Em
consonância com a programação do último encontro realizado em Guaratinguetá,
São Paulo, a Turma 162 promoveu solene homenagem às ilustres personalidades
eleitas por aclamação, por terem contribuído com notável destaque para a
formação moral e intelectual dos alunos da pertinente Tarjeta Verde, marco de
revolução na história da Escola de Especialistas de Aeronáutica, em termos de
socialização e de valorização dos princípios humanitários, por primar continuamente
pela agregação dos companheiros de turma, em permanente contado presencial,
para fortalecimento das amizades construídas nos idos e inesquecíveis anos de bancos
escolares.
Os
pioneiros escolhidos para justa homenagem foram os Cel Lucas Xavier Pinto e
Suboficial José Rodrigues de Almeida, que comparecerem ao Sítio do Ferraz,
local da solenidade, distribuindo simpatia e demonstrando satisfação diante do
reencontro com os alunos, depois de mais de 40 anos, que corresponderam calorosa
e animadamente à presença dos sempre estimados mestres.
Inicialmente,
os homenageados foram aplaudidos efusivamente após o anúncio de seus nomes e de
suas presenças no recinto, sendo saudados em seguida com merecidas mensagens
correspondentes às suas brilhantes e magníficas participações como mestres que
se notabilizaram com suas peculiares técnicas de ensino e souberam incutir na
consciência dos alunos o verdadeiro sentido da responsabilidade que cada um
teria que assumir, logo após a formatura de 3º Sargento da sempre respeitada
EEAr, por força das atribuições inerentes aos importantes encargos de apoio às
incumbências constitucionais dessa instituição do Estado brasileiro.
Na
ocasião, foi entregue aos homenageados linda placa com a figura talhada em madeira
da sempre lendária pantera cor de rosa, símbolo da nossa turma, com expressivos
dizeres enaltecendo a importância de nossos heróis, que foram lidos e
aplaudidos pelos companheiros.
Com
enorme singeleza, mas na tentativa de marcar o sentido da gratidão, eu dediquei
o meu XIV livro ao Cel Lucas, cujos termos foram vazados assim: “É com muito prazer que dedico este livro ao
estimado Coronel de Infantaria Lucas Xavier Pinto, da reserva da Aeronáutica,
como reconhecimento do seu excelente trabalho como comandante de Companhia do
Corpo de Alunos da Escola de Especialistas da Aeronáutica, que teve relevante
contribuição moral e profissional à minha formação militar e
técnico-profissional naquele educandário de elevado nível de ensino, cuja
demonstração de liderança e de capacidade ara a instrução e o comando era exercida,
sobretudo, com muito entusiasmo e destacada vocação de amor às causas da
cultura intrínsecas da formação institucional de especialistas altamente preparados
e conscientes da sua importante responsabilidade pelo esteio básico e
fundamental da missão constitucional e legal da sempre veneranda Força Aérea
Brasileira.”.
Em
seguida à leitura da citada dedicatória, eu entreguei minha coleção de 14
livros ao Cel Lucas, externando a minha gratidão pessoal, a par de torcer que
ele se interesse pela leitura das crônicas pertinentes.
Quem
esteve presente nas homenagens, pôde vivenciar forte emoção aflorada à pele, principalmente
da minha parte, que não consegui, por mais que me esforçar-se, contê-la, mas
isso apenas foi capaz de mostrar que os nossos sentimentos conseguiram representar
fielmente o sentido da gratidão e do reconhecimento, que não são efetivados quando
há indiferença e frieza nas ações de seus protagonistas.
São
indiscutivelmente relevantes as contribuições agregadas ao conhecimento e à
formação dos alunos, em consonância com os exigentes currículos daquele
respeitável centro de formação de excelentes profissionais de diferentes
especialidades de altíssimos níveis técnicos, de comprovado reconhecimento
nacional e internacional, graças, certamente, à apurada qualidade dos mestres,
monitores, instrutores e demais responsáveis pela formação de Sargentos, muito
significativamente representada no elevado nível dos homenageados, cujo status ainda
se mantém intato, sendo digno do nosso reconhecimento, nesse maravilhoso,
agradável e inesquecível momento.
É
muito importante se reconhecer, por aqueles que se beneficiaram diretamente dos
esforços, da dedicação e das qualificações dos profissionais altamente
preparados para o cumprimento de uma das missões mais sublimes incumbidas ao
homem, que é ensinar, instruir e orientar seus semelhantes, que nem sempre são
capazes de reconhecer o enorme sacrifício desprendido por quem tem a
responsabilidade de transmitir o saber e o conhecimento, que são os verdadeiros
instrumentos com o poder de transformação da sociedade, como forma essencial à
evolução da humanidade.
