Num dos seus muitos momentos de delírio, o ex-presidente
da República petista, a par de criticar a imprensa durante uma das poucas
cerimônias que tem participado ultimamente, se comparou ao ex-presidente
norte-americano Abraham Lincoln, tendo afirmado que os dois apanharam bastante da
imprensa. A sua inusitada e absurda comparação deve ser fruto do pouco
conhecimento da vida do presidente americano, pois, segundo ele: “Esses dias eu estava lendo o livro do
Lincoln. Eu fiquei impressionado como a imprensa batia no Lincoln em 1860.
Igualzinho bate em mim. E o coitado não tinha nem computador. Ele ia para telex
(para responder)”. Na ocasião, o petista disse que a mídia não lhe dar espaço,
mas nem por isso ele vive reclamando aos quatro cantos, porque “Eu agora quero reclamar o que falta eu fazer
para ter o espaço que eu quero independentemente deles.”. A sua
insatisfação ficou patenteada quando propôs a criação da sua mídia, ao afirmar:
“Por que não começamos a organizar a
nossa mídia? Ao invés de cada um ficar falando o que pensa, por que não tenta
organizar um pensamento mais coletivo. Nós temos condição de fazer isso e o
movimento vai precisar disso”. Ele também reclamou que os meios de
comunicação não acompanham nem dão destaque aos movimentos sociais, ao
enfatizar que “Neste país, esses
formadores de opinião pública eram contra a campanha das diretas. Só foram para
rua quando foram 300 mil pessoas para a Praça da Sé. Essa gente não era contra
a derrubada do Collor também. Essa gente nunca quis que eu ganhasse as
eleições. Nunca quis que Dilma ganhasse as eleições. Aliás, não gostam de gente
progressista". Noutra passagem, o ex-presidente atribui seu sucesso à
desaprovação que recebia da mídia, nestes termos: “Eu acho que a bronca que eles tinham de mim era o meu sucesso e, agora,
é o sucesso da Dilma. Eles não admitem que uma mulher que veio de onde ela veio”.
Em tom de deboche, como é do seu estilo político, ele afirmou que, face ao
descrédito de que o Partido dos Trabalhadores ganharia espaço em Brasília, ele
disse ter se mantido persistente. “Eles (adversários) não vão deixar, mas nós vamos chegar ao
andar de cima. Nós chegamos e gostamos”. Desta vez, a alucinação do ex-presidente
parece ter extrapolado os limites da racionalidade e do bom senso, para não se
referir a uma grosseira infâmia, por ter a petulância de se comparar a Abraham Lincoln,
que é considerado um dos maiores presidentes dos EUA de todos os tempos, por
ter sido verdadeiro estadista, no sentido de respeitar e cumprir fielmente as
funções essenciais do Estado. Um dos seus maiores feitos foi ter posto fim à
escravidão no seu país, mesmo tendo sido combatido severamente até mesmo por
sua esposa, ao lembrar-lhe que ele tinha imenso poder e era amado pela
população, não podendo, por isso, aprovar uma medida tão impopular como a
decretação do fim da escravidão. Apesar de a admoestação sobre a impopular
medida, Lincoln a efetivou e, por essa e outras importantes atitudes de grande
estadista, ele entrou para a história como um homem de visão, de princípios e
de imensa coragem. Ao contrário de quem tem ideias apenas megalomaníacas, que
poderá entrar para a história política, por ter sido o poderoso-chefão do maior
esquema de corrupção da história do Brasil, cognominado mensalão, em que a famigerada
quadrilha organizada e operacionalizada dentro do Palácio do Planalto, sede
presidencial, desviava dinheiros dos cofres públicos para a compra de apoio de
parlamentares no Congresso Nacional. Ele também passará para a história pelo estilo
indigno de fazer política, tendo como principal escopo as coalizões espúrias,
envolvendo o rateio de órgãos públicos e empresas estatais entre os partidos
aliados da sua base de sustentação, em mera troca de apoio político, tendo por
objetivo a perpetuação no poder, que foi alcançado, como ele afirma “chegamos e gostamos”. Ele deverá ser lembrado
pela incompetência, por nada ter feito para o país e por ter turbinado o
programa bolsa família, como forma de consolidar o populismo capaz de ser recompensado
nos pleitos eleitorais, como sistema preferencial dos socialistas que
distribuem renda para a pobreza, em sacrifício dos bestas dos contribuintes.
Além disso, será lembrado por ter enriquecido no poder, exatamente com a
proteção daqueles que se beneficiaram igualmente da máquina do Estado. A
sociedade anseia por que os homens públicos se despertem da ridícula letargia que
os leva a se comparar indevida e injustamente às personalidades mundiais, na
tentativa de passar para o povo uma imagem inexistente e altamente prejudicial
aos interesses do país. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 30 de março de 2013
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