Em
campanha política, a presidente da República vai à Região Norte de Minas
Gerais, para divulgar ações do programa federal de atendimento odontológico
gratuito, denominado "Brasil Sorridente". Na ocasião, varias
categorias de servidores federais que estão em greve fizeram questão de
recepcioná-la, com reivindicação de reajuste salarial. Segundo o Ministério da
Saúde, a cerimônia de anúncio da ampliação do programa será realizada
simultaneamente em mais quatro localidades. Ainda naquela cidade, a mandatária,
além de anunciar a ampliação do citado programa, vai entregar à população
unidades odontológicas móveis. Por ser incrementado justamente em plena
campanha eleitoral e, pasmem, em apenas poucas cidades estratégicas, como atitude
própria do governo, que sempre lança algum programa coincidindo com o pleito
das urnas, com o propósito de beneficiar candidatos do seu partido, o “Brasil
sorridente” até parece que foi preparado mais para servir aos fins políticos,
porquanto, no plano geral, a população continua mesmo com o programa “Brasil
envergonhado e desesperançado”. Na verdade, o povo fica “só rindo”, para não
chorar, não somente por falta de dentes, mas por carência mesmo de reais
motivos para ri, diante de alguém que não é candidata, mas tem o descaramento
de sair pelo país afora, fazendo campanha política para outrem, gastando o dinheiro
dos nossos impostos e, ainda, sem o menor escrúpulo, dizendo que não tem
dinheiro para bancar o reajuste dos vencimentos dos servidores públicos,
aqueles que ainda trabalham, produzem e pagam escorchantes tributos. O Brasil
sorridente poderia ser aquele país que tivesse governo capaz de entender os
anseios da sociedade, que soubesse priorizar as reais necessidades do povo e
tivesse a competência de combater com vigor as pletoras mazelas reinantes,
potencializadas com o incremento da violência e da criminalidade,
principalmente do tráfego de drogas; a deficiência no atendimento dos doentes
nos hospitais públicos e do Sistema Único de Saúde; a péssima qualidade do
ensino público; a falta ou a deficiente conservação de estradas, portos e ferrovias;
a pesada e abusiva carga tributária; e tantas outras incompetências gerenciais
que contribuem de forma decisiva muito mais para que o Brasil, ao invés de
sorrir, chore copiosamente, implorando aos deuses por um governo que tenha
capacidade para compreender as prioridades da nação; que tenha coragem para
enfrentar os corruptos e os aproveitadores dos recursos públicos; que diga não
às coalizões e coligações fisiológicas, prejudiciais aos interesses nacionais;
que gerencie o país tendo o auxílio da administração pública preparada,
eficiente e eficaz, constituída tão somente de órgãos suficientes para o
atendimento do interesse público; que tenha a inteligência de perceber que o
custo Brasil atingiu o ápice do estrangulamento da plena produtividade, impedindo
que o parque industrial brasileiro perca gradativa competitividade, com consequente
prejuízo para o trabalhador brasileiro; e, afinal, que tenha a dignidade de
observar os fundamentais princípios da administração pública, na condução dos
negócios da nação. Urge que o povo tenha real condição de sorrir plenamente, a
partir da renovação gerencial do país por pessoa capaz de trabalhar apenas com
a finalidade de solucionar as momentosas questões que afligem o povo
brasileiro. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 10 de agosto de 2012
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