Na Câmara Legislativa
do Distrito Federal, já se tornou procedimento corriqueiro os parlamentares
destinarem, de forma prioritária e sem censura, verbas para eventos artísticos a
serem contratados pelas administrações regionais, normalmente ligadas à base
dos patrocinadores das emendas orçamentárias. A iniciativa dos “proficientes”
deputados é duplamente questionável e condenável, em termos de aplicação de
recursos públicos, porque o dinheiro do contribuinte se destina à realização de
festas e entretenimentos em exclusivo benefício localizado em currais
eleitorais dos autores dos projetos e ainda pelo fato de que as respectivas
contratações estarem eivadas de irregularidades, com destaque para o
descumprimento da legislação para a contratação de apresentações artísticas e a
suspeita de superfaturamento de materiais de infraestrutura. Em todas as
contratações foram verificados prejuízos aos cofres públicos, em decorrência do
pagamento de despesas indevidas e/ou do desvio de recursos. Essa situação
configura verdadeiro escárnio à dignidade do brasiliense, pelo fato de que as
emendas para a atividade Cultura, Desporto e Lazer tiveram incremento de
29,21%, enquanto outras atividades de significativa importância receberam
suplementações ridículas, a exemplo de Educação (6,1%) e Saúde (1,4%), ou seja,
as emendas para áreas essenciais receberam atenção irrelevante, diante das
efetivas carências evidenciadas pela população. Isso mostra, de forma
cristalina, a falta de seriedade e de compromisso dos deputados distritais para com as
causas sociais, ficando demonstrado que eles muito mais preocupados em destinar dinheiro público
para atividade que possa vincular seus nomes aos eventos artísticos, cujos
“investimentos” objetivam unicamente suas reeleições, que são garantidas com suporte em
verbas oriundas dos bestas dos contribuintes, que são obrigados a participar da farra
organizada para poucos, em flagrante desvirtuamento das finalidades precípuas
dos recursos públicos, que devem ser empregados em atendimento aos interesses da
sociedade, ao contrário da forma bairrista e distinta como vem ocorrendo no
caso em comento. Essa e outras abusivas liberalidades com recursos públicos mostram com nitidez a forma
da inutilidade e da falta de objetividade da Câmara Legislativa do DF, que não tem
preocupação em visar à satisfação do bem comum da sociedade, mas a felicidade
dos interesses pessoais dos parlamentares, que acham no direito de manipular o
Orçamento do Distrito Federal, quando a execução desta peça é da exclusiva competência do
Executivo. Os brasilienses lamentam, de forma veemente, a utilização irresponsável
e criminosa de recursos públicos pelos deputados distritais, por ser
prejudicial às causas gerais e essenciais da comunidade, e protestam no sentido
de que seja terminantemente vetada a apresentação de projetos destinados a finalidades
meramente eleitoreiras, por não se conformarem com os princípios fundamentais
da administração pública. Acorda, Brasília!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 03 de agosto de 2012
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