O anúncio da correção da tabela
do Imposto de Renda para pessoa física pela presidente da República, no
percentual de 4,5%, representa verdadeiro disparate oportunista e politiqueiro,
por ter cunho destinado a mostrar a face “caridosa” do governo, mas, sobretudo,
constrangedor e frustrante para a sociedade, que anseia sim pela atualização do
valor pertinente em pelo menos 66%, para recuperar as perdas provocadas pela
defasagem da corrosão dos percentuais pela inflação, que é medida oficialmente,
nos últimos anos. Trata-se de evidente desespero de causa por parte da
candidata à reeleição, que vê diluírem-se pelos ralos da incompetência
administrativa, dos conchavos e das alianças espúrias, das coalizões
fisiológicas, envolvendo o loteamento de ministérios e empresas estatais entre
a base de sustentação do governo, da incompetência na gestão da Petrobras,
entre outras precariedades administrativas, as chances de conquistar novo
mandato, pela evidente queda das preferências de intenção de votos dos
eleitores, que certamente estão se conscientizando sobre as oportunidades desperdiçadas,
jogadas para o espaço pelo governo, por ter prometido mundos e fundo, mas nada de
concreto foi realizado nem minimamente para aperfeiçoar e modernizar as
estruturas funcionais do Estado, sem as quais o país padece pela falta de
mecanismos de eficiência administrativa, que o impede de crescer e se desenvolver
social, política e economicamente. A elevadíssima carga tributária, que já
devia ter sido reformulada racionalmente à realidade brasileira e mundial, é fator
preponderante que contribui para o estrangulamento da economia, sobremodo por
prejudicar a expansão do parque industrial, que é forçado a reduzir
drasticamente a produção nacional e a capacidade competitiva com os produtos
importados. Sem as reformas estruturais, o país não somente afugenta os investidores
internacionais, como dificulta a aplicação de capitais estrangeiros em novos
empreendimentos, justamente porque o risco supera a garantia do retorno
financeiro. No momento, as empresas estrangeiras estão retornando à sua origem,
por não serem mais atrativos os investimentos no Brasil devido aos empecilhos
decorrentes dos injustificáveis tributos e dos astronômicos encargos sociais e
previdenciários, entre outros entraves que governo experiente e bem assessorado
já teria tido a noção de solucioná-los, com a urgente eliminação dos gargalos
que impedem o desenvolvimento nacional. Não obstante, a inércia e o desprezo à
tomada de iniciativa com vistas à aprovação de medidas capazes de assegurar o
progresso do país evidenciam completa irresponsabilidade dos administradores públicos,
por permitirem, mediante omissão, enormes prejuízos social e econômico à nação,
por continuar sob o jugo da incompetência e do despreparo para o acionamento de
mecanismos transformadores do retrocesso em políticas de modernidade e de
progresso. Em síntese, há evidência de que o anúncio da correção da aludida
tabela foi indiscutivelmente desastroso, por ter sido feito em data
intempestiva e imprópria, com a tentativa de demonstrar situação inexistente e de
completa hipocrisia, absolutamente sem o menor nexo com a realidade da administração
do país. Além de injustificável o
anúncio, o índice aprovado é frustrante e deplorável, por ser inferior à
inflação medida pelo órgão oficial, fato que agrava em muito a carga tributária
sobre os contribuintes, que sente no bolso a diminuição da sua capacidade
contributiva e de compras. Não bastasse a visível injustiça tributária, devido à
defasagem representada no percentual inferior ao índice de inflação oficial, a
sua vigência somente se efetivará no próximo ano. O anúncio, além de
irreal, é enganoso, porque os contribuintes já tinham feito contas sobre a
"bondade", imaginando que a correção vigeria imediatamente. O certo é
que tudo não passou de mera encenação para contextualizar, de forma
estratégica, mero marketing eleitoreiro, enfeixado em pacote com objetivos planejados
por marqueteiros, para a presidente retomar a simpatia dos eleitores, que, ao
contrário, devem ter ficado cada vez mais insatisfeitos com os desastrosos atos
politiqueiros e oportunistas dela, que prefere agir e se orientar artificialmente
por marqueteiros e gurus, cujas contribuições permitiram tão somente consolidar
a estagnação do crescimento do país, o absolutismo das estruturas arcaicas do
Estado e a reafirmação da lamentável situação de subdesenvolvimento da nação. O
povo precisa se conscientizar, com urgência, sobre as precariedades administrativas
do país, como forma de se encontrar estadista que tenha a sensibilidade e a
racionalidade para promover prioristicamente as tão sonhadas reformas das
estruturas do Estado e a gestão da eficiência e sobretudo da verdade. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 11 de maio de 2014
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