quinta-feira, 15 de maio de 2014

Segurança na Copa do Mundo?


A pouco menos de um mês do início do maior evento futebolístico mundial, os torcedores estão na expectativa e nos preparativos para assistir aos jogos da “Copa das Copas” no Brasil, ávidos para ver a bola rolar nas modernas arenas tupiniquins, custeadas sem o menor pudor com recursos públicos, em contraste com as copas anteriores, inclusive na África do Sul, que foram preparadas e organizadas por conta da iniciativa privada. Nos gramados, os detalhes estão correspondendo às exigências da poderosa Fifa, que conseguiu que o governo brasileiro se “sacrificasse” para aprontar, às duras penas, mas em tempo hábil, os megalomaníacos estádios. Contudo, nem tudo são flores, há forte preocupação, recheada de terrível dúvida quanto à garantia da plena segurança para as seleções, os organizadores do empreendimento e principalmente os turistas estrangeiros que estarão no país, durante as competições esportivas. Não à toa, os principais países já se anteciparam e estão tendo o cuidado de alertar e advertir suas torcidas que virão para a Copa acerca dos potenciais riscos e ameaças que poderão ser obrigados a enfrentar no país do futebol. Os maiores cuidados devem ficar para os turistas que viajarem para o Rio de Janeiro, onde a Cidade Maravilhosa é apontada como verdadeira selva perigosa, estando o turista arriscado a integrar possível programa nada agradável, na qualidade de refém de assaltantes, sequestradores, estupradores e outras perigosas aventuras que normalmente inexistem nas cidades de origem, que, por certo, estiam em melhor nível de civilidade. A situação é tão caótica, que os Consulados dos Estados Unidos da América, da Argentina, da Alemanha e da Inglaterra não perderam tempo e já emitindo cartilhas de segurança, contendo instruções sobre alertas e cuidados quanto aos possíveis perigos que estão à solta na cidade dos cariocas. Tratam de verdadeiros manuais de sobrevivência colocados à disposição dos torcedores e mostram que a violência predomina mesmo nas localidades onde existem as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), onde nem a polícia escapa da sanha da bandidagem. Além dos cuidados com a notória falta de segurança dos brasileiros, responsável pela gigantesca onde de violência no país da copa, os estrangeiros também estão sendo orientados sobre as recorrentes epidemias de dengue no país, fato esse que há recomendação sobre o uso de repelentes contra os mosquitos que transmitem a doença. Na realidade, nenhum país pode se julgar imune aos males da criminalidade e da violência, porque essas chagas sociais existem até mesmo nas nações mais desenvolvidas do planeta Terra. No entanto, ocorre que, infelizmente, essas desgraças foram plantadas no Brasil e encontraram campos férteis e arejados para vicejar, crescer e se expandir como em nenhuma região do mundo, graças à leniência e à omissão das autoridades públicas, que não se preocuparam em extirpá-las ou podar suas garras ainda no nascedouro, quando ainda poderiam domá-las com a implantação de efetivas políticas públicas, prioritariamente voltadas para combatê-las com competência e investimentos na infraestrutura apropriada de valorização da segurança pública, que, agora, se encontra despreparada, sucateada, desmoralizada e completamente incapaz de garantir a ordem pública sequer para os brasileiros, quanto mais para os turistas, que, se não forem atentos, poderão ter dificuldade para retornar aos seus países. Os fatos mostram que o Brasil ainda não estava preparado para sediar evento da magnitude da Copa do Mundo, justamente por faltar-lhe preparação suficiente quanto aos meios que sequer são disponibilizados para os brasileiros. Ainda faltam as indispensáveis condições para o país mostrar o mínimo de competência e capacidade para a realização de empreendimento que o mundo não precise se preocupar com a integridade dos turistas estrangeiros. Não pensem os nativos tupiniquins que a preocupação dos países estrangeiros tenha motivação preconceituosa sobre o país da copa, porque os fatos estarrecedores de violência ocorridos aqui, mostrados com abundância pela mídia, aconselhariam que os torcedores de além-fronteiras devessem assistir aos jogos da copa pela televisão, no conforto e na segurança de seus países, para não padecerem da incerteza sobre o que pode acontecer com eles, principalmente acerca da segurança, que não terá certamente olhos atentos para todos. Urge que as autoridades públicas se conscientizem sobre a necessidade de serem priorizados programas sociais capazes de permitir que o país alcance a civilidade dos países desenvolvidos, dando especial enfoque à segurança pública. Acorda, Brasil!

 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 

Brasília, em 14 de maio de 2014

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