A cúpula do PMDB, liderada pelo vice-presidente da
República e presidente do partido, anunciou, com ampla divulgação pelas redes
sociais, em lançamento concorrido entre correligionários, que pretende ter
candidatura própria, em 2018, para disputar o Palácio do Planalto.
Com isso, os peemedebistas estão decididos a pôr fim à
aliança nacional com o PT, nos moldes atuais, que tem os petistas como cabeça
de chapa e o PMDB como vice. Os peemedebistas alegam que é preciso "reconstruir" a legenda e apresentar
"um novo projeto para mudar o Brasil".
A ideia da candidatura própria vem de longe, que agora
é reforçada diante do momento conturbado sob o embalo das crises política, econômica
e administrativa, que estão travando sensivelmente a governabilidade do país, em
níveis críticos, a ponto de suscitarem articulações sobre possível impeachment
da presidente do país.
O vice-presidente enfatizou que "Estamos abertos para todas as alianças, com
todos os partidos. O que está sendo estabelecido é que o PMDB quer ser, digamos
assim, cabeça de chapa em 2018".
O presidente do Senado Federal afirmou que "O PMDB tem uma aliança com o PT, uma aliança
estratégica, circunstancial, porque ela deveria acontecer em torno de um
programa, apenas de um programa, mas o PMDB, desde logo, está deixando claro,
absolutamente claro, que vai ter um projeto de poder que vai ter um candidato
competitivo a presidente da República".
Já o presidente da Câmara dos Deputados disse que "O PMDB faz parte de uma aliança, mas sabe
que, em 2018, quer buscar o seu caminho, que não é com essa aliança. Temos o direito de disputar no eleitor as
nossas ideias".
Um senador do PMDB ressaltou que o partido precisa se
"reconstruir" e se "adaptar" ao momento político do
país, pois "Queremos ser
efetivamente a voz que falta à sociedade brasileira hoje, que muitas vezes não
se sente representada".
A decisão de se divorciar do PT bem demonstra a gênese
do DNA do PMDB de partido de índole extremamente fisiologista, que sempre se
acomodou muito à vontade ao lado do governo petista, desde que ele assumiu o
poder, para confortavelmente usufruir as benesses e as vantagens de principal
participante das decisões nacionais, como fiel coadjuvante, porém, quando as
condições políticas sinalizavam favoravelmente aos seus interesses.
Não obstante, diante do revés de toda ordem que o
governo é obrigado a enfrentar, logo agora quando a canoa começa a fazer água,
com grande possibilidade inclusive de impeachment da presidente, o PMDB é o
primeiro partido a dizer que pula fora da coalizão de governabilidade, para
tentar carreira solo, com o anúncio da sua independência exatamente quando as
crises acenam para terríveis dificuldades de governabilidade do país, causando
enorme gravidade para a manutenção da aliança, à vista das incertezas quanto à vitória
nas urnas, nas próximas eleições, do partido governista.
Com certeza, é muito improvável que o PT obtenha
sucesso na campanha presidencial, exatamente em razão do robustecimento da
enorme impopularidade causada pela incompetência na administração do país,
fruto das desastradas políticas de governo, que estão conduzindo a nação ao
caos generalizado, que ainda conta com a terrível e incômoda participação da
corrupção na gestão de recursos públicos, fato que passou a aumentar o
explícito repúdio ao governo pela sociedade, que vem sofrendo as consequências
do desgoverno e da má administração do país.
Os fatos mostram, com muita clareza, que a
incompetência, a arraigada ganância pelo poder e a crônica e sistêmica
corrupção conseguiram destruir o PT, mas não se pode olvidar, por inteira
justiça, que o PMDB faz parte desse processo maléfico, tendo participado
ativamente da bandalheira que arruinaram as estruturas do Estado brasileiro,
mas agora pretende se passar por bom moço, como se não tivesse nada com isso, depois
de ter se beneficiado e usufruído os bons dividendos, não aceitando, por pura
esperteza política, participar do sepultamento de seu dileto aliado.
Com certeza, o Brasil não merece essa
classe política que somente pensa na satisfação de seus interesses e ainda
pretende continuar dominando a política, por meios da própria independência.
É preciso se defender, com urgência, a renovação da
classe política dominante, por ela ter conseguido mandar o país literalmente para
o espaço sideral, graças ao apoio do povo desinformado sobre os homens públicos
que têm total culpa pelo descalabro que vem contribuindo para empurrar o país em
direção ao verdadeiro mar de lama.
Convém que os brasileiros cônscios sobre as graves
crises que afetam impiedosamente as estruturas do país não apoiem os políticos
com mentalidades deformadas, retrógradas e ultrapassadas, extremamente
prejudiciais aos interesses da nacionalidade, por eles se preocuparem apenas em
nutrir o permanente pensamento com foco exclusivamente em se manter no poder,
como se o país fosse uma autêntica republiqueta e o seu povo não tivesse o
direito à dignidade de poder ser governado por homens públicos compromissados
com a satisfação das necessidades essenciais da população. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 29 de julho de 2015
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