terça-feira, 28 de agosto de 2012

Chega de insegurança

Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal, uma filha do ministro da Pesca foi vítima de sequestro-relâmpago em Brasília. Na versão dela, um homem armado a abordou quando estacionava seu carro na Quadra Comercial Sul 408. Conforme a Polícia Civil, o sequestrador a obrigou a dirigir o carro até a região de chácaras de Ceilândia, onde ela conseguiu fugir. O sequestrador levou o veículo e o celular da vítima. No mesmo dia, uma jornalista da Globonews, ao sair do trabalho à noite, indo em direção à sua residência no Lago Norte, teve seu carro roubado por bandidos. Os veículos roubados não foram localizados nem encontrados os meliantes, que estão foragidos, possivelmente se preparando para novas emboscadas, livres da ação policial. Em ambos os casos, felizmente, houve apenas prejuízo material, inexistindo agressão física, mas não deixa de ser preocupante a extrema insegurança atualmente na capital do país, onde os brasilienses estão à mercê da bandidagem, expostos principalmente ao roubo de carro e sequestro-relâmpago. Esses casos têm sido importantes apenas para alimentar estatísticas que não contribuem para coisa alguma, porque as autoridades públicas permanecem quietinhas, sem mover uma pena para solucionar o grave problema, como se nada de anormal estivesse acontecendo na sua jurisdição. Desta vez, a situação parece mais complicada, por envolver parente de ministro e senador, que teria a obrigação de exigir das autoridades a adoção de medidas capazes de, se não para sanear a questão, pelo menos amenizar a precariedade e o caos por que passa a segurança pública do Distrito Federal, conforme reclama com frequência a sua população e a do Entorno, que convive com um dos maiores índices de criminalidade do país. Parece até que a violência e a criminalidade precisem invadir de vez o Distrito Federal para que as autoridades se conscientizem sobre a real necessidade do despertar da letargia dominante e da incompetência que tanto vêm atormentando e intranquilizando os brasilienses. Seria interessante que a violência, ao bater agora a porta de filha de ministro, possa sensibilizar os governantes, porque isso já é grave prenúncio de que a água já chegou ao pescoço da sociedade e o perigo iminente implora por socorro. Se depender das autoridades distritais, é muito provável que a situação de insegurança no Distrito Federal piore ainda mais, haja vista que, há vinte anos, os efetivos das polícias civis e militares permanecem inalterados, contrastando com o visível e alarmante crescimento populacional, aliado ao fator complicador da inercia de aumento de empregos, que contribui para disseminar a criminalidade. Também não se pode descartar o fato de que a violência é cria da impunidade, mãe da banalização desse câncer social, tão bem respaldado pelo cipoal da legislação penal complicada e altamente benevolente com as concessões injustificáveis de progressões de pena, indultos e outros benefícios penais incompatíveis com as mazelas agravadas pela delinquência. Urge que as autoridades públicas se conscientizem sobre a necessidade da priorização de leis duras destinadas ao combate da violência e criminalidade e de maciços investimentos na ampliação, modernização e preparação das forças de segurança pública, sob pena de a bandidagem inverter de vez a ordem pública do país, completando o tranquilo e acelerado processo em pleno andamento nesse sentido, em afronta às autoridades públicas e às normas constitucionais e legais pertinentes. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 27 de agosto de 2012

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