sábado, 26 de fevereiro de 2022

Nem tanto verdade

            Um general que é assessor direto do presidente da República deitou falação em elogios exagerados ao seu chefe, em defesa de que ele tem sentimentos elevados de brasilidade, sendo pessoa de extrema confiabilidade e credibilidade quanto às suas prioridades para o Brasil.

Há avaliação sobre os fatos abordados por ele, no sentido de que esse militar conseguiu enganar direitinho muita gente boa, se passando por bom moço e até mesmo pelo domínio do equilíbrio mental.

O que ele expõe em um vídeo, que circula nas redes sociais, é prova inconteste de que ele convive com presidente completamente diferente do que ele acha que é.

Configuram verdadeiros arroubos de inverdades duas afirmações pronunciadas por ele.

Certamente que o nobre general esteve ausente do país, nas diversas é incontroláveis vezes em que o presidente da República invadiu os limites do bom senso e da racionalidade, ao esculhambar, por exemplo, o Supremo e alguns de seus respeitáveis integrantes, chegando a declarar, em discurso público, que nem mais respeitaria decisões proferidas por um deles, além de ter chamado outra de filho da p..., entre outras atrevidas e estultices formas de insensatez de puro desrespeito e desacato ao poder Judiciário e a alguns de seus integrantes, em clara demonstração de menosprezo e até de intimidação a ministros daquela corte.

No vídeo, o general destaca a nobreza do presidente, ao afirmar que ele é autêntico democrata, que prima pelo respeito à integridade, à independência e à autonomia dos poderes da República, o que não verdade, por há muitos fatos que põem por terra as afirmações dele, diante da estupidez imprópria para a estatura de estadista, que precisa primar pela moderação e por respeito aos princípios democrático e republicano.

A outra afirmação extremamente deplorável e absurda diz que não há corrupção no governo, quando ele se tornou podre de imoralidade é desonestidade, ao levar para dentro do Palácio do Planalto o recriminável Centrão, a quem entregou as chaves da gestão dos negócios do Brasil, inclusive do Orçamento da União, passando a ser refém desse desacredito grupo político, de índole fisiológica, que o próprio presidente do país o denominava de "política velha", porque seus integrantes eram considerados por ele como verdadeiros aproveitadores de recursos públicos e da influências do poder.

Pois bem, pode não haver a fórmula clássica de corrupção, porque ainda não há fatos comprovados nesse sentido, mas as negociatas com o Centrão envolvem o chamado desvio de finalidade, por meio das nomeações de cargos públicos para preenchimento por pessoas apadrinhadas pelo Centrão, que normalmente são pessoas despreparadas e prejudiciais à eficiência da administração pública, além da liberação de verbas para parlamentares, que certamente foram tiradas de programas sociais, tudo configurando criminoso desvio de finalidade pública.

Como se vê, o pronunciamento do general contém inverdades que não condizem com a realidade, porque há fatos dizendo o contrário.

O militar é obrigado, por força de conduta de princípios, de evitar fazer pronunciamento diferente da verdade, posto que as mentiras sempre são prejudiciais no Estado Democrático de Direito, onde seus principais se fundamentam, sempre, na transparência e na verdade.

          Brasília, em 26 de fevereiro de 2022

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