terça-feira, 27 de maio de 2014

Cenário surreal da economia

O economista-chefe de investimentos do Saxo Bank da Dinamarca, ao participa do evento “Criando Sucesso Operando em Mercados Globais”, realizado em São Paulo, advertiu que, “Se atual presidenta não for reeleita, vai ser bom para a economia, onde hoje reina uma conjuntura de intensa volatilidade, crescimento baixo e inflação nas alturas.”. A presidente da República quase dá chilique e ficou PT da vida diante de declaração tão categórica, ao conhecer o teor desse vaticínio, com avaliação bastante negativa sobre sua gestão, por ter sido feita por especialista econômico, reconhecido mundialmente. De imediato, ela decidiu convocar seus especialistas em publicidade, não em economia, os famosos marqueteiros palacianos de plantão, para prepararem resposta à altura do atrevimento de quem entende de finanças públicas, consubstanciadas nas já conhecidas falsas e mentirosas afirmações, com base em fundamentos nada consistentes, mostrando que a política economia do seu governo se encontra em desempenho pleno e maravilhoso. Obviamente que os fatos que servirão de contestação à afirmação do aludido economista-chefe deverão ser objeto de inserção nos discursos mirabolantes, devidamente ensaiados em defesa da eficiência da gestão presidencial, de modo que esse discurso sobre problemas econômicos não passa de mero capricho imaginativo. O economista-chefe foi mais além e sentenciou, para desespero da ocupante do Palácio do Planalto, que “A situação macro do Brasil é a pior dos países que eu já visitei. E eu visito 35 países por ano. O Brasil tem os políticos que merece, porque são vocês, brasileiros, que votam errados e colocam-nos lá. A atual presidente, por exemplo, não sabe o que quer e está completamente perdida. Além disso, o Banco Central também está perdido, e os conflitos aumentam a cada dia. A falta de reformas e as decisões políticas fora do bom tom deixaram a situação insustentável. O Brasil é o campeão mundial em fracassos e ainda não mudou. Aproveitando o ensejo da realização do maior evento mundial do futebol, no Brasil, ele desferiu violento chute na já fragilizada canela do governo, ao afirmar que “Sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 foi a pior coisa que o Brasil deveria ter decidido fazer. O dinheiro que deveria estar indo para lugares extremamente carentes, está indo para coisas inúteis. O Brasil só estará pronto para receber uma copa do mundo em 20 ou 30 anos. O Brasil precisa de uma crise de verdade, com uma magnitude enorme, para ver se toma jeito. Uma ruptura irá acontecer após as eleições e essa será uma oportunidade de o País mudar”. Essas declarações afirmativas são altamente comprometedoras para o interesse do país, por deixarem muito claras as dificuldades da execução da política econômica sob a incumbência de pessoa que não sabe o que quer e se encontra perdida, na avaliação de quem entende com profundidade do desempenho da economia mundial. É evidente que, para os fanáticos e patéticos governistas, não tem a mínima possibilidade que esse quadro medonho desenhado com fortes pinceladas de pessimismo pelo economista dinamarquês possa se concretizar, na administração da presidente tão “competente”, na avaliação de seus seguidores, por estarem anestesiados e não conseguirem enxergar os farsantes e costumeiros resultados econômicos conseguidos por meio de mecanismos manipulados, a exemplo do lançamento, pelo governo federal, de procedimentos recriminados por especialistas, conhecidos por “contabilidade criativa”, que tem por objetivo primacial esconder a expansão da despesa pública, do déficit e da dívida governamental, como forma deliberada de distorcer a realidade do desempenho da economia e das finanças públicas. Trata-se, na verdade, de governo que sobrevive no cenário do surreal, fazendo o maior esforço para fabricar a falsa imagem de que a economia se encontra bem robusta, quando os entendidos da matéria são contundentes em atestar a precariedade do desempenho econômico-financeiro do país, os quais não conseguem vislumbrar melhores dias para o desempenho da administração do país, caso haja continuidade desse governo, por considerarem o Brasil campeão em fracassos, evidentemente tendo por base elementos consistentes de avaliação, notadamente em comparação do desempenho da economia tupiniquim com os resultados dos países desenvolvidos, onde eles estão atuando e têm condições de opinarem com autoridade e segurança sobre esse assunto tão crucial à soberania e ao progresso da nação. A sociedade tem o dever cívico e patriótico de avaliar, na próxima eleição, se realmente têm razão ou não as afirmações do economista dinamarquês de que “A situação macro do Brasil é a pior dos países que eu já visitei. (...) O Brasil tem os políticos que merece, porque são vocês, brasileiros, que votam errados e colocam-nos lá. A atual presidente, por exemplo, não sabe o que quer e está completamente perdida.”, como forma de afastar, se for o caso, a possibilidade de maior desastre para o desempenho da política econômica do país.  Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 26 de maio de 2014

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