sexta-feira, 10 de julho de 2015

Reconhecimento, gratidão e agradecimento

Em consonância com a programação do último encontro realizado em Guaratinguetá, São Paulo, a Turma 162 promoveu solene homenagem às ilustres personalidades eleitas por aclamação, por terem contribuído com notável destaque para a formação moral e intelectual dos alunos da pertinente Tarjeta Verde, marco de revolução na história da Escola de Especialistas de Aeronáutica, em termos de socialização e de valorização dos princípios humanitários, por primar continuamente pela agregação dos companheiros de turma, em permanente contado presencial, para fortalecimento das amizades construídas nos idos e inesquecíveis anos de bancos escolares.
Os pioneiros escolhidos para justa homenagem foram os Cel Lucas Xavier Pinto e Suboficial José Rodrigues de Almeida, que comparecerem ao Sítio do Ferraz, local da solenidade, distribuindo simpatia e demonstrando satisfação diante do reencontro com os alunos, depois de mais de 40 anos, que corresponderam calorosa e animadamente à presença dos sempre estimados mestres.
Inicialmente, os homenageados foram aplaudidos efusivamente após o anúncio de seus nomes e de suas presenças no recinto, sendo saudados em seguida com merecidas mensagens correspondentes às suas brilhantes e magníficas participações como mestres que se notabilizaram com suas peculiares técnicas de ensino e souberam incutir na consciência dos alunos o verdadeiro sentido da responsabilidade que cada um teria que assumir, logo após a formatura de 3º Sargento da sempre respeitada EEAr, por força das atribuições inerentes aos importantes encargos de apoio às incumbências constitucionais dessa instituição do Estado brasileiro.
 
