Reportagem publicada
pelo site da Folha de S.Paulo dá
conta de que, segundo informações obtidas junto à cúpula da polícia, um deputado estadual do PT de São Paulo
participou de reunião, em março último, que contou com a presença de, pelo
menos, 13 integrantes da temida facção criminosa PCC, entre os quais se encontrava
um dos criminosos acusados de participar do furto do Banco Central, no Ceará,
em 2005, de onde foram levados R$ 164,8 milhões, além de um perigoso criminoso procurado
da Justiça, por roubos a bancos. Na reunião, teriam sido discutidos assuntos de
interesse dos cooperados dos transportes. A investigação da Polícia Civil revela
que, desses suspeitos de ligação com PCC, 11 não possuem ônibus ou qualquer
ligação com a cooperativa que justificasse a sua presença no local. A revelação
foi feita por subsecretário do governo do estado, que revide de críticas feitas
pelo secretário municipal de Transporte, do PT, ao trabalho da polícia durante
a greve dos motoristas de ônibus, ao acusar a PM de "passividade", diante
dos protestos do setor. Os policiais atribuem à facção criminosa o incêndio de
mais de 70 ônibus, por ocasião dos protestos e ataques, em várias partes da
capital, desde o início do ano. O site também publica o currículo do parlamentar
petista, que foi eleito em 2010, com mais de 100 mil votos. No início da década
de 1990, ele teria sido preso e condenado por assalto à mão armada no Paraná,
mas fugiu da cadeia, ao ficar preso por um ano e meio e conseguiu permanecer
foragido por cerca de dez anos. Em 2006, o deputado foi reabilitado pela
Justiça, com a quitação de suas dívidas. Na verdade, por se tratar de bandido
que alega ter quitado sua dívida perante a sociedade, isso não representa a
verdade dos fatos, porque a reparação de seus crimes operou-se pelo
injustificável método da prescrição, prevista em lei, ficando a mácula quanto
ao ferimento do princípio ético e da conduta ilibada. Com os assaltos a
supermercados, o petista amealhou, de maneira irregular, descomunal patrimônio
de R$ 5 milhões, segundo declaração feita à Justiça Eleitoral, cujo capital foi
investido em empresa de ônibus e postos de gasolina. A história desse cidadão é
de causar arrepio às pessoas de bem e de caráter, ao se perceber que, mesmo
sendo possuidor de índole criminosa ao extremo, foi capaz de construir valioso
patrimônio financeiro e político, sob a proteção do partido que “defende” os
princípios ético, moral e da honestidade, bem assim da Justiça, que teve a
benevolência de considerá-lo quite perante a sociedade e o Estado. Num país
sério, se tornaria impossível alguém foragido da Justiça conseguir construir
fabuloso patrimônio e, ao emergir triunfante, se eleger representante do povo e
ainda continuar dono de fantástico patrimônio adquirido de forma visivelmente
irregular. Conforme a notícia publicada pela Folha, não fica bem para a imagem da Polícia Civil a declaração de
que teria feito registro, em ata, da constatação de reunião de facção
criminosa, inclusive com a participação de autoridade pública, e simplesmente
guardar o documento para, somente agora revelar seu conteúdo, a fim de servir como
meio de revide às acusações petistas, quando a sua obrigação, na forma do seu
dever funcional e institucional, teria sido a prisão dos participantes da
malsinada reunião. Nesse episódio, fica claro que a polícia foi cúmplice e
leniente com o crime, pelo fato de ter constatado, em um só lugar, a presença
de altos delinquentes, entre eles um procurado pela Justiça e ter deixado de
exercer a sua competência institucional. O PT, quiçá “estarrecido” com mais outro
trágico acontecimento, exige que o deputado dê explicações. Não há dúvida de
que a resposta será a de sempre: não sabe de nada, não participou de coisa
nenhuma, mas se realmente esteve na reunião, ante a revelação somente agora pela
Polícia Civil, é possível que se trate de caso fortuito, tão insignificante que
já tinha até esquecido. Essa hipótese de se pedir explicação serve apenas para
que o político confirme o que todos já sabem: ele, além de jurar inocência e
negar com veemência os fatos, vai acusar a imprensa ou talvez a polícia, por
ter flagrado o fatídico acontecimento e, em seguida, dizer que se considera
vítima, por perseguição a ex-prisionário, que não tem direito de ser lídimo
representante do povo. Quanto ao Partido dos Trabalhadores, a notícia apenas
confirma a sua vocação para acomodar gente suspeita, com currículo carregado de
crimes, a exemplo dos participantes do esquema do mensalão, da gestão decadente
da Petrobras, inclusive com a descoberta das graves irregularidades perpetradas
pela operação Lava-Jato da Polícia Federal, do caso em comento e de tantos
outros que, convenhamos, são capazes de desacreditar completamente as
atividades político-partidárias da agremiação que ainda administra este país,
que não se preocupa com a dignidade, à luz dos reiterados acontecimentos que
somente contribuem para denegrir, ao ponto mais vil, a linda imagem da nação mais
amada e querida dos brasileiros. O ingresso de criminoso no partido pode ser
evitado facilmente, desde que se queira, bastando a exigência de declaração de
vida pregressa, onde está registrado o currículo do cidadão. Com toda certeza,
o Brasil não merece passar por tanta desmoralização quanto à inobservância dos
princípios ético, moral, do decoro, da probidade e da honorabilidade, como vem
sendo obrigado a aturar desde que esse governo assumiu os destinos dos
brasileiros. Não há a menor dúvida de que causa enorme tristeza se perceber que
ainda existem pessoas capazes de acreditar nesse governo e defendê-lo com as
armas mais destituídas de consistência, porque os próprios integrantes do
partido trabalham com afinco para a desconstrução dos princípios mais sublimes,
que consistem no sentimento de honestidade que deve ser impregnado na atuação
dos homens públicos, como forma benéfica à construção da grande nação como o
Brasil, que possui potencialidades inesgotáveis, mas, infelizmente, o sonho de
progresso está sendo cada vez mais distante de ser alcançado, devido à atrocidade
impingida ao país, pela mentalidade ideológica de dominação estrategicamente
predatória e maquiavélica, sob a justificativa da bestial insistência da
perenidade no poder, mediante práticas visivelmente prejudiciais ao interesse
nacional. A sociedade precisa se despertar dessa terrível letargia, que a
impede de vislumbrar os verdadeiros malefícios causados ao país pela
administração com viés visivelmente prejudicial aos seus interesses, diante da
constância desmoralizante dos princípios da ética, da moral, do decoro e da honorabilidade.
Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 23 de maio de 2014
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