terça-feira, 13 de maio de 2014

Avaliação à custa do marketing

Conforme pesquisa realizada junto a 2.844 eleitores sobre a intenção de votos para presidente da República, divulgada pelo Instituto Datafolha, a petista ainda se encontra na dianteira de seus principais concorrentes ao Palácio do Planalto, despontando com 37% da preferência dos entrevistados, enquanto o candidato tucano, que conseguiu melhorar seu desempenho, atingiu a simpatia de 20% dos eleitores, e o socialista pernambucano praticamente patina nos 10% dos pesquisados. No frigir dos ovos, a pesquisa mostra que a presidente da República estacionou em 37%, fato que permitiu a chegada e possível ultrapassagem de seus concorrentes, cuja soma de seus votos chegaria a 38% das intenções dos pesquisados. A nova coleta de preferência de votos mostra que, pelo menos, os 2.844 pesquisados obrigariam a realização do segundo turno, para a definição de quem ocupará o mais cobiçado cargo da República. Não há dúvida de que as atuais pesquisas, mesmo abrangendo parcela insignificante de eleitores, à vista da existência de aproximadamente 140 milhões de brasileiros votantes, acenam para perfil que se encaminha para o atingimento do quadro mais aproximado da realidade dos fatos, ao mostrar que não existe mais essa de favas contadas, até pouco tempo, pelos governistas, que consideravam segura e certa a reeleição da presidente ainda no primeiro turno. Agora, eles vão enfrentar o segundo terno, que seguramente promete ser bastante duro, diante da incompetência demonstrada na administração do país, cuja população não aguenta mais as mesmices precariedades, omissões e falta de projetos de investimentos de impacto, como forma capaz de fomentar o desenvolvimento nacional. Embora a avaliação da presidente não tenha sido considerada satisfatória, os governistas entendem que o pronunciamento do Dia do Trabalho evitou queda acentuada da mandatária do país nas pesquisas, cujo impacto foi atenuado pela presença dela na televisão, com discurso abordando a inflação e a correção da tabela do Imposto de Renda para pessoa física e do benefício do Bolsa Família, fazendo com que os números da pesquisa não tenham sido piores. Não há dúvida de que, somente para o governo, o pronunciamento do Dia do Trabalho teria amenizado a queda nas pesquisas da presidente do país, porquanto, na avaliação governista, não fosse a maquiavélica tentativa de mostrar medidas de cunho nitidamente "generoso" e distorcido da realidade e da eficiência administrativa, a exemplo do aumento do benefício do Bolsa Família, no percentual de 10%, com vigência já no próximo mês, pago a quem não trabalha, quando se tratava de discurso para homenagear justamente quem trabalha e produz, e ainda a correção da tabela do Imposto de Renda para pessoa física, em percentual de 4,50%, bem abaixo da possível inflação oficial de 6%, com vigência ainda no próximo ano. Por certo, não fossem essas astúcias maquiavélicas, os números da pesquisa seriam piores e desastrosos. A verdade é que as avaliações de desempenho da presidente ainda se sustentam tendo por fundamento campanhas injustificáveis e milionárias de marketing e de publicidade, sobrecarregando os meios de comunicação com diversas propagandas próprias de governos socialistas, para mostrar todo tipo de realizações que sequer se aproximam das reais obrigações de governo sério e comprometido com o bem geral da sociedade. Ou seja, o governo deveria se envergonhar de tanto alardear, com o indevido estardalhaço, o que vem realizando que, na verdade, não representa nem de longe o que deveria fazer em benefício do povo, com a necessária qualidade, por força do dever imposto pela Carta Magna ao Estado. O tratamento especial dispensado ao atendimento das exigências dos organizadores da Copa do Mundo serve de exemplo para que o governo resolvesse, antes desse magnânimo evento, as pletoras questões que afligem a população, que se encontra à mercê da falta de recursos e das deficiências causadas pela completa ausência de prioridades dos governantes, em contrastes com o sacrifício impingido aos contribuintes, sempre penalizados com pesados tributos para manter a máquina pública inchada e ineficiente, incapaz de modernizar os mecanismos funcionais da sua estrutura, como as tão necessárias reformas política, previdenciária, administrativa, trabalhista, tributária etc. Não há dúvida de que, de mentiras, de artifícios e de precariedades, os caríssimos programas publicitários, recheados com enganoso marketing político, e ainda promovidos à custa do sacrifício dos contribuintes, estão contribuindo para que a presidente do país consiga avaliação tão expressiva, que, à toda evidência, não se harmoniza com o real desempenho administrativo do país, por inexistem realizações governamentais capazes de respaldar percentuais visivelmente irreais, em termos de resultados e de benefícios decorrentes da gestão dos recursos públicos. Urge que os brasileiros se conscientizem sobre a necessidade de efetivas realizações em benefício da sociedade, com embargo das onerosas, indecentes, abusivas e enganosas propagandas publicitárias pagas com recursos que seriam realmente aproveitados se aplicados em programas de governo, para a melhoria das condições de vida do povo brasileiro. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 12 de maio de 2014

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