terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Cinquenta anos de formatura

 

As lideranças da Turma 162 da Escola de Especialistas de Aeronáutica vêm se organizando para a definição do local das comemorações dos cinquenta anos de formatura de especialistas oriundos desse educandário, em 11 de dezembro de 1974.

Eu sempre me manifestei, com muita firmeza, que o único local para as aludidas comemorações é a própria Escola, onde tudo aconteceu de bom na nossa vida, como início da vida profissional.

Uma pessoa, na tentativa de justificar a realização dos festejos fora da Escola, disse que a turma sempre se reúne em capitais diferentes e desta vez não deveria ser diferente.

Diante disso, eu disse, em forma de esclarecimento, que o segundo encontro da Turma 162 tem sido fora da Escola e isso é inegável.

Agora também é preciso se enaltecer que, em nenhum desses outros encontros, se comemorava cinquenta anos de formatura, que, para mim, esse fato é histórico e há um simbolismo totalmente mágico, porque é a possibilidade de se voltar à origem de nossos sonhos, para nos experimentarmos e revivermos momentos saudosos em que fomos obrigados a nos transformarmos em verdadeiros heróis pela própria natureza, justamente pela imperiosa necessidade de não passarmos por fracassados.

Como perder importante oportunidades para se revivermos algo tão maravilhoso em nossas vidas, principalmente pela possibilidade de demonstrarmos o nosso verdadeiro amor à Escola, que nos prestou a mais importante contribuição de nossas vidas profissionais?

Desculpem-me a sinceridade, mas preciso dizer que fico impressionado como pessoas se despojam facilmente desse incrível sentimento humano, dando a entender que o nosso passado fantástico não tem a menor importância sentimental, tanto assim é que essa efeméride pode ser comemorada em qualquer lugar fora da Escola, uma vez que isso é realmente de somenos importância.

Independentemente do que as pessoas sentem, eu me orgulho de ser o que sou graças à formação sólida e consistente oferecida pela Escola e é exatamente por esse amor que não consigo enxergar outro lugar para se comemorar os cinquenta anos de formatura de especialista senão na própria Escola.

Fico muito triste por não poder comemorar com meus irmãos de Escola a data da maior importância da nossa vida de bravos formandos, mas me conformo porque sei que todos têm o direito de ser felizes com a realização de seus objetivos.

Então que sejam felizes…

Uma pessoa indagou o seguinte: “Adalmir creio que vc não leu as mensagens anteriores do Ferraz e minha, nada contra o Guará, porém quem irá até a Escola negociar com o Cmt para podermos adentrar ao recinto?

Em resposta, eu disse que havia lido as referidas mensagens e que eu apenas estou dando a minha opinião sobre tão importante assunto.

Eu tenho procurado enfatizar a importância da comemoração de evento especial em si, segundo foi colocado em discussão, que diz respeito a algo relacionado às nossas vidas, enquanto outras pessoas estão atrás de cidades que tenham atrativos, comida boa e divertimentos, que são situações diferentes da comemoração propriamente dita, cuja pretensão tem o meu respeito, mas são casos distintos ao imaginado para se pensar como forma de comemoração.

 Quer se comemorar importante fato de nossas vidas, então se pense apenas nisso.

Quer se pensar em se divertimento e outras formas atrativas à vida, então se programe para isso.

Pouco me importa quem pensar diferente de mim, porque isso faz parte da liberdade de pensamento e cada pessoa pensa como quiser.

O que a turma decidir está decidido, mas eu peço vênia para poder opinar, mesmo sabendo que a minha contribuição e nada têm o mesmo valor.

Acho que é muita precipitação se imaginar, antecipadamente, que a Escola não tem interesse em facilitar nada, apenas por suposições, sem qualquer contato, por mais preliminar que seja.

É preciso que se crie comissão para entrar em contato com a Escola, mostrando os propósitos da turma em se promover as comemorações de cinquenta da sua turma, no final do ano.

Somente depois disso seja possível uma conclusão sobre o apoio ou não da Escola.

Fora da Escola, tô fora!

Outro nobre amigo se antecipou em conclusão pessoal, dizendo que “Duvido que o comando da ESPAER, vai autorizar e dar algum tipo de apoio para esse encontro no interior da Escola, eu que resido ao lado, nunca ouvi falar de encontro de turmas fazendo comemorações em outras dadas. Que não seja no dia do encontro dos veteranos. Pensem nisso. Ferraz sugeriu que não se fizesse comemoração na Escola.”.

Em resposta, eu quis chamar à atenção dos senhores que o evento de comemoração dos cinquenta anos da nossa formatura se trata de algo singular e especial, de momento jamais vivido por ninguém da nossa turma.

É a oportunidade para se deparar especialmente com o passado histórico que faz parte da nossa vida, que marcou cada um de nós, em especial como início de carreira fantástica, criando enormes perspectivas de futuro, em nossas vidas.

Os outros encontros são outros encontros fortuitos, que podem ser programados tantas vezes quantas o grupo quiser, nas localidades disponíveis do mundo, inclusive Manaus, Fortaleza, Brasília etc.

