sábado, 25 de julho de 2015

O desespero contra o impeachment

Diante do assombroso e terrível temor ou até mesmo do desespero no âmbito do PT, pela iminente possibilidade da abertura do processo de impeachment da presidente da República, em razão do agravamento das crises econômica, política e administrativa, o ex-presidente da República petista teria cogitado se encontrar com o ex-presidente da República tucano, para tentar arrefecer os ânimos da oposição, que demonstra firme interesse em levar adiante o afastamento da petista do Palácio do Planalto.
Segundo se especula, o encontro dos caciques partidários seria pautado não somente para se discutir o possível impeachment da presidente do país, mas também para a avaliação de questões políticas, com maior reflexão sobre agenda de longo prazo sobre o futuro do país, "muito superior ao impeachment", conforme adiantou um interlocutor, que é petista.
Esse petista reconheceu que o momento é muito difícil, que exige serenidade e bom sendo por parte dos homens públicos, que são características que devem estar presentes no palco das discussões, em que pese a polarização resultante do embate travado na última eleição, que não deve obstaculizar o diálogo entre situação e oposição.
Ele afirmou que "Eu considero que é fundamental que a gente mantenha cada qual a sua posição, mas não perca o norte de que há algo superior a convicções ideológicas e político-partidárias de cada um, que é o futuro do país".
Embora o petista reconheça as dificuldades enfrentadas pela presidente brasileira, ele não vê possibilidade de impeachment em futuro próximo, por não haver apoio suficiente para a instalação do processo pertinente no Congresso Nacional, cuja abertura depende da Câmara dos Deputados.
O petista criticou a falta de diálogo entre oposição e governo, numa situação chamada por ele de "dicotomia que não se conversa", tendo afirmado que os países que escolheram o caminho da polarização não prosperaram.
Ele concluiu, afirmando que "O encontro de dois ex-presidentes teria uma agenda muito superior a essa, que é conjuntural, sobre a briga da oposição com o governo. Apesar da última campanha dura, não podemos deixar consolidar na alma brasileira, e na política brasileira, uma dicotomia que não se conversa. Países que seguiram esse rumo não tiveram grande destino. Essas posições, governo e oposição, a gente troca. O que a gente não pode perder é o norte".
A primeira impressão que se tem acerca da pretensão petista de dialogar é de extrema dificuldade para se entender o momento crucial que o governo e o seu partido estão sendo obrigados a encarar, à vista de muita prepotência e superioridade enquanto era tranquila a administração do país sob céu de brigadeiro, sem nunca se predispor ao diálogo com a oposição, como pretende fazer agora, numa situação de bastante inferioridade, ante a catástrofe que se abate sobre a nação, graças à incompetência e ineficiência da gestão petista, que teria cometido graves deslizes na condução das políticas públicas.
As afirmações do petista de que os países que optaram pela polarização não conseguem prosperar são absolutamente coerentes com a realidade brasileira, em que o PT sempre foi modelo de partido que se isolou não somente da oposição, mas, sobretudo, de quem quer que contrarie a sua cartilha de radicalismo e o seu idealismo programático de absoluta dominação tanto da classe política como da sociedade em geral.
Ao que tudo indica, os petistas estão se esforçando ao extremo para demonstrar pouco de humildade que nunca foi capaz de esboçar, porque, desde que assumiu o poder, seu pedestal foi sempre de plena supremacia e superioridade, jamais se preocupando em dialogar com ninguém, muito menos com a oposição, que mereceu o tratamento de oposição no sentido mais extremado possível.
Muitos se perguntam, principalmente aqueles que conheceram o verdadeiro PT da origem, que infernizava diuturnamente o governo, quando ele era oposição que incomodava de forma penetrante, o que ele já teria feito para derrubar o presidente da República, incompetente, desmoralizo, desacreditado e fragilizado, com a popularidade baixíssima batendo recorde negativamente em sucessivas pesquisas? No mínimo, já teria convocado o povo para protestar nas ruas, em manifestação violenta de quebra-quebra, no sentido de perturbar a ordem pública e mostrar seu inconformismo com a situação caótica pela qual a nação estaria mergulhada, fruto da patente incapacidade de governabilidade do país.
É verdade que, no Estado Democrático de Direito, o diálogo é essencial ao aprimoramento da democracia, quanto mais em se tratando que ele deva versar sobre temas exclusivamente de interesse do país e não de agenda com a finalidade de livrar a pele de quem já demonstrou, de forma cabal, a total incapacidade de governo o país com as potencialidades social, política e econômica como o Brasil, que se encontra no fundo do poço mais profundo, graças à desastrosa condução das políticas públicas e à inexistência de prioridades para a execução das ações de Estado, a par da permissividade para a disseminação de casos de corrupção, à vista do petrolão.
Com certeza, o ex-presidente petista jamais procuraria o ex-presidente tucano caso a situação do governo e de seu partido não estivesse atolada no mar de lama pútrida, inalando os piores odores da corrupção e pondo em risco o futuro tanto do país como do próprio ex-presidente petista, que se afundaria em conjunto com a sua criatura, de infeliz escolha para governar o país, conforme mostram os lamentáveis exemplos de incapacidade.
É evidente que possível encontro dos ex-presidentes em referência teria que ser cercado de todos os mínimos cuidados, sobretudo no sentido de a conversa ser a mais ostensiva possível, para que o sigilo dos diálogos não seja objeto de futuro uso indevido contra os interesses nacionais, uma vez que qualquer entendimento que levem à continuidade de governo prejudicial e danoso ao país terá o condão de contrariar a vontade de parcela significativa dos brasileiros, que, em pesquisa de opinião, manifestaram, no percentual de mais de 70% dos entrevistados, pela desaprovação da presidente e consequentemente pelo seu afastamento do Palácio do Planalto, para onde jamais deveria ter sido mandada.    
Convém que os brasileiros, a par do seu espírito de patriotismo, se manifestem contrariamente a qualquer diálogo que não seja em benefício dos interesses nacionais, protestando contra entendimento que levem à permanência à frente da administração do país quem já deu inegável demonstração de incapacidade e de incompetência, à vista das precariedades e das mazelas que se apoderaram das políticas públicas e dos negócios do país. Acorda, Brasil!
 
          ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 25 de julho de 2015

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