem de dinheiro, sob o título centralizado no recebimento indevido de propina.

Nas condições acima expostas, realmente fica extremamente difícil de se responder à inquietante indagação do general, quando ele afirma: “Como é que esse camarada vai voltar para esse cargo?”, uma vez que a grandeza da pátria Brasil não admite, em hipótese alguma, a leviandade de se permitir que o seu presidente da República não se revista da integral pele da moralidade, porque isso só depende da vontade do seu povo de defender o sentimento mais puro da grandeza de uma nação, que é a preservação dos princípios republicano e democrático.   

Não somente aos militares, mas aos civis, em especial, incumbem os primaciais compromisso e dever de defesa da soberania e da integridade dos princípios basilares da nação brasileira, não permitindo que cidadãos implicados com a Justiça, respondendo a vários processos criminais, sobretudo em razão de comprovada prática de improbidade administrativa, ainda sob a acusação do recebimento de propina, que é forma de enriquecimento irregular e indevido para quem milita na vida pública.

Sim, é preciso que fiquem fora da política, por ser atividade extremamente nobre e de suma importância para a sociedade, os cidadãos que estiverem envolvidos com ações judiciais, enquanto perdurarem as suas pendências, porque é exatamente assim que devem proceder aqueles que realmente respeitam a integridade moral do Brasil e dos brasileiros, estes, em especial, por serem eles que têm o dever constitucional da escolha, pelo voto, do presidente da República.

Enfim, é preciso que os brasileiros, militares e civis, que realmente amam o Brasil, se conscientizem sobre a gigantesca gravidade para os destinos da nação, caso haja escolha do seu presidente em nome de pessoa que foi incapaz de provar a sua inculpabilidade, mesmo que seja realmente inocente, mas isso é preciso que fique sacramentado com o sinete da Justiça, que tem o poder constitucional para julgar os crimes pendentes de apreciação por quem de direito.

Em razão do exposto, apelam-se para que os cidadãos de boa vontade e sensíveis aos princípios que sustentam as grandezas ética e moral do Brasil decidam pela escolha do presidente da República somente entre homens públicos que comprovem capacidade de competência, eficiência e responsabilidade na gestão do patrimônio dos brasileiros, sob os moldes do seu intransigente respeito aos princípios e às condutas exigidos na administração pública.               

          Brasília, em 11 de fevereiro de 2022

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