Ou seja, é preciso ter a grandeza da compreensão sobre a importância dessa comemoração, que deve ser elevada ao real nível do que ela realmente significa para o que de importante isso tem em nós e para nós, uma vez que a data não pode ser compreendida como mera lembrança, como parece que assim muitas pessoas demonstram entender, para simplesmente se comemorar relevante marco histórico em qualquer local fora da Escola, por mais relevante que seja a cidade, o que só evidencia, segundo penso, perda da valorização dos nossos preciosos sentimentos humanos.

Em resumo, eu apelo para que qualquer comemoração dos cinquenta anos da nossa formatura seja feita especialmente com essa finalidade, em respeito à nossa sabedoria sobre os nossos valores pessoais, de modo que os outros encontros, que podem ser repetidos quantas vezes possível e desejáveis pela turma.

Fora da Escola, tô fora!

Outra pessoa disse que “Compreendo que assim como eu, muitos gostariam que o evento de 50 anos da turma 162 seja na EEAer. Porém, como já foi dito, o Comando da Escola não tem contribuído para os eventos realizados na instituição. Caso haja alguém que consiga uma audiência com o Comandante e sensibilize-o em abrir os portões daquela unidade Militar para a realização da nossa confraternização, acredito que todos ficarão felizes e realizados. Será que alguém poderia fazer esse meio de campo, junto ao Comandante da EEAer?

 Em resposta, eu disse que, se houvesse interesse ou boa vontade em realizar a real comemoração especial de cinquenta anos da nossa formatura, que transcende aos demais encontros, por mais importantes que eles possam significar, os amigos de Guará fariam qualquer sacrifício para falar até com Deus, para viabilizá-lo na Escola.

Um gentil amigo de turma se colocou diametralmente contrário à ideia de se comemorar na amada Guaratinguetá, sob o argumento, pasmem, de que lá não tem atração alguma, quando a mais importante atração, mais importante de que qualquer outro atrativo é a imponência de se poder dignificar a lembrança da nossa formatura no local onde foram realizadas ferrenhas e bravas batalhas, todas vencidas, com mérito, por nós.

Para mim, com todo respeito a quem pensar diferente, nesse caso, repita-se, é a oportunidade única de festejar, com os astros da mais perfeita constelação de Especialistas já formados naquele educandário, o mais memorável evento de nossas vidas.

Em cuja ocasião, se podem passar vistas, visitando, aos locais por todos frequentados, nos tempos gloriosos ou não de alunos.

Acho que precisamos nos conformar com a realidade, porque Deus quis que fosse assim, exatamente assim que a boa vontade conspirou para nada desse certo para que a Escola pudesse acolher os seus queridos alunos da amada Turma 162.

Tudo bem, caros amigos, outros cinquenta anos estão logo ali…

Uma outra pessoa, certamente em tom brincadeira, disse que estaria em Guaratinguetá e teria muito interesse em conversar com o comandante da Escola sobre o assunto em pauta.

Em razão disso, eu disse que é preciso se definir, com clareza e objetividade, o projeto de comemoração dos 50 anos, quais o dia e os horários, além das solenidades previstas, como visita às salas de aula, aos galpões, aos alojamentos, à biblioteca, ao cinema, à capela, à praça das lavadeiras etc.

Serão usados auditório, para discursos e homenagens, e rancho, para qual finalidade: lanche, fornecimento de água e almoço etc.

Acredito que, com a apresentação da devida programação dos eventos, será facilitada a análise sobre a viabilidade do pedido.

A propósito, certa feita, o barbeiro se preparava para fazer a barba de importante fazendeiro, de navalha na mão, quando ele perguntou ao “coroné”: é verdade que o senhor disse que não dava sua filha em casamento a barbeiro?

Como resposta, o fazendeiro disse que isso não era verdade, porque nenhum barbeiro lhe havia pedido a filha dele em casamento.

Assim parece ser essa história de que a Escola não tem interesse em atender aos pedidos dos ex-alunos ou se eles são feitos incompletos, sem a devida organização, em forma de esclarecimentos.    

Outro amigo disse o seguinte ”Adalmir, você é fera mesmo, isso mesmo, você tem razão.”.

Em resposta, eu disse que eu queria ter deixado muito claro, no texto acima, mas terminei deixando passar, no sentido de que eu gostaria muito de participar da comemoração dos cinquenta anos de formatura em sintonia com a relevância que realmente o evento deve ser encarado, por ele ser, sob o meu prisma, mui especial, que precisa e merece ser tratado em situação de exclusividade.

Não obstante, vejo que a grande maioria dos panteras pensa em participação, prioritariamente, em atrações e divertimentos, aproveitando apenas para lembrar que nós nos formamos há anos.

Neste contexto, friso que perde, em substância, o significado da nossa formatura, que praticamente fica em plano bem inferior ao real sentido de comemoração, quando eu entendo que é precisamente o contrário.

Aproveito para dizer que essas pessoas estão absolutamente certas, por pensarem em consonância com a realidade delas e em consonância com a sua consciência.

Não quer dizer com isso que eu esteja errado, não, por pensar diferente da maioria, porque todos têm o direito de opinião.

Apenas eu ainda não alcancei o nível de inteligência e perspicácia delas e isso é absolutamente normal, em que o livre-arbítrio ajuda a explicar esse importante processo de diferença de pensamento, graças a Deus.

Brasília, em 9 de janeiro de 2024

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