As intenções de voto
na presidente da República têm flutuação dentro da margem de erro para a
próxima eleição, conforme o último resultado da pesquisa divulgada pelo Ibope. Ela
passou de 37%, em abril, para 40% agora. Seus principais oponentes tiveram melhoria
de desempenho, porquanto o tucano saiu de 14% para 20% e o socialista saltou de
6% para 11%. Os demais candidatos ainda somam percentuais bastante acanhados. Caso
a eleição fosse agora e somente votassem os 2.002 eleitores ouvidos, entre
quase 140 milhões de brasileiros votantes, a petista estaria eleita já no
primeiro turno, considerado o somatório a seu favor superior a 50% dos votos
válidos. Mais uma vez, a opinião é unissonante de não se creditar na
sinceridade da pesquisa, sob o espanto de a presidente conseguir ser avaliada
com percentual expressivo, bem longe do seu verdadeiro desempenho na gestão do
país, diante das precariedades administrativas e gerenciais, a exemplo dos
resultados econômicos alcançados, que são refletidos no pífio desempenho do
Produto Interno Bruto – PIB, por não conseguir acompanhar a desenvoltura dos
países integrantes dos BRICs, em verdadeira demonstração de incompetência no gerenciamento
dos negócios da nação. Ao que tudo indica, a nossa realidade sugere que não
está muito longe de se confirmar no país tupiniquim o célebre pensamento do
economista britânico Arnold Toynbee, de que "O maior castigo para aqueles que não se interessam por política é que
serão governados pelos que se interessam.", e normalmente os que se
interessam demonstram plena incapacidade e condições de administrar o país tão
grande e complexo como o Brasil. Sem a menor dificuldade, percebe-se que os
brasileiros interessados por política são aqueles que se beneficiam das vantagens
propiciadas pelo poder e pela dominação do Estado, que têm condições de
garantir programas assistencialistas do governo, como se fossem mantidos com
recursos de origem pessoal ou de seu partido, pois são aqueles que fazem o
maior esforço para que essa política paternalista, de cunho eminentemente
eleitoreiro, funcione com o primor de eficiência, em detrimento das demais
ações governamentais que são precárias na educação, na saúde, na segurança
pública, nos transportes, na infraestrutura, no saneamento básico etc. Enquanto
os desinteressados por política permanecerem omissos e desligados quanto às
questões de interesse nacional, a gestão do país há de continuar atravessando
as agruras de não poder se desenvolver, justamente em razão da predominância
entusiástica daqueles que se acostumaram com o usufruto das benesses do governo
com viés socialista, que tudo faz para a manutenção do status quo, que opera, em última instância, em seu benefício,
principalmente eleitoreiro. Na realidade, o país padece tanto de bons políticos
como, sobretudo, de bons eleitores, que tenham interesse em contribuir para o
aperfeiçoamento das instituições democráticas. O grandioso presidente
norte-americano Abraham Lincoln disse que "ninguém é suficientemente competente para governar outra pessoa sem o
seu consentimento". Contudo, no país tupiniquim, há enorme dificuldade
para o povo compreender a forma deletéria como a classe dominante se apoderou
do poder e conseguiu manipular com maestria o gigantesco patrimônio público em
seu favor, mediante o estabelecimento de objetivos definidos de posse nunca
vistos na história deste país, em afrontosa desmoralização aos princípios
democrático e republicano. Nunca se viu um partido tão sequioso de poder, que
vem implementando no governo métodos não condizentes com os preceitos da
honestidade e do decoro, a exemplo das coalizões espúrias e execráveis,
consistentes no escrachado fisiologismo no serviço público, com a entrega de
ministérios e empresas estatais aos aliados da base de sustentação do governo,
em indecente troca de apoio político. À toda evidência, o país não tem
condições de suportar, por absoluta falta de estrutura, ser administrado por
mais quatro anos por governo inepto e estruturado no patrimonialismo de
conveniências pessoais e partidárias, em completo detrimento do interesse
público, em visível conivência com a corrupção e leniência com a impunidade, a
exemplo do escândalo do mensalão, que é a sua marca maior e mais viva das
irregularidades com reclusos públicos. A tudo isso se juntam os fracassos das
políticas econômica e fiscal, cujo obsoletismo sistêmico da economia está
contribuindo para o baixo crescimento do Produto Interno Bruto, o aparelhamento
das empresas estatais, que estão sendo destruídas, a exemplo da Petrobras e da Eletrobrás,
e as deficientes prestações de serviços públicos, como educação, segurança
pública, saúde etc. A sociedade tem o dever cívico e patriótico de repudiar a
governança do patrimonialismo de conveniências pessoais ou partidárias e de
vislumbrar alternativas saudáveis de competência e capacitação no gerenciamento
dos interesses do país, como forma de se evitar que a nação caminhe de passos
largos para o precipício social e econômico, bem assim para a derrocada dos princípios
democrático e republicano, com as desastradas recrimináveis coalizões de cunho fisiológicos
e prejudiciais à eficiência da administração pública. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 27 de maio de 2014
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