quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Vergonha nacional

Segundo oficiais generais do Exército, as três Forças Armadas estão em situação precária e de sucateamento, a ponto de a munição disponível ser apenas suficiente para cerca de uma hora de guerra. O fuzil, o FAL, fabricado pela empresa brasileira Imbel, há mais de 45 anos, continua em uso, por falta de reposição por armamento moderno e eficiente. Por motivos estratégicos, não foram informados o total de fuzis que estão em uso, porém mais de 120 mil unidades foram fabricadas há mais de 30 anos. Há escassez nas unidades militares de carros, barcos, helicópteros e outros equipamentos militares. A obsolescência dos meios de comunicações ultrapassa o índice de 92%, sendo que, desse total, mais de 87% dos equipamentos não servem sequer para sucata ou peça de reposição. É difícil acreditar no que disse um general, mas é a pura verdade de que A quantidade de munição que temos sempre foi a mínima. Ela quase não existe, principalmente para pistolas e fuzis. Nossa artilharia, carros de combate e grande parte do armamento foram comprados nas décadas de 70, 80. Existe uma ideia errada de que não há ameaça. Mas se ela surgir, não vai dar tempo de atingir a capacidade para reagir. Esse lamentável e inadmissível abandono às questões relacionadas ao reequipamento e à modernização dos materiais indispensáveis ao eficiente desempenho da defesa nacional demonstra, de forma cristalina, a incompetência do governo, cuja omissão enseja responsabilização das autoridades públicas incumbidas, na forma da Constituição Federal, de zelar pela dignidade da administração pública e da segurança nacional. No caso das Forças Armadas, o país perdeu a capacidade operativa de eficiência, em razão do abandono e da má vontade governamentais, que contribuíram para os inadmissíveis sucateamentos e obsolescências dos materiais bélicos e demais equipamentos militares. Essa ridícula situação já colocou em grave risco a Estratégia Nacional de Defesa, que, como plano de defesa e segurança do país, sua eficácia é nula, por falta de investimentos nas atividades essenciais das Forças Armadas. É de fundamental importância para o Estado, em termos estratégicos de segurança nacional, que ele esteja preparado e bem instrumentado, de forma intensiva, para se defender das ameaças, dos ataques inimigos, com respaldo em mecanismos capazes de reação imediata e competente. Entretanto, nas condições atuais, o país encontra-se plenamente desprotegido, em virtude da falta do reaparelhamento das tropas e das condições de mobilidade e de rapidez na resposta aos riscos e ataques à sua integralidade. Na contramão da história, os narcotraficantes e criminosos dão mostra frequente do seu poderio, em termos de quantidade e de armar e munições modernas e eficientes, fazendo inveja e humilhando o Exército brasileiro, que, de forma vexatória, fica à mercê da incompetência do governo para exercer, precariamente, a sua gloriosa função constitucional. Por questão de soberania nacional, o Estado tem primordial dever de se preparar para responder de imediato qualquer espécie de provocação, não permitindo qualquer ameaça estrangeira, mas, para possibilitar reação à altura, convém que os governantes se conscientizem com urgência sobre a imperiosa necessidade do aperfeiçoamento e do reaparelhamento das Forças Armadas, não importando o custo para proporcionar defesa à integridade nacional. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 15 de agosto de 2012

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