Não
há a menor dúvida de que os ex-alunos do Cel Lucas e Sub Rodrigues renderam bonita
e representativa demonstração não somente de gratidão, mas sobretudo de carinho
aos mestres que transferiram os melhores conhecimentos e as sábias lições sobre
suas experiências da arte de bem ensinar, à vista do tanto de sucesso alcançado
por todos nós, que soubemos, na qualidade de alunos obedientes, aplicar
retilineamente, ao longo de suas vidas, as linhas mestras das lições emanadas
pelos tarimbados professores, que são agora homenageados, com o devido e justo
mérito.
Na
minha visão de aluno muito próximo ao Cel Lucas, por assessorá-lo na parte
administrativa da Companhia comando por ele, posso assegurar que a homenagem
prestada a ele corresponde exatamente ao tamanho e ao sentido de reconhecimento
da láurea, por ter sido testemunha do quanto ele se esforçava para transmitir o
seu melhor saber para a formação dos alunos, tendo demonstrado extremos empenho,
interesse e zelo no sentido de disseminar a necessidade da fidelidade aos seus
discípulos sobre a fiel observância aos preceitos da disciplina, da moralidade e
sobretudo da responsabilidade profissional.
Impende
se ressaltar, por muito oportuno, que este fato inédito serve de importante
modelo, ante a sua relevância como reconhecimento de qualidades e de méritos
profissionais, para os atuais comandantes, oficiais, sargentos, monitores,
instrutores e demais pessoas incumbidas da formação dos excelentes
especialistas aeronáuticos, convindo que a Escola de Especialistas de
Aeronáutica seja cientificada, pelos meios competentes, sobre esse importante
acontecimento, que mostra, com todas as letras, a valorização dos mestres que prestaram
relevante contribuição à formação de excelentes profissionais, que tiveram a
dignidade de ressaltar com ato concreto o substancial valor da aprendizagem de
elevado nível.
É
inegável que as justas e merecidas homenagens ao Cel Lucas e Suboficial
Rodrigues se harmonizam à índole de puro altruísmo de gente com elevado
espírito humanitário, como se verifica no sentimento dos integrantes da Turma
162, que demonstraram e souberam valorizar o ser humano no tamanho do
merecimento dele. Foi exatamente isso que aconteceu com as homenagens em
apreço, que aconteceram em bom momento de nossas vidas.
É
muito reconfortante se constatar que acontecimento inédito e representativo
como esse tenha sido realizado com pleno êxito e que a sua materialização
ficará registrada nos anais da história da turma, convindo que esse feito
maravilhoso seja objeto de ampla divulgação, inclusive no âmbito da EEAr, como
marco inspirador para outros eventos semelhantes.
O
momento especial de homenagem e agradecimentos tem muito a ver com o sentimento
externado nos idos de 1974, quando, por ocasião da conclusão de nosso curso, a
revista “O Especialista” publicou bela e apropriada mensagem enaltecendo a
importância do trabalho das pessoas que comandavam a nossa formação intelectual
e moral, nos termos seguintes, verbis:
“Valendo-nos da revista “O Especialista”,
deixamos nesta oportunidade nossos mais calorosos agradecimentos e a nossa
palavra de fé no trabalho anônimo que os Oficiais e Sargentos da Tarjeta Verde
realizaram no nosso doutrinamento. Foram eles que nos ensinaram a dar os
primeiros passos. Durante todo tempo em que aqui estivemos, não nos faltou
apoio nas horas difíceis, sorriam conosco nas horas alegres. Quando aqui
chegamos, as dificuldades a vencer, sabíamos, eram imensas, mas isso não
constituiu motivo de desânimo. Aqui nos foi ensinado que os homens moralmente
bem formados sabem que na vida nada se consegue, em bases sólidas e
resistentes, sem esforço ou trabalho. Na nossa formação, foi-nos dado o
estímulo e o entusiasmo para lutar e vencer. Como o escultor usa o cinzel para
transformar uma rocha bruta em uma obra artística, eles usaram o idealismo para
moldar jovens inexperientes em homens imbuídos de uma imensa responsabilidade
de zelar pela disciplina e preparados para que possam orientar, dar exemplo e
exigir de seus subordinados o cumprimento do dever de cada um, visando ao
engrandecimento da FAB, através do aperfeiçoamento e valorização dos próprios
subordinados. (...) Com essas
palavras, 482 Sargentos agradecem e cumprimentam os Oficiais e Sargentos que
comandam a Tarjeta Verde, esperando que continuem a dar o mesmo apoio aos
nossos sucessores, com forças renovadas para prosseguirem cada um no seu
trabalho, realizando a mais árdua tarefa: ENSINAR. Obrigado. A Tarjeta Verde”.
