A
modernização da frota de aeronaves à disposição da Presidência da República já
começou com a entrega da primeira unidade, que é um helicóptero de transporte
médio EC-725 da francesa Eurocopter, versão VIP. O cronograma de entrega deverá
ser completado em 2013, com a chegada do segundo helicóptero VH-36 Caracal à
Força Aérea Brasileira. O governo também discute a compra de um novo avião de
longo alcance, em substituição ao atual Airbus-319, o Aerolula, que é moderno,
mas não voa à Europa sem escala. O perfil do serviço à Presidência segue o
padrão de outros países com regimes semelhantes, como os EUA, a França, o
México e outros, que também contam com avião principal de longa distância,
aviões secundários, helicópteros e jatinhos. Como superpotência, a exemplo dos
EUA, até se justifica a exclusividade de se ter avião presidencial principal, com
a maior modernidade e superior alcance, mas a pobre República tupiniquim abusa
redondamente em possuir avião presidencial supermoderno, por ser incompatível
com o estado de penúria do seu povo, que sequer tem transporte público suficiente
para se locomover nas cidades. Não deixa de ser mania de grandeza das
autoridades públicas brasileiras, ao pretenderem se equiparar às grandes
economias até nas mordomias dos seus mandatários, quando deveriam seguir outros
grandes líderes mundiais que utilizam aviões de linhas convencionais,
dispensando o luxuoso avião presidencial, por não justificar o alto custo para
o seu povo. Enquanto a presidente passeia de avião e helicóptero de altíssima
categoria, à custa dos bestas dos contribuintes, as deficiências nos
atendimentos públicos são intensificadas, com crescentes filas nos hospitais, que
não podem atender de forma digna o povo, por falta de condições pessoais e materiais;
notória precariedade no ensino público, tanto em termos de instalações como de
pessoal, que é remunerado de forma aviltante; e muitas outras mazelas que o
governo prefere ignorar, mas sabe muito bem valorizar a sua mordomia, para o estímulo
dos mandatários. Para esse governo, o povo tem obrigação de sustentar, sem
reclamar, a gastança descontrolado do poder, em especial com os supérfluos e privilégios
palacianos, não obstante o sofrimento que a sociedade é submetida, ante a falta
de amparo por parte do Estado. Até parece que aqui é o país das maravilhas e a
economia mais desenvolvida da terra, onde inexistem graves problemas sociais, à
vista do atrevimento e do desafio à paciência e à boa vontade do povo, que não se
insurge contra os absurdos da administração pública. Urge que a sociedade se
conscientize sobre a necessidade de repudiar esses injustificáveis abusos,
manifestar contrariamente às megalomanias dos governantes insensíveis e exigir
que as autoridades públicas tenham primacial compromisso com as causas da
população, evitem que as mordomias e os privilégios palacianos não ultrapassem o
mínimo da razoabilidade e os gastos indispensáveis à manutenção do governo, que
devem se portar em compatibilidade com a situação socioeconômico da nação, e
abdiquem definitivamente do exagero e da luxúria custeados com recursos
públicos. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 04 de agosto de 2012
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