Segundo
a Polícia Civil do Distrito Federal, uma filha do ministro da Pesca foi vítima
de sequestro-relâmpago em Brasília. Na versão dela, um homem armado a abordou quando
estacionava seu carro na Quadra Comercial Sul 408. Conforme a Polícia Civil, o
sequestrador a obrigou a dirigir o carro até a região de chácaras de Ceilândia,
onde ela conseguiu fugir. O sequestrador levou o veículo e o celular da vítima.
No mesmo dia, uma jornalista da Globonews, ao sair do trabalho à noite, indo em
direção à sua residência no Lago Norte, teve seu carro roubado por bandidos. Os
veículos roubados não foram localizados nem encontrados os meliantes, que estão
foragidos, possivelmente se preparando para novas emboscadas, livres da ação
policial. Em ambos os casos, felizmente, houve apenas prejuízo material, inexistindo
agressão física, mas não deixa de ser preocupante a extrema insegurança atualmente
na capital do país, onde os brasilienses estão à mercê da bandidagem, expostos
principalmente ao roubo de carro e sequestro-relâmpago. Esses casos têm sido importantes
apenas para alimentar estatísticas que não contribuem para coisa alguma, porque
as autoridades públicas permanecem quietinhas, sem mover uma pena para
solucionar o grave problema, como se nada de anormal estivesse acontecendo na sua
jurisdição. Desta vez, a situação parece mais complicada, por envolver parente
de ministro e senador, que teria a obrigação de exigir das autoridades a adoção
de medidas capazes de, se não para sanear a questão, pelo menos amenizar a
precariedade e o caos por que passa a segurança pública do Distrito Federal,
conforme reclama com frequência a sua população e a do Entorno, que convive com
um dos maiores índices de criminalidade do país. Parece até que a violência e a
criminalidade precisem invadir de vez o Distrito Federal para que as
autoridades se conscientizem sobre a real necessidade do despertar da letargia
dominante e da incompetência que tanto vêm atormentando e intranquilizando os
brasilienses. Seria interessante que a violência, ao bater agora a porta de
filha de ministro, possa sensibilizar os governantes, porque isso já é grave
prenúncio de que a água já chegou ao pescoço da sociedade e o perigo iminente
implora por socorro. Se depender das autoridades distritais, é muito provável
que a situação de insegurança no Distrito Federal piore ainda mais, haja vista
que, há vinte anos, os efetivos das polícias civis e militares permanecem
inalterados, contrastando com o visível e alarmante crescimento populacional, aliado
ao fator complicador da inercia de aumento de empregos, que contribui para disseminar
a criminalidade. Também não se pode descartar o fato de que a violência é cria da
impunidade, mãe da banalização desse câncer social, tão bem respaldado pelo
cipoal da legislação penal complicada e altamente benevolente com as concessões
injustificáveis de progressões de pena, indultos e outros benefícios penais
incompatíveis com as mazelas agravadas pela delinquência. Urge que as
autoridades públicas se conscientizem sobre a necessidade da priorização de
leis duras destinadas ao combate da violência e criminalidade e de maciços
investimentos na ampliação, modernização e preparação das forças de segurança
pública, sob pena de a bandidagem inverter de vez a ordem pública do país,
completando o tranquilo e acelerado processo em pleno andamento nesse sentido,
em afronta às autoridades públicas e às normas constitucionais e legais pertinentes.
Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 27 de agosto de 2012
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