Há coisas que somente
devem acontecer em Cuba, como o caso do escritor de maior sucesso no momento
naquele país, que se vangloria por ter conseguido publicar importante livro na
ilha, quando ele nem acreditava que isso pudesse acontecer sem que tivesse a
censura do regime ditatorial, mas ele somente acreditou que o livro seria liberado
em Cuba quando o viu impresso e exposto à venda, fato esse que o levou a
concluir que há algum indício de que as coisas estão mudando na ilha, depois da
publicação do seu livro. Todavia, o escritor estranha o fato de que, apesar de
o livro ter sido publicado em Cuba, não houve qualquer manifestação pela
imprensa oficial, que permaneceu em completo silencia sobre o fato e isso pode
significar forma de resposta ao que versa sua obra. No frigir dos ovos, o livro
do cubano deve enaltecer, se não seria publicado, as “qualidades” perversas e
malévolas dos irmãos castristas como “necessárias” e “importantes” para o povo
cubano, que, além de restringir a liberdade de expressão e o usufruto dos
demais princípios democráticos, ainda priva-o dos gêneros de primeira
necessidade, que são distribuídos sob sistema de racionamento e de rigoroso
controle, bem assim de não permitir o acesso do povo aos avanços tecnológicos
há muito tempo disponibilizados nos demais países do mundo, cujo povo se
beneficia dos benfazejos ares da liberdade, democracia e modernidade, próprios
dos povos civilizados e livres para viverem como seres humanos dignos. É por
demais estranho o fato de causar surpresa a publicação de obra literária de
autoria do mais famoso escritor do país, como se isso fosse algo extraordinário
e motivo de espanto de o governo ter consentido a publicação de um livro, que
expressa tão somente o pensamento literário de um autor, ou seja, não deve
conter nada escrito que possa atiçar a sanha sanguinolenta dos ditadores. Em
razão da publicação dessa obra, o escritor cubano veio ao Brasil, para lançá-la
em terras tupiniquins, para o gáudio dos admiradores da ilha. Ao ensejo, ele
falou, em entrevista, alguns casos estarrecedores que ainda acontecem no país
caribenho, a exemplo da atual situação cubana, que, para ele, há visível
evolução e se encontra bem melhor do que no passado, ou talvez esteja
diferente. Ele disse que “Hoje em dia, o
problema não é que seja difícil comprar determinado alimento ou ter acesso a
determinado objeto material. Hoje, o problema é conseguir dinheiro para comprar
essas coisas. Um cubano ganha em média US$ 25 ou US$ 30 por mês, e 1 litro de
óleo de soja custa US$ 2,50. Quer dizer: 1 litro de óleo de cozinha leva 10% de
todo o salário. Aí está o grande problema atual.”. O escritor foi bastante
destemido, ao descrever com a fidelidade corajosa do seu saber, a real situação
por que passam seus conterrâneos, afirmando com fidelidade que “O mais importante é que em Cuba, ainda que
as pessoas sejam muito pobres, a pobreza não chega a ser extrema. Há quem tenha
mais possibilidades econômicas, outros que têm menos, mas o país segue sendo
uma sociedade mais igualitária. É algo que se construiu em muitos anos e só
agora começa a ter algumas rachaduras. Parte da população não tem mais o
espírito de minha geração. Acreditávamos no futuro. Acreditávamos que, com nosso
trabalho e nosso esforço, teríamos uma vida melhor. Esse sonho virou fumaça.
Muitos não acreditam mais nisso. Há um cansaço histórico. São muitos anos de
sacrifício, e muita gente não saiu do mesmo lugar. Muitos até retrocederam em
suas possibilidades pessoais”. As declarações do escritor cubano, vistas e
analisadas por pessoas normais e de bom sendo, podem ser consideradas
extremamente chocantes, cruéis e alarmantes, por revelarem situações
absolutamente inadmissíveis em pleno século XXI, diante da modernidade e da
evolução econômica, social, política e principalmente democrática, quando os
fatos que ainda acontecem na ilha do obsoleto comunismo evidenciam práticas e
relações sociais compatíveis com a era paleolítica. É evidente que somente os
intelectuais, como o aludido escritor, estão tendo condições de perceber as
precariedades da terrível repressão, da fechadura das liberdades e da
humilhação do povo cubano, que é submetido ao mais angustiante atraso
humanitário da história contemporânea e privado não somente da plena liberdade
de seus sentimentos, mas da saudável participação das conquistas dos conhecimentos,
que propiciaram modernidade e inovação em benefício das condições de vida do
ser humano, que não pode ser privado do direito de viver em plenas liberdades.
Não se concebe que, em plena maturidade da modernidade tecnológica e científica,
onde prevalece completo sentimento de racionalidade e de civilidade, ainda
existam ditadores impondo a seu povo o cruel regime de igualdade social, que
deveria ter sido banido há bastante tempo da face da terra, por se tratar de
princípio retrógrado e anacrônico, pela demonstração da predominância da
ideologia morta e contraproducente, antiquada no sentido de contribuir para o
subdesenvolvimento da humanidade. O povo brasileiro pode perfeitamente tirar
proveito das lições deletérias praticadas pelo regime comunista cubano, para se
conscientizar sobre a necessidade de prestigiar os princípios da racionalidade e
da civilidade, não apoiando os homens públicos que demonstram extrema veneração
aos ditadores caribenhos, como forma de afastar do Brasil qualquer sentimento
de amor ao socialismo destruidor dos princípios da liberdade, da democracia e
do desenvolvimento. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 21 de maio de 2014
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