Uma norte-americana,
que foi considerada “a mulher mais feia
do mundo”, depois de ter inspirado milhões de pessoas com sua instigante palestra,
proferida em dezembro de 2013, nos EUA, espera, agora, alcançar audiência bem
maior com a apresentação de documentário "anti-bullying" sobre sua
história. Ela justificou a edição de seu trabalho com a afirmação de que "Eu sei o que é sofrer bullying na vida e na
internet, e quero proteger quem acha que não vai ficar melhor". Ela foi
acometida por síndrome raríssima, registrada em somente mais outra pessoa no
mundo, cuja doença a impede de ganhar peso. Além de nunca ter atingido o peso de
30 kg, ela é cega de um olho. Em entrevista, a moça disse que "A ideia é que as pessoas vejam o
documentário e percebam que, sim, é possível superar tudo". Ela explicou
que mudou a sua vida aos 17 anos, a partir do momento que se viu num vídeo intitulado
"a mulher mais feia do mundo",
fazendo referência à sua pessoa. Havia comentários deprimentes no vídeo, entre
outros, como: "Faça um favor ao
mundo e coloque uma arma na sua cabeça". As opiniões depreciativas
tiveram o condão de contribuir para que ela tirasse proveito sobre a pequenez da
mentalidade humana, que se acha no direito de criticar por simples prazer, sem
o menor esforça para compreender a gravidade do mal que pode estar acometendo
às pessoas, sem medir as consequências da sua conduta desumana. A jovem, diante
das nefastas críticas, não se abateu, mas tirou proveito para se fortalecer,
tendo resolvido agir. Ela disse: "Em
vez de apenas me esconder nas minhas lágrimas, eu escolhi ser feliz e entender
que essa síndrome não é um problema, mas uma bênção que me permite melhorar e
inspirar outras pessoas". Desde que viu o vídeo e os comentários, ela concluiu
a faculdade, escreveu três livros de autoajuda e ganhou dezenas de milhares de
seguidores no Facebook, Twitter e YouTube. Uma amiga dela disse que "Lizzie tem tal força interior e senso de
humor que qualquer um pode se relacionar com ela. Todos nós temos dificuldades
na vida, mas nada comparado ao que ela teve. Sua atitude positiva eleva o
espírito de qualquer pessoa no mundo.". Ela aceita conformada a sua
doença, por saber que não há possibilidade de cura. Em conclusão sobre a sua
situação, ela declarou que “Eu percorri
um caminho tão longo para aceitar quem eu sou e pertencer a mim mesma que, se
eu mudasse alguma coisa sobre mim, eu não seria Lizzie, não seria fiel a mim
mesma.". O caso dessa pessoa evidencia que a parcela significativa da
humanidade vive no mundo das aparências e da fantasia, ao ignorar a verdadeira
realidade da vida. Apesar dos percalços causados pela enfermidade, ela considera
que sua aparência física tem pouca significância como ser humano, porquanto o
que interessa para a moça é a valorização do verdadeiro sentimento da vida e da
felicidade e estar em paz consigo, independentemente do que as pessoas pensem
ou imaginem sobre ela. A jovem deixa muito claro que pouco importa a opinião de
quem deveria estar se preocupando com a própria personalidade, que certamente não
é perfeita. Normalmente a pessoa que tem opinião sobre seu semelhante se
esquece de enxergar seus defeitos, que são tão grandes que impedem que ela
consiga identificá-los como aleijões. É bem verdade que a evolução da
humanidade já contribuiu para a mudança de comportamento de grande parte do ser
humano, mas ainda existe parcela expressiva de gente que insiste em não acompanhar
e aceitar os ensinamentos benfazejos da modernidade. Essa triste realidade é
refletida por meio do bullying, que,
infelizmente, ainda encontra campo fértil para atanazar e infernizar o pacífico
relacionamento das pessoas, apenas pelo instinto de provocação e de puro
desamor, em se tratando que quem é incomodada com o bullying sempre age com serenidade e normalmente tem conduta de
compaixão, de compreensão e de sabedoria, em contraposição aos animais humanos
que preferem tiranizar, maltratar, intimidar, sem a menor piedade para com o
seu semelhante. O exemplo dessa moça é altamente ilustrativo, que, mesmo sendo
considerada a mulher mais feia do mundo, aproveita o fato para mostrar e
ensinar ao seu semelhante justamente os lados positivo e bom da vida, como
forma sábia e inteligente de dizer que a feiura se encontra dentro das pessoas
que não querem perceber que a boniteza externa nem sempre condiz com a verdade
real, porque a beleza pode não representar a dignidade, a pureza existente no
coração das pessoas consideradas fisicamente feias, que são assim apenas por
circunstâncias da vida, conquanto, em compensação, suas atitudes são capazes de
impressionar pela bondade, pela pureza de sentimento e pelo amor verdadeiro.
Não à toa que o caso dessa moça confirma o velho e famoso, mas sempre atual
adágio de que quem ver cara, não ver coração, ou seja, pouco importa a feiura
física, quando o coração mostra toda ternura que o ser humano precisa para ser
feliz e cultuar os bons princípios naturais para a melhor convivência entre
irmãos. À vista do caso em comento e de muitos outros semelhantes a ele, é
razoável se imaginar que a feiura se revela invisível no íntimo das pessoas, mas
bastante explícita e feroz na maneira preconceituosa da injustificável discriminação,
que é forma perversa de violência e de agressão, com o poder de ferir
profundamente o semelhante não fisicamente belo, que, ao contrário, normalmente
é sensível, amável e interessado a contribuir para a harmoniosa construção,
efetiva e feliz, da melhoria das relações entre os humanos. O caso em referência
enseja a urgente necessidade de a humanidade elevar seu pensamento à montanha das
sábias e inteligentes reflexões, como forma de se alcançar a tão sonhada
felicidade, sabendo-se que a maior deformidade do ser humano não diz respeito
ao aspecto físico, mas sim ao psicológico, que se encontra na sua mente, que
tem o dever de agir em benefício do domínio de pensamentos construtivos.
Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 28 de maio de 2014
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