A pouco menos de um
mês do início do maior evento futebolístico mundial, os torcedores estão na
expectativa e nos preparativos para assistir aos jogos da “Copa das Copas” no
Brasil, ávidos para ver a bola rolar nas modernas arenas tupiniquins, custeadas
sem o menor pudor com recursos públicos, em contraste com as copas anteriores,
inclusive na África do Sul, que foram preparadas e organizadas por conta da iniciativa
privada. Nos gramados, os detalhes estão correspondendo às exigências da poderosa
Fifa, que conseguiu que o governo brasileiro se “sacrificasse” para aprontar, às
duras penas, mas em tempo hábil, os megalomaníacos estádios. Contudo, nem tudo
são flores, há forte preocupação, recheada de terrível dúvida quanto à garantia
da plena segurança para as seleções, os organizadores do empreendimento e principalmente
os turistas estrangeiros que estarão no país, durante as competições
esportivas. Não à toa, os principais países já se anteciparam e estão tendo o
cuidado de alertar e advertir suas torcidas que virão para a Copa acerca dos potenciais
riscos e ameaças que poderão ser obrigados a enfrentar no país do futebol. Os
maiores cuidados devem ficar para os turistas que viajarem para o Rio de
Janeiro, onde a Cidade Maravilhosa é apontada como verdadeira selva perigosa, estando
o turista arriscado a integrar possível programa nada agradável, na qualidade de
refém de assaltantes, sequestradores, estupradores e outras perigosas aventuras
que normalmente inexistem nas cidades de origem, que, por certo, estiam em
melhor nível de civilidade. A situação é tão caótica, que os Consulados dos
Estados Unidos da América, da Argentina, da Alemanha e da Inglaterra não
perderam tempo e já emitindo cartilhas de segurança, contendo instruções sobre alertas
e cuidados quanto aos possíveis perigos que estão à solta na cidade dos
cariocas. Tratam de verdadeiros manuais de sobrevivência colocados à disposição
dos torcedores e mostram que a violência predomina mesmo nas localidades onde
existem as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), onde nem a polícia escapa da
sanha da bandidagem. Além dos cuidados com a notória falta de segurança dos
brasileiros, responsável pela gigantesca onde de violência no país da copa, os
estrangeiros também estão sendo orientados sobre as recorrentes epidemias de
dengue no país, fato esse que há recomendação sobre o uso de repelentes contra
os mosquitos que transmitem a doença. Na realidade, nenhum país pode se julgar
imune aos males da criminalidade e da violência, porque essas chagas sociais
existem até mesmo nas nações mais desenvolvidas do planeta Terra. No entanto, ocorre
que, infelizmente, essas desgraças foram plantadas no Brasil e encontraram campos
férteis e arejados para vicejar, crescer e se expandir como em nenhuma região
do mundo, graças à leniência e à omissão das autoridades públicas, que não se
preocuparam em extirpá-las ou podar suas garras ainda no nascedouro, quando
ainda poderiam domá-las com a implantação de efetivas políticas públicas,
prioritariamente voltadas para combatê-las com competência e investimentos na
infraestrutura apropriada de valorização da segurança pública, que, agora, se
encontra despreparada, sucateada, desmoralizada e completamente incapaz de
garantir a ordem pública sequer para os brasileiros, quanto mais para os
turistas, que, se não forem atentos, poderão ter dificuldade para retornar aos
seus países. Os fatos mostram que o Brasil ainda não estava preparado para
sediar evento da magnitude da Copa do Mundo, justamente por faltar-lhe
preparação suficiente quanto aos meios que sequer são disponibilizados para os
brasileiros. Ainda faltam as indispensáveis condições para o país mostrar o
mínimo de competência e capacidade para a realização de empreendimento que o
mundo não precise se preocupar com a integridade dos turistas estrangeiros. Não
pensem os nativos tupiniquins que a preocupação dos países estrangeiros tenha motivação
preconceituosa sobre o país da copa, porque os fatos estarrecedores de
violência ocorridos aqui, mostrados com abundância pela mídia, aconselhariam que
os torcedores de além-fronteiras devessem assistir aos jogos da copa pela
televisão, no conforto e na segurança de seus países, para não padecerem da
incerteza sobre o que pode acontecer com eles, principalmente acerca da
segurança, que não terá certamente olhos atentos para todos. Urge que as
autoridades públicas se conscientizem sobre a necessidade de serem priorizados
programas sociais capazes de permitir que o país alcance a civilidade dos
países desenvolvidos, dando especial enfoque à segurança pública. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 14 de maio de 2014
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