A
presidente da República visitou Londres, em viagem de turismo, com numerosa comitiva
de autoridades, custeada pelos bestas dos contribuintes, para assistirem a
cerimônia de abertura da Olimpíada. Na ocasião, essa comitiva participou não só
da festa programada, mas dos coquetéis e das recepções reais, tudo fazendo
parte dos festejos, mas sem qualquer benefício para o interesse do país. Os
famosos comensais não esperaram para presenciar o grandioso fiasco que os brasileiros
estão protagonizando na Vila Olímpica, onde os patrícios estão vendo as
vitórias dos concorrentes bem preparados. O certo é que o governo não tem
política nem prioridade para o desporto nacional, deixando que agremiações
desportivas invistam na preparação dos atletas, para participarem dos jogos
olímpicos. Se não houver urgente conscientização do governo sobre a
qualificação de atletas e estruturação pertinentes, mediante cumprimento de
metas e planejamentos apropriados, o país jamais será potência esportiva, em
compatibilização à sua grandeza territorial. Caso contrário, a Olimpíada do Rio
poderá ser objeto de gozação e de vergonhoso vexame, como ocorreu com a Grécia,
que, como país sede da Olimpíada de 2004, sequer conseguiu figurar, no quadro
de medalhas, entre os 10 primeiros países. Não obstante, deverão ser liberadas
verbas bilionárias para a construção da Vila Olímpica e das instalações para o
evento, mas inexiste previsão de gastos para a formação de superatletas, destoando
da Grã-Bretanha, que investiu também na preparação dos atletas e, com mérito,
está colhendo os louros, com a ostentação do imponente terceiro lugar no quadro
das medalhas. Em termos esportivos, não deixa de ser desolador haver abundantes
gastos com a infraestrutura da Olimpíada, sem que o país se organize quanto ao
preparo dos seus atletas, em prevenção ao vexame protagonizado pelos brasileiros
em Londres, que devem trazer algumas medalhas, porém longe de mostrar a
capacidade de quem vai sediar a próxima Olimpíada. Como forma de reestruturação
do esporte, para torná-lo competitivo, basta o país mirar no inadmissível
descaso quanto ao futebol feminino, sempre abandonado pelos cartolas da CBF,
mas nas Olimpíadas ele é reunido às pressas, com atletas despreparadas e o
resultado é um tremendo fiasco, com a sua precoce desclassificação. O Brasil, com 200 milhões de
habitantes, não consegue alcançar resultados condizentes com a sua dimensão
territorial, em virtude da plena incompetência de gerenciamento do desporto, que
é entregue a dirigentes perpétuos nos mandos das federações e confederações
esportivas, cuja mentalidade não consegue suplantar os métodos retrógrados e
improdutivos. É evidente que faltam estruturas e investimentos públicos para a
educação e os esportes e isso reflete na exacerbada corrupção, nos altos índices
de violência e noutros malefícios sociais. Urge que o espírito olímpico renove,
de forma radical, a mentalidade dos governantes e responsáveis pela organização
dos jogos olímpicos de 2016, no sentido de que sejam aprovadas políticas
necessárias à preparação e ao treinamento dos atletas, de modo que a representação
do país seja feita com competência, eficácia e eficiência, evitando os pífios
resultados até agora obtidos nesses jogos. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 08 de agosto de 2012
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