segunda-feira, 6 de agosto de 2012

A farsa política

Segundo pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Transporte e divulgada no jornal O Estado de S. Paulo, se a eleição presidencial fosse agora, o último ex-presidente da República seria o candidato favorito dos brasileiros, com os expressivos 69,8% das intenções de voto, que teria como seu concorrente mais próximo um senador do PSDB, com apenas 11,9%, seguido pelo governador de Pernambuco, com 3,2%. Ainda bem que a pesquisa teve por insignificante universo de entrevistados de duas mil pessoas, em 134 municípios de cinco regiões do Brasil, abrangendo aqueles que infelizmente desconhecem o resultado de um governo que se consagrou pela incompetência gerencial, pela improdutividade, pelo caráter déspota, pela anarquia generalizada, pela corrupção descontrolada, pela impunidade descarada, pelas coalizões fisiológicas e por outras mazelas incompatíveis com a administração digna do país, onde a situação atingiu níveis caóticos sob a sua gestão. O descaso foi alcançado em virtude do notório sucateamento dos programas do Estado e de outras gestões prejudiciais aos interesses nacionais, com destaque especial para a saúde, com a falência da rede de assistência hospitalar pública; a educação, diante da degeneração do ensino e da carência de boas instalações e de professores bem remunerados; a segurança pública, com visível crescimento da violência em todas as espécies de criminalidade; o relacionamento com países governados por ditadores, que desrespeitam os princípios democráticos e os direitos humanos; a falta de reformas estruturais, causando graves problemas para o desenvolvimento do país e para a competitividade do parque industrial; os juros altíssimos, contribuindo para agigantar a descontrolada dívida brasileira e a inflação; a pesadíssima carga tributária, sacrificando o custo de vida da sociedade; o crescimento desordenado da máquina pública, com órgãos desnecessários, tendo por finalidade a criação de empregos para os aliados, sindicalistas e outros apaniguados; e a absoluta falta de medidas capazes de sanear as mazelas do país, que foram “resolvidas” perante a opinião pública mediante maciça campanha publicitária enaltecendo o programa Bolsa Família como instrumento competente para mostrar a “preocupação” do governo com as pessoas carentes, enquanto as questões cruciais do país apenas se potencializaram, justamente pelo abandono à eliminação de suas causas. A síntese dos desacertos e da incompetência gerencial petista deixa evidente o abusou da confiança do povo, justamente por permitir que o país permaneça em berço esplêndido do eterno subdesenvolvimento social. Há de se ressaltar a apática ou quase inexistente oposição ao governo, que se mostra de forma incompetente, em incompreensível atuação, não reagindo contra os desgovernos do país, ao ficar silente diante das deficiências gerenciais reinantes. Não há dúvida de que a omissão dos opositores ao governo é tão lamentável ou ainda mais grave quanto ao comportamento daqueles que votariam no ex-presidente, porque estes são desinformados sobre as patifarias praticadas na administração do país, enquanto aqueles têm plena consciência disso, mas, de maneira inexplicável, preferem silenciar, abdicando do seu mais precioso dever partidário de denunciar os malfeitos dos seus adversários políticos, em claro prejuízo aos interesses da nação. Urge que a sociedade seja devidamente informada sobre a verdadeira gestão, em sua integralidade, dos dois últimos governos, para aquilatar quanto aos reais benefícios ou malefícios à nação, de modo que a ignorância sobre os fatos não sirva de parâmetro para se votar em candidato que se passa por herói de araque. Acorda, Brasil!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 05 de agosto de 2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário