Um senador do PSDB/GO propõe a extinção dos
salários dos vereadores das cidades com até cinquenta mil habitantes, conforme
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada à Comissão de Constituição
e Justiça do Senado (CCJ). Caso a proposta seja aprovada, pelos menos 90% das
câmaras de vereadores serão afetadas. A referida PEC também limita o total da
despesa dessas câmaras até o máximo de 3,5% da arrecadação municipal. Na sua
avaliação, a medida terá reflexo positivo, porquanto serão atingidos
aproximadamente 89,41% dos municípios brasileiros. No seu entendimento, os
vereadores assumirão seus cargos por pura vocação cívica, honorabilidade ou
capacidade profissional, tendo por princípios o comprometimento ético, o
interesse público e o desenvolvimento local. Consta da justificativa que a Lei
Maior permite que o vereador acumule cargo público ou outras funções no caso de
compatibilidade de horários. Ele ressaltou ainda que, na maioria dos
municípios, os vereadores reúnem-se duas ou três vezes ao mês e isso viabiliza prática
de outras atividades profissionais. A PEC em tela poderia ter sido mais
verdadeira e completa, caso o senador tivesse a coragem e a dignidade de também
tratar da remuneração dos parlamentares em geral, eliminando por completo os injustificáveis
e indecentes auxílios, ajudas, verbas de gabinete e outras vantagens
incompatíveis, em termos de custo-benefício, com a sua produtividade colocada à
disposição dos brasileiros. Lembrando que o parlamento brasileiro é um dos mais
caros do mundo e tem a fama de menos trabalhar, ante ao péssimo hábito de se
reunir semanalmente de terça-feira até quinta-feira, isso quando comparecem ao
serviço. Não obstante, a proposta em apreço vem em bom momento, porque
evidencia a realidade socioeconômica do país, que tem sido sugado pelas piores formas
por políticos aproveitadores dos recursos do contribuinte, que não suporta mais
tanta insensibilidade por parte daqueles que ingressam na vida pública com a
exclusiva finalidade de se beneficiar do erário. Quase a totalidade dos
políticos nada faz para justificar a alta remuneração recebida por eles, que
ainda fazem jus aos famigerados, abomináveis e vergonhosos penduricalhos referidos
acima, motivo de constantes questionamentos sobre a sua real necessidade. Essas
indecências são compulsoriamente debitadas nas contas dos otários
contribuintes, que têm o único direito de estrebuchar e de se indignar cada vez
que essas excrescências são majoradas ao bel-prazer dos inescrupulosos
políticos, que somente reverenciam a sociedade por ocasião das campanhas
eleitorais, à procura de votos. A sociedade exige que os parlamentares tenham a
sensatez e a sensibilidade de reconhecer a injustiça cometida contra o erário, quanto
à fixação da sua remuneração, que deveria ter por parâmetro valores apenas razoáveis,
dignos e justos, observada para tanto a realidade da penúria e da carência da
expressiva população brasileiro, que não permite que os servidores públicos,
incluídos em especial os políticos, tenham vencimentos abusivos, exorbitantes e
injustificáveis, como aqueles que são normalmente pagos nos parlamentos brasileiros.
Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 14 de agosto de 2012
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