Diante das sucessivas acusações do uso político, da
ingerência de toda espécie e do gerenciamento perdulário da maior empresa
brasileira, o governo não esconde as terríveis manobras de bastidores com a
finalidade de jogar mais lenha na fogueira dos absurdos políticos, para
aumentar a balbúrdia e a confusão com vistas a dificultar as investigações pelo
Senado Federal sobre os fatos tenebrosos ocorridos na Petrobras. A ativa
participação dos governistas tentando embaraçar e dificultar a criação da CPI é
a forma mais evidente lançada pelo Palácio do Planalto para que haja recuo da
oposição, que se lança com muita garra para que os fatos desastrosos da estatal
sejam apurados e que haja responsabilização dos culpados pelos prejuízos
causados aos cofres da empresa. O certo é que o governo resiste em não aceitar
qualquer desgaste eleitoral somente para a presidente da República, por
entender que as apurações, numa mesma CPI, para as investigações das
construções do metrô de São Paulo e de uma refinaria em Pernambuco, também teriam
o condão de não somente lançar o holofote para os governos tucano e socialista
desses estados, como para não se chegar à coisa sobre nada. O certo é que a
ampliação das investigações levaria a absolutamente ao que o governo pretende,
ou seja, a resultado algum sobre coisa nenhuma, permitindo que as
irregularidades sejam simplesmente abonadas com o beneplácito dos governistas,
em completa consonância com o escárnio, a desmoralização e a consolidação das
práticas desonestas imperantes e predominantes na administração do país,
contrariando flagrantemente os princípios da moralidade, da legalidade, da transparência
e sobretudo do zelo com a coisa pública. Isso significa vergonhoso atraso dos
princípios democráticos, abuso de autoridade e crime de responsabilidade, por
haver explícita intenção de se evitar que a revelação sobre a verdade dos fatos
mais do que irregulares e danosos possa prejudicar os planos políticos da
reeleição da mandatária do país, em contrariedade aos interesses do patrimônio
nacional. As manobras espúrias e inescrupulosas protagonizadas pelos governistas
são visivelmente tendenciosas, revanchistas, antipatrióticas e sobretudo
ilegais, porque visam tumultuar a legitimidade das investigações sobre fatos nitidamente
irregulares e desastrosos que causaram estrondosos prejuízos aos cofres da
maior empresa brasileira, que um dia já foi símbolo nacional de progresso e de eficiência,
mas esse quadro de bonança foi transformado em tragédia econômica sob a
administração e a direção do atual governo, tendo contribuído, com o peso da
incapacidade gerencial, para a efetiva perda de aproximadamente cinquenta por
cento do patrimônio da estatal, além de torná-la menos produtiva e competitiva,
diante da elevação de suas dívidas e da diminuição dos investimentos, fatos que
a tornaram empresa de menor atração no mercado dos investimentos mundiais. Não
há a menor dúvida de que, caso o país fosse administrado com seriedade,
competência e melhores propósitos de legitimidade e transparência, jamais seria
negada qualquer contribuição para o pleno esclarecimento sobre os fatos
extremamente nebulosos e prejudiciais ao interesse público. Na verdade, as
manipulações destinadas a dificultar as investigações da sujeira concretizada
com a chancela do Palácio do Planalto têm o condão de reforçar a antipatia do
povo às práticas sebosas e antidemocráticas postas em evidência nesse momento
em que a sociedade clama por correção e moralização na administração pública. Os
ardis e as politicagens suscitadas pelos governistas são compatíveis com as práticas
das republiquetas, cujos mandatários se colocam acima do bem e do mal, em
nítido e evidente esbanjamento da autoridade que deveria ser utilizada tão
somente para satisfazer o bem comum e o interesse público. Com absoluta
certeza, a sociedade repugna, com indignação, o injustificável artificialismo
destinado a dificultar a apuração dos fatos pertinentes às corrupções e às
irregularidades com recursos públicos, que, à luz das normas da administração
orçamentária, financeira e patrimonial, jamais deveria ser aplicado sob a
estrita observância aos princípios da legalidade, moralidade, probidade e
transparência, como forma de satisfazer plenamente as finalidades
político-administrativas. A sociedade anseia por que os atos da administração
pública sejam praticados sob a ótica da legalidade e da utilidade pública,
observada a obrigatoriedade da pertinente prestação de contas, para que seja
possível a confirmação pelo povo da boa e regular aplicação dos recursos
públicos. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
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