quarta-feira, 22 de julho de 2015

A falência da administração do país

 
       Diante do cenário de conturbação generalizada, com a prevalência de graves crises política, econômica e administrativa, a presidente da República se reuniu com o seu antecessor, com a presença de vários ministros do conselho político da Presidência.
A reunião serviu para se discutir a difícil situação do país e principalmente do governo, tendo o ex-presidente, como principal liderança do partido, discorrido sobre as dificuldades da administração do país, em cuja avaliação ele teria sido bastante duro sobre o momento enfrentado pelo governo, embora ele tenha demonstrado disposição para ajudar, porém, no seu jeito de ser, evidentemente sempre visando ao atendimento de suas conveniências políticas.
Segundo os interlocutores, o petista se mostrou bastante interessado em contribuir para o soerguimento do governo da correligionária dele, tendo acenado, como principal orientação para tirar a petista do “volume morto”, a simples retomada do diálogo da presidente com os partidos políticos, os movimentos sociais e o empresariado, sem atentar que a presidente padece da crônica dificuldade de iniciativa capaz de estancar as precariedades do seu governo.
Um ministro disse que o sentimento da reunião é de que "Neste momento de crise, sem o pão que alimenta (ou seja, sem medidas concretas e efetivas), é hora de dar a palavra que conforta", como se somente os surrados lero-leros de sempre tivessem condições de reverter o quadro terrível de deficiências do governo.
Outro ministro declarou que a abordagem da Operação Lava-Jato sempre incomodava o ex-presidente, que chegou a reagir de forma dura, com essa advertência "eu não vim de São Paulo pra cá para discutir a Lava-Jato. Este é assunto das instituições envolvidas, e não do governo. Ou a gente governa ou estamos fritos". Chega a ser risível que o petista chame isso de governar o país.
O ex-presidente deixou claro que a petista precisa mobilizar a sociedade com suas viagens país afora, para mostrar as suas realizações, tendo a presidente, de imediato, designado o ministro da Casa Civil para organizar a agenda de viagens dela, com a finalidade de inauguração de obras.
Em que pese a petista ter sido eleita para comandar o país, ela não demonstra a menor habilidade e muito menos autonomia e iniciativa para a adoção das medidas próprias de presidente da República, ante as constantes reuniões com o seu antecessor, sempre para se submete às ridículas orientações de quem deixou terrível legado de incompetência e de corrupção, a exemplo da inexistência de qualquer obra de impacto e de reformas das obsoletas e retrógradas estruturas do Estado, que foi imbicado em profundas crises de difícil retorna à normalidade administrativa.
Também não se pode olvidar que foi no governo do ex-presidente petista que surgiram os piores escândalos da história republicana, consistentes no mensalão e petrolão, terrivelmente causadores da desonra dos brasileiros, ante o encadeamento de fatos irregulares estrategicamente arquitetados para o desvio de dinheiro público para o abastecimento dos cobres de partidos políticos, o do próprio governo e os de aliados seus, no caso da roubalheira da Petrobras, avaliada preliminarmente na bagatela de mais de R$ 6 bilhões, conforme a contabilização nos balancete da estatal.
A verdade é que somente nas republiquetas, onde os princípios democráticos são desrespeitados e ignorados, quem comando o país não é exatamente o presidente eleito, mas sim o todo-poderoso que se julga dono da nação, com direito a dar as ordens e dizer o que deve ser feito, precisamente na maneira que atenda às suas conveniências políticas.
Os brasileiros precisam se despertar, com o máximo de urgência, da letargia que não permite se enxergar a real situação de precariedade e de mediocridade existentes na administração do país, que têm contribuído para a formação e o aprofundamento de terríveis crises, notadamente na economia, política e gestão dos recursos públicos, que falece de prioridade e competência para a solução das graves dificuldades.
Urge que a sociedade repudie a contribuição sempre equivocada da mente brilhante e guru da mandatária da nação, que vislumbra, pasmem, para imediata mobilização da população, mediante o diálogo com partidos políticos, movimentos sociais e empresariado, visando à retirada do governo do atoleiro profundo, conquanto não se fale em nenhuma medida para solucionar as reais causas do caos administrativo, político e econômico, que pode continuar normalmente infernizando a vida dos brasileiros, com inflação nas alturas, desemprego em pleno crescimento, oficialização da diminuição da renda do trabalhador, descontrole das contas públicas, desperdício com a máquina pública pesada e ineficiente e outras mazelas próprias do governo, que estão causando enormes danos aos interesses dos brasileiros e ao desenvolvimento do país. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
         Brasília, em 22 de julho de 2015

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