sábado, 20 de janeiro de 2024

A nossa casa

 

Um velho carpinteiro decidiu deixar de trabalhar, mesmo sabendo que ia perder seu salário, indispensável ao sustento dele e o da sua família, sob o argumento de querer apenas ficar usufruindo a companhia de seus familiares.  

Sabendo que ia perder excelente carpinteiro, o chefe dele ficou triste com a notícia, uma vez que essa pessoa representava o melhor artífice da carpintaria.

Ele teve a ideia de pedir-lhe a gentileza para a construção da última casa, evidentemente antes de ele sair da empresa.

O carpinteiro aceitou de bom grado a proposta do chefe e imediatamente começou a construção da sua última casa com os materiais fornecidos pelo patrão, mas, enquanto trabalhava, sentia que não estava colocando toda a sua paixão no seu último trabalho.

O carpinteiro percebeu que ele não estava satisfeito por ter aceitado a empreitada, diante da nítida falta de entusiasmo e dedicação que era do seu costume, quando se empenhava bastante na execução de trabalho dessa natureza.

Apesar disso, a casa tinha sido construída com muito cuidado, mas ele já estava cansado e sentia que seu chefe o havia pressionado a construir uma última casa.

Quando o carpinteiro terminou a construção, o chefe ficou muito feliz e deu-lhe a chave da casa dizendo: "Agora é a sua casa, que é meu presente para você e sua família, como recompensa por tantos anos de bons serviços.".

Como não poderia ser diferente, o bom carpinteiro sentiu enorme nó na garganta, tendo concluído, dizendo “Se ao menos soubesse que estava construindo sua própria casa, teria gastado mais esforço e talento.”.

A importante lição que podemos haurir dessa rica fábula é que a conclusão do modelar carpinteiro pode se aplicar em cada um de nós, porque construímos uma casinha todos os dias, mas nem sempre nos esforçamos o suficiente para obter o melhor de nós mesmos, em cada empreitada e isso significa que estamos perdendo excelente oportunidade para sermos exemplo do melhor na vida.

Isso também mostra que nós nem percebemos que deixamos de viver na "casa" que construímos, e nos arrependemos de dizer a nós mesmos que, se pudéssemos fazer isso de novo, as coisas seriam bem diferentes.

É importante que fiquemos atentos com tudo que acontece conosco, porque não podemos voltar atrás, para a reconstrução da nossa casa.

O certo é que nós somos os verdadeiros carpinteiros de nossas vidas e todos os dias nós construímos nossa casa com nossas próprias mãos, medindo,  cortando e polindo a madeira e empilhando tábua por tábua, sem sequer se perceber que cada obra realizada até poderia ser a melhor possível.

Ou seja, lembrem-se que a vida é o resultado do nosso projeto de construção pessoal, em que as nossas atitudes e decisões adotadas agora vão moldar o que vamos experimentar e colher amanhã, o que vale se dizer que devemos construir com sabedoria, carinho e amor.

Brasília, em 20 de janeiro de 2024

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