Um dos mais graves problemas políticos brasileiros diz respeito à polarização
com viés ideológico, que errônea e definitivamente, foi incorporada às instituições
do Estado tupiniquim, com poder de transformar os órgãos públicos em exclusivos
aparelhos a serviço de partido político.
Essa gritante distorção no serviço público não condiz com os princípios
democráticos, exatamente porque, agindo assim, a sua finalidade é fazer com que
o Estado funcione a serviço de uma casta privilegiada, que se beneficia indevidamente
de recursos públicos, em afronta aos princípios da moralidade e da dignidade.
O uso da máquina pública por único partido transforma o Estado numa espécie
de extensão dessa legenda, em detrimento dos interesses da sociedade, que é a
essência do próprio Estado.
Na verdade, isso apenas demonstra a falta de escrúpulo do partido que
faz uso indevido do Estado para praticar as funções inerentes às atividades partidárias,
deixando de cumprir as suas funções institucionais, ou seja, o partido foi
transformado no próprio Estado, para o fim de usufruir das benesses do poder.
Vê-se aí a promiscuidade praticamente permitida pela sociedade, que a
tudo enxerga, mas silencia, em conluio com a degeneração da ilegitimidade no
serviço público custeado com os seus recursos.
A verdade é que essa deplorável prática vem se tornando comum, em aceitação
placitada pela sociedade, que precisa criar vergonha na cara, com urgência, no sentido
de lutar pela preservação da integridade da sua dignidade, de modo a dizer não
à pouca-vergonha imposta por partido sem caráter e sem responsabilidade com os
verdadeiros princípios democráticos, como é do seu estrito respeito aos seus
estatutos fundamentais, que falam em ética e moralidade, quanto à observância aos
seus objetivos institucionais.
É importante que fique o registro dessa prática odiosa e irregular,
porque contrária aos bons e saudáveis princípios democráticos, que devem ser
aceitos e defendidos pela sociedade conscientizadas sobre a verdadeira
finalidade do Estado moderno, que se destina exclusivamente a servir aos seus
reais interesses.
Com esse propósito, urge que os brasileiros repudiem a prática promíscua
e abominável do uso da máquina pública para fins partidários, em evidente
desrespeito aos salutares princípios democráticos.
Brasília, em 17 de janeiro
de 2024
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