sábado, 11 de agosto de 2012

O Brasil precisa sorrir

Em campanha política, a presidente da República vai à Região Norte de Minas Gerais, para divulgar ações do programa federal de atendimento odontológico gratuito, denominado "Brasil Sorridente". Na ocasião, varias categorias de servidores federais que estão em greve fizeram questão de recepcioná-la, com reivindicação de reajuste salarial. Segundo o Ministério da Saúde, a cerimônia de anúncio da ampliação do programa será realizada simultaneamente em mais quatro localidades. Ainda naquela cidade, a mandatária, além de anunciar a ampliação do citado programa, vai entregar à população unidades odontológicas móveis. Por ser incrementado justamente em plena campanha eleitoral e, pasmem, em apenas poucas cidades estratégicas, como atitude própria do governo, que sempre lança algum programa coincidindo com o pleito das urnas, com o propósito de beneficiar candidatos do seu partido, o “Brasil sorridente” até parece que foi preparado mais para servir aos fins políticos, porquanto, no plano geral, a população continua mesmo com o programa “Brasil envergonhado e desesperançado”. Na verdade, o povo fica “só rindo”, para não chorar, não somente por falta de dentes, mas por carência mesmo de reais motivos para ri, diante de alguém que não é candidata, mas tem o descaramento de sair pelo país afora, fazendo campanha política para outrem, gastando o dinheiro dos nossos impostos e, ainda, sem o menor escrúpulo, dizendo que não tem dinheiro para bancar o reajuste dos vencimentos dos servidores públicos, aqueles que ainda trabalham, produzem e pagam escorchantes tributos. O Brasil sorridente poderia ser aquele país que tivesse governo capaz de entender os anseios da sociedade, que soubesse priorizar as reais necessidades do povo e tivesse a competência de combater com vigor as pletoras mazelas reinantes, potencializadas com o incremento da violência e da criminalidade, principalmente do tráfego de drogas; a deficiência no atendimento dos doentes nos hospitais públicos e do Sistema Único de Saúde; a péssima qualidade do ensino público; a falta ou a deficiente conservação de estradas, portos e ferrovias; a pesada e abusiva carga tributária; e tantas outras incompetências gerenciais que contribuem de forma decisiva muito mais para que o Brasil, ao invés de sorrir, chore copiosamente, implorando aos deuses por um governo que tenha capacidade para compreender as prioridades da nação; que tenha coragem para enfrentar os corruptos e os aproveitadores dos recursos públicos; que diga não às coalizões e coligações fisiológicas, prejudiciais aos interesses nacionais; que gerencie o país tendo o auxílio da administração pública preparada, eficiente e eficaz, constituída tão somente de órgãos suficientes para o atendimento do interesse público; que tenha a inteligência de perceber que o custo Brasil atingiu o ápice do estrangulamento da plena produtividade, impedindo que o parque industrial brasileiro perca gradativa competitividade, com consequente prejuízo para o trabalhador brasileiro; e, afinal, que tenha a dignidade de observar os fundamentais princípios da administração pública, na condução dos negócios da nação. Urge que o povo tenha real condição de sorrir plenamente, a partir da renovação gerencial do país por pessoa capaz de trabalhar apenas com a finalidade de solucionar as momentosas questões que afligem o povo brasileiro. Acorda, Brasil!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 10 de agosto de 2012

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