Em seminário, realizado na Câmara
dos Deputados, uma médica expôs a sua opinião sobre a qualidade das vacinas,
tendo aproveitado para execrar tanto esses produtos como os laboratórios, em
especial, por não assumirem nenhuma responsabilidade pelo uso dos imunizantes.
Na sua tese, a médica pede explicação
da Anvisa, por ter autorizado o uso de vacina, tendo ficado assente que o
representante desse órgão faria, ao final do discurso dela, a defesa cobrada no
evento, mas isso não consta do vídeo, como forma essencial do contraditório, notadamente
para o fim de se tentar mostrar a lisura por parte das medidas adotadas pelas autoridades
públicas brasileiras.
No vídeo, consta a inscrição de “imperdível”,
dando a ideia de que toda verdade estaria contida sobre a vacinação, somente
tendo por base a exposição daquela profissional de medicina.
Pois bem, não consta, no vídeo, a
justificativa cobrada pela médica, que fora prometida pela dirigente do evento.
Ou seja, ficaram somente as
críticas dela expondo as verdades dela, sem haver oportunidade para a Anvisa se
manifestar acerca dos fatos levantados e acusados por ela, que mereceram, na
ocasião, os aplausos da plateia, dando a entender que ela estava totalmente
coberta de razão e tudo o mais estava errado.
Quê justiça é essa, que se
conclui apenas com base em discurso de uma das partes?
Não se quer dizer com isso que
ela esteja certa nem errada.
Convém se ouvir o contraditório,
para a formação de juízo, em atenção ao sentimento da verdade e da justiça,
embora isso não tivesse o cordão de mudar absolutamente nada o sentimento de muitas pessoas que já firmaram posição
sobre as vacinas, mesmo sendo leigas no assunto.
É perceptível o posicionamento quanto
à execrabilidade dos fabricantes das vacinas, no sentido de que eles são
verdadeiros monstros, causadores de destruição de vidas e ainda não terem a
dignidade para assumirem responsabilidades por seus produtos, em termos das
possíveis consequências nefastas, que são expostas em forma de alerta, ou pelo
menos deveriam constar das bulas dos seus produtos, em forma de natural orientação
por conta dos efeitos colaterais, que todos os produtos farmacêuticos têm.
Ao contrário disso, seria a
configuração de enorme irresponsabilidade por parte da Anvisa, que autorizou o
uso dos produtos, e também do governo, por concordar em comprá-los, a preço caríssimos,
sem que eles não fossem seguros e eficazes para o uso da população.
Tudo isso é verdade, como se os
fabricantes das vacinas estivessem impondo a obrigatoriedade ao Brasil da
aplicação de seus produtos.
Ou seja, de acordo com as
críticas, há condenação dos laboratórios por eles serem vilões por imporem seus
produtos experimentais aos brasileiros, sem assumirem os riscos decorrentes.
Trata-se, ao que parece, de alarmante equívoco
contido nessa ideia absolutamente fora de propósito, uma vez que o Brasil
somente compra o produto se tiver certeza sobre a sua utilidade para a população,
porque só assim se justifica a entrada dele no país.
Se há culpa nesse caso, é
exatamente das autoridades públicas brasileiras, porque a vacina somente entra
no Brasil se houver compra, mediante o interesse do governo, que tem a
competência legal para o pagamento e, em especial, para a adoção das medidas
pertinentes à avaliação quanto aos cuidados necessários às garantias com relação
à qualidade e à segurança do material a ser aplicado na população.
Convém que o governo se digne a
organizar-se e pôr ordem na casa, para assumir toda responsabilidade por tudo,
porque faz parte da sua competência constitucional de todas as campanhas de
saúde pública e nada acontece se não for com o consentimento dele, em especial,
porque há o envolvimento dos sagrados recursos públicos.
Se existe confusão e
desentendimento em tudo sobre as vacinas, o único que não pode assumir culpa sozinho
é o laboratório, que somente as fabrica e as vende e as entrega, conforme o
combinado, exatamente nas condições aceitas pelo comprador, que, no caso, é o
Brasil, que tem a obrigação legal de promover todas as avaliações do produto
envolvido na transação.
Agora, não há a menor dúvida de que o governo precisa
sim assumir as consequências sobre o emprego do produto, porque, do contrário, ele
nem compraria nada e não tinha essa bagunça generalizada, que deixa a população
totalmente desnorteada e em pânico, como nesse caso, precisamente por falta das devidas informações
sobre as questões relacionadas com as vacinas, em que se atribui culpa em tudo
e fica tudo no mesmo, sem explicação e sem ninguém assumir responsabilidades.
Brasília,
em 1º de fevereiro de 2022
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