É
induvidoso que, nesta ocasião, sentimo-nos imbuídos com o mesmo ou maior
sentimento de reconhecimento, à vista dos bons frutos colhidos exatamente com
fundamento nos sólidos ensinamentos hauridos nos bancos escolares, cuja
destacada e importante parcela dos protagonistas principais acaba de ser, com o
devido mérito, homenageada com as pompas à altura do seu empenho e da sua
dedicação em prol da formação de homens que muito honram e dignificam a
história da gloriosa Força Aérea Brasileira.
Embora,
no evento, não tenha tido a oportunidade de se dizer aos eminentes homenageados,
de forma enfática, com palavras o quanto eles conseguiram transmitir os melhores
conhecimentos para nós, que teriam servido como verdadeiro tesouro a orientar o
norte de nossas vidas, o ato em si expressou com muita clareza que seus prestimosos
trabalhos de verdadeira evangelização se transformaram em excelentes e
maravilhosos ensinamentos e lições, que tiveram o condão de facilitar a
compreensão do sentido da vida e de ajudar no espinhoso cumprimento da
importante missão incumbida a cada um de nós, que certamente conseguiram os
louros e os auspiciosos resultados almejados.
Meus
agradecimentos e minha eterna gratidão aos mestres Cel Lucas Xavier Pinto e
Suboficial José Rodrigues de Almeida, por suas marcantes contribuições ao que
represento hoje para a minha família, meus amigos e a sociedade.
ADALMIR - Aluno 73/161, 19ª/16ª Cias/EEAr
Brasília,
em 10 de julho de 2015
É verdade ADALMIR!!!
ResponderExcluirTodos nós nos somamos a você nesse propósito de GRATIDÃO, aliás externalizado de forma singular e brilhante no evento ocorrido no SITIO DO AMIGO FERRAZ.
Eu, que não pude estar presente a esse importante momento, agradeço a você por traduzir aqui as emoções vividas ali.
ALIÁS, MEU AMIGO, COISA BOA É AGRADECER!!! Quer ver uma coisa!!! Todos os dias acendemos as luzes em nossas casas, não é mesmo! Além de clarear o ambiente, elas mostram que podemos operar nossos equipamentos, alguns dos quais nunca desligamos, como a geladeira, por exemplo. Quando, por um algum motivo, a energia (ou luz, ou força, como se diz em alguns lugares) nos é tirada, experimentamos vários sentimentos e tomamos diversas providências. Se não é estabelecida, geralmente ligamos para o 0800 da operadora e reclamamos. Certamente, com toda a razão! No entanto, nunca ligamos para a operadora a fim de agradecer a vida que a energia possibilita todos os dias, 24 horas por dia. Se o fizéssemos, o atendente do outro lado da linha talvez anotasse no prontuário que um maluco ligou para a empresa. É algo fora do padrão. É algo fora do padrão que revela parte do que somos: homens e mulheres prontos para reclamar, esquecidos de agradecer.
Quando não agradecemos, pelas coisas simples (como o fornecimento da energia elétrica, pela qual pagamos, ou a viagem bem sucedida que remuneramos), tornamos a vida menos colorida, a nossa e a dos outros.
Quando agradecemos, fazemos a vida sorrir. É impossível a gratidão sem um sorriso.
Quando agradecemos, somos todos irmãos no projeto de viver; afinal, nunca estamos sozinhos ou fazemos sozinhos as coisas. Os solitários deixam de ser solitários quando agradecem.
Quando agradecemos, deixamos de lado o nosso lado sombrio, dominado pelo medo e pela revolta. A gratidão ilumina nossas emoções e nossas palavras.
Quando agradecemos, é como se olhássemos para o céu, piscássemos os olhos e sussurrássemos discretamente:
- Valeeeeeeeeeeeeeeu!!!!!!
Valeeeeeeeeeeu ADALMIR!!! Você é mesmo 10!!! Obrigadíssimo!!!