domingo, 26 de julho de 2015

A aproximação com o povo

Ao que tudo indica, desta vez, foi por terra a “perspicácia” da articulação do ex-presidente da República petista para se encontrar com o também ex-presidente da República tucano, em busca de diálogo que aproximasse a oposição ao governo, com o propósito de salva o náufrago mandato da sua predileta afilhada falhou.
          Após as pressões do PSDB, o tucano se antecipou aos fatos e esclareceu não ser agora o momento de aproximação dos rivais, quando estão inflamados os ânimos dos opositores em defesa do impeachment da mandatária do país.
O cacique tucano disse que "O momento não é para a busca de aproximações com o governo, mas, sim, com o povo".
Nesse ínterim, a petista chegou a afirmar que o diálogo entre o tucano e o todo-poderoso petista poderia ser interessante, se inspirando em prática já bastante comum em países como os EUA.
Por seu turno, o ex-presidente tucano asseverou que "Qualquer conversa não pública com o governo pareceria conchavo na tentativa de salvar o que não deve ser salvo".
Antecipando à decisão do cacique tucano, líderes do PSDB no Senado Federal e na Câmara dos Deputados divulgarem nota com severas críticas sobre a tentativa de aproximação do Partido dos Trabalhadores, tendo classificado o fato como "oportunismo sem limites". 
Texto da nota se expressa nestes termos: "Agora que a sua verdadeira obra de governo foi desmascarada aos olhos dos brasileiros, tentam encontrar mais uma forma de fugir às suas responsabilidades. Passaram anos estimulando a intransigência, o rancor e dividindo o País entre o nós e eles, entre o governo e a oposição. Agora, sob o pretexto de uma súbita preocupação com o Brasil, dizem querer buscar o diálogo com quem antes rechaçavam".
Os tucanos criticam, de forma dura, entre outros pontos, as atitudes recentes do governo, como o posicionamento em relação à crise econômica durante a eleição de 2014, classificando-o como "estelionato eleitoral", a corrupção dos últimos 12 anos e o aumento da conta de luz após o governo rechaçar qualquer problema no sistema elétrico.
Consta da nota que "O ex-presidente Lula diz querer se encontrar com ex-presidente FHC. Nenhuma palavra sobre os violentos, injustos e desrespeitosos ataques feitos por ele ao ex-presidente tucano. Na cartilha da conveniência petista de agora, é como se nunca tivessem ocorrido. Nas eleições, o PT manipulou a percepção dos brasileiros sobre a realidade do país. Tenta, agora, manipular a oposição.".
As lideranças do PSDB garantem que a oposição não ajudará o governo a se salvar, tendo ressaltado que o "verdadeiro diálogo" capaz de fazer com que o Brasil supere a atual crise já está ocorrendo, "nas ruas, nos locais de trabalho e nos espaços familiares".
Os tucanos garantem que "A oposição ecoa a voz da grande maioria do nosso povo. Por isso, permaneceremos onde estamos. Na defesa intransigente das nossas instituições e dos interesses dos brasileiros. Contra os desmandos e o oportunismo do PT".
É induvidoso que o governo e o PT estão em uma encruzilhada graças ao seu descrédito resultante, em especial, dos trágicos indicadores econômicos e da desmoralização causada pela corrupção, fatos que aconselham a oposição se afastar o máximo para muito longe do desgoverno, e ficar torcendo para que um dia tenha fim a desgraça que inferniza a vida dos brasileiros. 
Qualquer aproximação com esse governo desacreditado funciona como respaldo e aceitação de toda ruindade administrativa que contribuiu para o estado de falência das instituições do país, com reflexos extremamente maléficos na produção nacional e por via de consequência no emprego e no desenvolvimento nacional.
O episódio da tentativa de aproximação entre os principais caciques partidários de dois importantes partidos causa bastante perplexidade, a se considerar que o petista nem o governo nunca tiveram a dignidade de procurar a oposição para conversar sobre as questões nacionais quando a gestão nacional estava sem dificuldades gerenciais, ocasião em que as lideranças petistas sempre se achavam os suprassumos e não precisavam se encontrar com ninguém, quanto menos com a oposição que criticava as maléficas políticas adotadas pelo governo.
Caso a oposição aceitasse o diálogo com o governo, ela certamente passaria a ser aplaudida por 7,7% dos brasileiros, aqueles que aprovam a gestão petista, e desprezada e odiada pelo restante dos mais de 70% que desaprovam a desastrada administração do país, ou seja, a oposição teria tudo a perder e nunca mais recuperaria a credibilidade conquistada até agora e nada a ganhar, a não ser a antipatia dos eleitores, porque o PT foi capaz de esculhambar a gestão pública, mas demonstra absoluta incapacidade para consertar os estragos causados ao país.
Não há qualquer dúvida de que é aconselhável que o diálogo com a oposição seja agendado definitivamente para a eleição de 2018, que deverá ser o palco ideal para o governo, pelo menos, tentar se redimir das mentiras utilizadas para conquistar a reeleição da atual presidente da República, que ficou marcada pela desfaçatez jamais vista na história republicana, cuja pantomima registra a fase mais deprimente da democracia brasileira, pela indução do eleitorado ao apoio de programa de governo destituído de consistência e de plausibilidade. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 26 de julho de 2015

Nenhum comentário:

Postar um comentário