sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Cadê o guardião do Brasil?

 

Ainda sobre a decisão do Comandante da Aeronáutica, que disse que presta continência ao ex-presidente da República petista, caso ele seja eleito, eu escrevi crônica que parece representar o mais próximo sentimento de amor à pátria, dizendo que nem precisa ser militar da estirpe de muitos que nem coram a cara, de vergonha, para afirmarem que prestam continência à pessoa completamente em estado de degradação moral, sem condição de preencher os sagrados princípios inerentes à conduta ilibada e à idoneidade moral.

No caso do mencionado político, vale dizer que ele não tem a menor condição de exercer cargo público eletivo de qualquer natureza, quanto mais o principal da República, como presidente do Brasil, que tem como uma das principais funções exercer o de comandante-em-chefe das Forças Armadas, que têm obrigação constitucional de defender a legalidade e a moralidade da administração pública, que será totalmente desmoralizada, caso pessoa implicada com  a Justiça, a exemplo dele, seja eleito o presidente do país.      

O certo é que compete aos brasileiros escolher o seu principal representante na Presidência da República, tendo a obrigação de eleger o candidato que melhor se harmonize com o perfil da dignidade e da grandeza do Brasil, que não merece ser presidido por pessoa que não conseguiu demonstrar a sua inculpabilidade nas ações penais nas quais ele foi denunciado e julgado pela Justiça, tendo sido condenado à prisão, em razão da confirmação da prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, exatamente porque não conseguir provar que não recebeu propina, conforme consta dos autos.

É verdade que as condenações foram anuladas, por força de interpretação sobre a jurisdição inerente à competência do foro para julgá-lo, sem ter havido qualquer reflexo quanto ao mérito da denúncia sobre a prática de irregularidade, no que se refere ao recebimento de propina, cuja irregularidade permanece pesando sobre os ombros do político, conforme a constatação da materialidade acerca de autoria dos referidos crimes, que se tornam da maior gravidade quando praticados por autoridade do quilate de presidente da República, que tem o dever moral de comprovar moralidade sob quaisquer suspeitas, uma vez que o homem público tem obrigação de comprovar a regularidade de seus atos na vida pública, em quaisquer circunstâncias.

A situação do mencionado candidato é complicadíssima, uma vez que o exercício de cargo público eletivo precisa que o cidadão tenha currículo limpo, sem passagem criminal nem envolvimento com a Justiça, porque isso é condição sine qua non para mostrar lisura e honestidade na prática de atos na vida pública.

A verdade é que os brasileiros que decidem apoiar pessoa sem condição moral, a exemplo desse caso, por que respondendo a processos na Justiça, para presidir o Brasil, somente demonstram completa falta de sentimento patriótico e de amor tanto ao país como a si próprio.

Certamente que nem nas piores republiquetas uma desgraça política com essa seria aceitável, justamente porque a imagem do país ficará gravemente desmoralizada no exterior e internamente, caso ele não se interesse em limpar seu nome antes das eleições, porque ele pode perfeitamente comprovar, perante a Justiça, que é inocente, passando a satisfazer aos requisitos de idoneidade e conduta ilibada.

Essa preocupação é inerente normalmente aos verdadeiros homens públicos que respeitam o consagrado ordenamento jurídico do país, que exige retidão e dignidade quanto à pratica de atos na vida pública, o que não é o caso desse político, que foi denunciado à Justiça, em vários processos, pela prática de crimes contra a administração pública, julgado, condenado à prisão e até recolhido ao xadrez, por não ter conseguido provar a sua inocência, em nada, e ainda tem o disparate de pretender ser representante do povo, sem ter o mínimo de condição moral para tanto.

Os brasileiros precisam valorizar a sua dignidade, em primeiro lugar, e igualmente à do Brasil, não permitindo que aconteça uma desgraça político-eleitoral de descomunal dimensão, no caso de réu respondendo a processos penais na Justiça sequer possa se candidatar a cargo público eletivo, muito menos o de presidente da República, porque isso seria a decretação definitiva da esculhambação na administração pública brasileira, que tem como primado precisamente a decência e a imaculabilidade no gerenciamento da coisa pública, de vez que é da sua índole a rigorosa observância aos princípios republicano e democrático.

Apelam-se por que os brasileiros conscientes sobre as suas responsabilidades cívica e patriótica elejam o candidato à Presidência da República que se digne a satisfazer aos requisitos da conduta ilibada e da idoneidade moral, lembrando que as Forças Armadas precisam se esforçar para manter o equilíbrio de moralidade que sempre justificou o seu elevado conceito de paradigma de defesa da dignidade e da decência do Brasil, não permitindo que ele seja presidido senão por cidadão que respeite e valorize os princípios republicano e democrático.             

Brasília, em 25 de fevereiro de 2022

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