Segundo oficiais generais do Exército, as três
Forças Armadas estão em situação precária e de sucateamento, a ponto de a
munição disponível ser apenas suficiente para cerca de uma hora de guerra. O
fuzil, o FAL, fabricado pela empresa brasileira Imbel, há mais de 45 anos,
continua em uso, por falta de reposição por armamento moderno e eficiente. Por
motivos estratégicos, não foram informados o total de fuzis que estão em uso, porém
mais de 120 mil unidades foram fabricadas há mais de 30 anos. Há escassez nas
unidades militares de carros, barcos, helicópteros e outros equipamentos
militares. A obsolescência dos meios de comunicações ultrapassa o índice de 92%,
sendo que, desse total, mais de 87% dos equipamentos não servem sequer para sucata ou peça
de reposição. É difícil acreditar no que
disse um general, mas é a pura verdade de que “A
quantidade de munição que temos sempre foi a mínima. Ela quase não existe,
principalmente para pistolas e fuzis. Nossa artilharia, carros de combate e
grande parte do armamento foram comprados nas décadas de 70, 80. Existe uma
ideia errada de que não há ameaça. Mas se ela surgir, não vai dar tempo de
atingir a capacidade para reagir. Esse lamentável e inadmissível abandono às
questões relacionadas ao reequipamento e à modernização dos materiais indispensáveis ao eficiente desempenho da defesa nacional
demonstra, de forma cristalina, a incompetência do governo, cuja omissão enseja
responsabilização das autoridades públicas incumbidas, na forma da Constituição
Federal, de zelar pela dignidade da administração
pública e da segurança nacional. No caso das Forças Armadas, o país perdeu a
capacidade operativa de eficiência, em razão do abandono e da má vontade
governamentais, que contribuíram para os inadmissíveis sucateamentos e
obsolescências dos materiais bélicos e demais equipamentos militares. Essa
ridícula situação já colocou em grave risco a Estratégia Nacional de Defesa,
que, como plano de defesa e segurança do país, sua eficácia é nula, por falta
de investimentos nas atividades essenciais das Forças Armadas. É de
fundamental importância para o Estado, em termos estratégicos de segurança
nacional, que ele esteja preparado e bem instrumentado, de forma intensiva,
para se defender das ameaças, dos ataques inimigos, com respaldo em mecanismos capazes de
reação imediata e competente. Entretanto, nas condições atuais, o país
encontra-se plenamente desprotegido, em virtude da falta do reaparelhamento das
tropas e das condições de mobilidade e de rapidez na resposta aos riscos e
ataques à sua integralidade. Na contramão da história, os narcotraficantes e
criminosos dão mostra frequente do seu poderio, em termos de quantidade e de armar e munições
modernas e eficientes, fazendo inveja e humilhando o Exército brasileiro,
que, de forma vexatória, fica à mercê da incompetência do governo para exercer,
precariamente, a sua gloriosa função constitucional. Por questão de soberania nacional,
o Estado tem primordial dever de se preparar para responder de imediato
qualquer espécie de provocação, não permitindo qualquer ameaça estrangeira,
mas, para possibilitar reação à altura, convém que os governantes se
conscientizem com urgência sobre a imperiosa necessidade do aperfeiçoamento e do
reaparelhamento das Forças Armadas, não importando o custo para proporcionar defesa
à integridade nacional. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 15 de agosto de 2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário