A presidente da
República, que proibiu os quartéis de comemorar o aniversário do golpe militar,
fez questão de lembrar, na data que marca os 50 anos desse evento histórico, os
mortos e desaparecidos políticos na ditadura. No seu caso, a presidente, que
foi presa e torturada por integrar, nos anos 70, organização de esquerda que
promoveu a luta armada contra o governo, não mencionou aqueles que pereceram
pelas mãos assassinas dos terroristas, que explodiam bombas e participaram de
confronto com militares. No discurso proferido em evento no Palácio do Planalto,
a presidente disse que se lembrar do golpe militar faz parte do processo de
consolidação da democracia no país. Ela disse que “Lembrar e contar faz (sic)
parte desse processo que iniciamos, de luta do povo, pela volta da liberdade,
pela anistia, Constituinte, diretas, inclusão social, Comissão da Verdade...
Por todos os processos de implantação e consolidação da nossa democracia,
processo que foi construído passo a passo, por cada um dos governos eleitos
depois disso. Nós aprendemos o valor
da liberdade, o valor de um Legislativo e de um Judiciário independentes e
ativos. Aprendemos o valor da liberdade de imprensa, o valor de eleger por um
voto direto e secreto de todos os brasileiros, de governadores, prefeitos... De
eleger, por exemplo, um ex-exilado, um líder sindical que foi preso várias
vezes e uma mulher também que foi prisioneira". A mandatária disse que
o dia de hoje exige "que nós nos
lembremos e contemos o que aconteceu. Devemos isso a todos os que morreram e
desapareceram, devemos aos torturados e perseguidos, devemos a suas famílias,
devemos a todos os brasileiros". Ainda no discurso, a presidente
ressaltou a importância dos acordos políticos que levaram à redemocratização, a
exemplo da Lei de Anistia, que muitos saudosistas comunas insistem que essa
norma legal, que possibilitou tanto a passar a esponja no passado de tortura e
de perseguição, como a viabilização do regresso à pátria dos exilados, sem a
qual não seria possível que o país tivesse ingressado na histórica
redemocratização, haja vista que o entendimento pós uma pedra no passado
daqueles que, de um lado, participaram do regime militar e de, outro, dos atos
terroristas, que se opuseram de forma extremista contra o regime de força,
imposto pelos militares. Embora a
intervenção militar de então tenha tido o objetivo de impedir, entre outros absurdos, a implantação do
comunismo no país, hoje, os fatos demonstram que o sistema republicano corre seríssimo risco, ante o fato de o país estar sendo comandado
exatamente pelas pessoas que teriam dado, á época, o golpe de Estado caso os militares não tivessem
se antecipado e passado a rasteira nos subversivos sindicalizados, ávidos que
estavam na imposição do regime ditatorial no país. Até hoje, os
comunistas demonstram enorme frustração pelo fato de o seu plano arquitetado na
época ter falhado, em data bem próxima do dia D. Na verdade, o que deveria ter
sido o primeiro golpe comunista foi abortado pelos militares, com a ajuda dos
norte-americanos, que monitoravam os movimentos golpistas, mas o segundo golpe está
em pleno curso liderado pelo partido governista. À toda evidência, é paradoxal que
os comunistas se manifestam contrários à ditadura brasileira, mas são
intransigentes no apoio aos regimes ditatoriais de Cuba, da Venezuela e de outras
ditaduras, em incompreensível incoerência ideológica. No dia do aniversário do golpe
militar, a presidente da República, ao invés de apontar dívida do Estado,
poderia aproveitar a oportunidade, a bem da verdade, para esclarecer a participação
criminosa no rumoroso escândalo da aquisição, a preço superfaturado, da
refinaria de Pasadena, nos EUA, por se tratar de caso recente e recorrente, que
a população anseia por justificativas plausíveis e convincentes sobre os
prejuízos causados a mais importante empresa estatal, que teve seu patrimônio
dilapidado na atual gestão, conforme mostram os fatos denunciados. A presidente
se reporta à dívida do Estado, referindo-se apenas à agressão dos militares,
como se os terroristas não tivessem culpa por seus gravíssimos crimes, que
também resultaram em mortes e sequestros de embaixadores. É impressionante como
há incoerência e hipocrisia nas pessoas que ressaltam as torturas e as mortes
do regime militar, que atingiram apenas os que se posicionaram contrários aos
militares, com práticas igualmente violentas e mortíferas, mas ignoram
completamente e não condenam suas atrocidades e selvagerias, muitas das quais
protagonizadas contra inocentes, que foram sacrificados pela covardia e
imbecilidade do enfrentamento do regime de então. Também há evidente
contrassenso na crítica ao tratamento dos militares aos terroristas, quando muitos
governistas não têm o menor pudor de beijar, em especial, as mãos de ditadores sanguinários cubanos.
O momento político brasileiro exige bastante reflexão da sociedade, tendo em
conta a próxima eleição, de modo que a escolha de seus representantes tenha o
perfil que melhor possa atender aos anseios de um Brasil totalmente livre da
submissão ao pernicioso regime socialista, que vem rondando as portas do país
tupiniquim, com bastante intensidade e voracidade somente comparáveis à sanha comunista
experimentada nos idos de 1964, cujo ressuscitamento dessa questão não
contribui absolutamente em nada para o aperfeiçoamento dos princípios
democráticos. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
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