quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

O verdadeiro Mané


Conforme vídeo que circula nas redes sociais, um parlamentar discurso no plenário da Câmara dos Deputados, em pronunciamento exaltado, dizendo, evidentemente de forma irônica, que o último ex-presidente do país é um Mané, por ter perdido por conta dos propósitos dele de pretender promover infinitas mudanças de moralização do Brasil, mas terminou sendo incompreendido e mandado para fora do poder, tragado pelo sistema dominante, que realmente tem o poder.

Sim, sem nenhuma ironia, os Manés perdedores foram realmente os brasileiros e o Brasil, por terem tido um presidente possivelmente até imbuído de muitos bons propósitos, que incluíam talvez as melhores e até ousadas intenções e metas, com a finalidade de mudar os rumos da administração do país, em benefício do bem-estar da sociedade.

Não obstante, os seus planos foram de água abaixo, porque se depararam à sua frente fortes e terríveis obstáculos, exatamente diante das suas limitações, em termos de visão estratégica, justamente por falta de experiências e assessoramentos político-administrativos suficientes para o manejo das medidas necessárias à execução de seus elevados planejamentos, que se tornaram pífios, em termos da manutenção no poder, que era a sua verdadeira vontade política.

A verdade precisa que seja dita e ela condiz com a pior das estratégias escolhidas pelo ex-presidente do país, que foi a da errática linha de coalizão direta com o seu mais ferrenho inimigo, com quem foram travadas gigantescas batalhas absolutamente desnecessárias, visto que a alimentação das lutas empreendidas sem o menor sentido com ministros de outro poder contribuiu para a criação de poderoso sistema jamais visto na história republicana, que foi capaz de afastá-lo do poder.

O aludido sistema teve bastante competência, em nível ardiloso, para a condução de processo de extremas importância e competência para a construção de estrutura tão consolidada que serviu de apoio às nefastas medidas que resultaram na fragilidade de reação do então presidente do país.

O certo é que o então mandatário brasileiro não percebia que ele estava sendo provocado para a permanência do intenso e inútil debate apenas como mecanismo motivador das medidas ardilosamente engendradas pelo sistema, exatamente com o real propósito de tirá-lo do poder, em razão da precisa ideia resultante das infrutíferas disputas pela evidência na mídia, que jamais deveriam ter sido alimentadas nem instrumentalizadas por ele, que era o mandatário do país, cujas funções passavam bem ao larga de mesquinhas e rasteiras brigas de ruas com ninguém, muito menos com ministros que queriam o fim do governo dele, conforme mostraram os fatos.

A verdade é que, devido à ingenuidade do então presidente do país, ele foi incapaz de notar que as suas brigas com ministros eram absolutamente em vão, cujo objeto em discussão, sintetizado na eficiência do sistema eleitoral, poderia ter sido alcançado com o mero envio de projeto de lei tratando do necessário aperfeiçoamento da operacionalização das urnas eletrônicas, mediante a obrigatoriedade do voto impresso e a contagem pública da votação, medidas estas que os ministros não queriam que fossem aprovadas, justamente porque isso impediria a manipulação das urnas eletrônicas, que contribuiu para a colocação de pessoa insignificante e desqualificada no poder.

Ou seja, o resumo da ópera é que o próprio presidente do país teria sido o artífice da sua sepultura no poder, por ter alimentado disputa inútil, por todo tempo do governo, quando ele tinha poderes para aprimorar o sistema eleitoral, que continuou precário e ele perdeu para o pior criminoso da história brasileira, como se vê, por incompetência e culpa dele, que tem motivos suficientes, sem ironia, para ser classificado como o verdadeiro Mané da vida republicana, infelizmente.

Brasília, em 18 de janeiro de 2024

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