quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Imperdoável incompetência

Desde o primeiro trimestre de 1999, quando houve prejuízo de R$ 1,5 bilhão, causado pela maxidesvalorização do real, a Petrobras não sabia o que era resultado operacional negativo, como o prejuízo de R$ 1,35 bilhão no segundo trimestre do ano. A empresa esclareceu que a causa determinante das perdas foi a desvalorização cambial. Esse prejuízo contrasta com os lucros registrados no primeiro trimestre de 2012, que havia sido de R$ 9,2 bilhões e, no mesmo período do ano passado, de R$ 10,9 bilhões. A diretoria da empresa disse que "A desvalorização do real afetou de maneira relevante o resultado financeiro, pelo nosso endividamento denominado em dólares, mas também os custos dolarizados da companhia". Na sua avaliação, o impacto do câmbio atingiu diretamente o resultado financeiro líquido da empresa, que ficou negativo em R$ 6,407 bilhões, contra ganho de R$ 465 milhões no primeiro trimestre. A Petrobras também responsabiliza a queda dos preços internacionais, que gerou perdas nos estoques das refinarias no exterior, pela queda no lucro operacional. Além de despesas extraordinárias com poços secos e menor exportação de petróleo, fruto da menor produção devido às paradas programadas com vistas ao aumento da eficiência e segurança operacional. O certo é que essa empresa, há bastante tempo, tem sido legítima estatal, onde é normal a existência de cabide de empregos para a família petista, os sindicalistas e as indicações pertencentes ao círculo do compadrio, todos sem especialidade ou qualificação inerentes à área petrolífera; ineficiência gerencial; ingerência política; corrupção; superfaturamento de contratos; nepotismo; contratações de conveniência, em atendimento à indicação partidária. Graças à política corporativista do PT é possível a destruição não somente da economia sólida da Petrobras, mas também a do país. Dificilmente uma empresa do porte da brasileira, com a sua dimensão patrimonial e monopolista, passaria por processo negativo nas suas operações, exatamente porque seus acionistas não permitem ingerência na sua administração. Esse prejuízo evidência de forma escancarada a incompetência petista na gestão de enorme empresa que o mercado mundial não acredita que possa apresentar resultado tão ruim, uma vez que a gestão sobre a produção de petróleo somente dá lucro, quando administrada com capacidade e competência. O exato sintoma disso foi escancarado, há pouco, pelo Valor Econômico, com a revelação de que o PT e PMDB discutem quem será o Diretor Internacional da Petrobras, como forma de mostrar força e poder na indicação de cargos, como se eles fossem capitanias hereditárias, deixando claro qual o grupo que coordena as licitações, as contratações etc., em evidente escárnio à credibilidade dos negócios empresariais. Chega a ser intrigante o fato de que a autossuficiência petrolífera tenha servido apenas de engodo eleitoreiro, porque a sociedade não teve nenhum benefício em razão do seu anúncio, além de que o país continua, de forma inexplicável, importando combustível. Urge que seja promovida faxina generalizada na Petrobras, para acabar com a corrupção, a ingerência política e principalmente a crônica incompetência da sua gestão, como forma de moralizar e buscar a eficiência gerencial nas suas estruturas administrativa e operacional. Acorda, Brasil!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 08 de agosto de 2012

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