 
Na ocasião, foi entregue aos homenageados linda placa com a figura talhada em madeira da sempre lendária pantera cor de rosa, símbolo da nossa turma, com expressivos dizeres enaltecendo a importância de nossos heróis, que foram lidos e aplaudidos pelos companheiros.
Com enorme singeleza, mas na tentativa de marcar o sentido da gratidão, eu dediquei o meu XIV livro ao Cel Lucas, cujos termos foram vazados assim: “É com muito prazer que dedico este livro ao estimado Coronel de Infantaria Lucas Xavier Pinto, da reserva da Aeronáutica, como reconhecimento do seu excelente trabalho como comandante de Companhia do Corpo de Alunos da Escola de Especialistas da Aeronáutica, que teve relevante contribuição moral e profissional à minha formação militar e técnico-profissional naquele educandário de elevado nível de ensino, cuja demonstração de liderança e de capacidade ara a instrução e o comando era exercida, sobretudo, com muito entusiasmo e destacada vocação de amor às causas da cultura intrínsecas da formação institucional de especialistas altamente preparados e conscientes da sua importante responsabilidade pelo esteio básico e fundamental da missão constitucional e legal da sempre veneranda Força Aérea Brasileira.”.
Em seguida à leitura da citada dedicatória, eu entreguei minha coleção de 14 livros ao Cel Lucas, externando a minha gratidão pessoal, a par de torcer que ele se interesse pela leitura das crônicas pertinentes.  
Quem esteve presente nas homenagens, pôde vivenciar forte emoção aflorada à pele, principalmente da minha parte, que não consegui, por mais que me esforçar-se, contê-la, mas isso apenas foi capaz de mostrar que os nossos sentimentos conseguiram representar fielmente o sentido da gratidão e do reconhecimento, que não são efetivados quando há indiferença e frieza nas ações de seus protagonistas.
São indiscutivelmente relevantes as contribuições agregadas ao conhecimento e à formação dos alunos, em consonância com os exigentes currículos daquele respeitável centro de formação de excelentes profissionais de diferentes especialidades de altíssimos níveis técnicos, de comprovado reconhecimento nacional e internacional, graças, certamente, à apurada qualidade dos mestres, monitores, instrutores e demais responsáveis pela formação de Sargentos, muito significativamente representada no elevado nível dos homenageados, cujo status ainda se mantém intato, sendo digno do nosso reconhecimento, nesse maravilhoso, agradável e inesquecível momento.
É muito importante se reconhecer, por aqueles que se beneficiaram diretamente dos esforços, da dedicação e das qualificações dos profissionais altamente preparados para o cumprimento de uma das missões mais sublimes incumbidas ao homem, que é ensinar, instruir e orientar seus semelhantes, que nem sempre são capazes de reconhecer o enorme sacrifício desprendido por quem tem a responsabilidade de transmitir o saber e o conhecimento, que são os verdadeiros instrumentos com o poder de transformação da sociedade, como forma essencial à evolução da humanidade.
Não há a menor dúvida de que os ex-alunos do Cel Lucas e Sub Rodrigues renderam bonita e representativa demonstração não somente de gratidão, mas sobretudo de carinho aos mestres que transferiram os melhores conhecimentos e as sábias lições sobre suas experiências da arte de bem ensinar, à vista do tanto de sucesso alcançado por todos nós, que soubemos, na qualidade de alunos obedientes, aplicar retilineamente, ao longo de suas vidas, as linhas mestras das lições emanadas pelos tarimbados professores, que são agora homenageados, com o devido e justo mérito.
Na minha visão de aluno muito próximo ao Cel Lucas, por assessorá-lo na parte administrativa da Companhia comando por ele, posso assegurar que a homenagem prestada a ele corresponde exatamente ao tamanho e ao sentido de reconhecimento da láurea, por ter sido testemunha do quanto ele se esforçava para transmitir o seu melhor saber para a formação dos alunos, tendo demonstrado extremos empenho, interesse e zelo no sentido de disseminar a necessidade da fidelidade aos seus discípulos sobre a fiel observância aos preceitos da disciplina, da moralidade e sobretudo da responsabilidade profissional.  
Impende se ressaltar, por muito oportuno, que este fato inédito serve de importante modelo, ante a sua relevância como reconhecimento de qualidades e de méritos profissionais, para os atuais comandantes, oficiais, sargentos, monitores, instrutores e demais pessoas incumbidas da formação dos excelentes especialistas aeronáuticos, convindo que a Escola de Especialistas de Aeronáutica seja cientificada, pelos meios competentes, sobre esse importante acontecimento, que mostra, com todas as letras, a valorização dos mestres que prestaram relevante contribuição à formação de excelentes profissionais, que tiveram a dignidade de ressaltar com ato concreto o substancial valor da aprendizagem de elevado nível.
É inegável que as justas e merecidas homenagens ao Cel Lucas e Suboficial Rodrigues se harmonizam à índole de puro altruísmo de gente com elevado espírito humanitário, como se verifica no sentimento dos integrantes da Turma 162, que demonstraram e souberam valorizar o ser humano no tamanho do merecimento dele. Foi exatamente isso que aconteceu com as homenagens em apreço, que aconteceram em bom momento de nossas vidas.
É muito reconfortante se constatar que acontecimento inédito e representativo como esse tenha sido realizado com pleno êxito e que a sua materialização ficará registrada nos anais da história da turma, convindo que esse feito maravilhoso seja objeto de ampla divulgação, inclusive no âmbito da EEAr, como marco inspirador para outros eventos semelhantes.  
O momento especial de homenagem e agradecimentos tem muito a ver com o sentimento externado nos idos de 1974, quando, por ocasião da conclusão de nosso curso, a revista “O Especialista” publicou bela e apropriada mensagem enaltecendo a importância do trabalho das pessoas que comandavam a nossa formação intelectual e moral, nos termos seguintes, verbis: “Valendo-nos da revista “O Especialista”, deixamos nesta oportunidade nossos mais calorosos agradecimentos e a nossa palavra de fé no trabalho anônimo que os Oficiais e Sargentos da Tarjeta Verde realizaram no nosso doutrinamento. Foram eles que nos ensinaram a dar os primeiros passos. Durante todo tempo em que aqui estivemos, não nos faltou apoio nas horas difíceis, sorriam conosco nas horas alegres. Quando aqui chegamos, as dificuldades a vencer, sabíamos, eram imensas, mas isso não constituiu motivo de desânimo. Aqui nos foi ensinado que os homens moralmente bem formados sabem que na vida nada se consegue, em bases sólidas e resistentes, sem esforço ou trabalho. Na nossa formação, foi-nos dado o estímulo e o entusiasmo para lutar e vencer. Como o escultor usa o cinzel para transformar uma rocha bruta em uma obra artística, eles usaram o idealismo para moldar jovens inexperientes em homens imbuídos de uma imensa responsabilidade de zelar pela disciplina e preparados para que possam orientar, dar exemplo e exigir de seus subordinados o cumprimento do dever de cada um, visando ao engrandecimento da FAB, através do aperfeiçoamento e valorização dos próprios subordinados. (...) Com essas palavras, 482 Sargentos agradecem e cumprimentam os Oficiais e Sargentos que comandam a Tarjeta Verde, esperando que continuem a dar o mesmo apoio aos nossos sucessores, com forças renovadas para prosseguirem cada um no seu trabalho, realizando a mais árdua tarefa: ENSINAR.          Obrigado. A Tarjeta Verde”. 
É induvidoso que, nesta ocasião, sentimo-nos imbuídos com o mesmo ou maior sentimento de reconhecimento, à vista dos bons frutos colhidos exatamente com fundamento nos sólidos ensinamentos hauridos nos bancos escolares, cuja destacada e importante parcela dos protagonistas principais acaba de ser, com o devido mérito, homenageada com as pompas à altura do seu empenho e da sua dedicação em prol da formação de homens que muito honram e dignificam a história da gloriosa Força Aérea Brasileira. 
Embora, no evento, não tenha tido a oportunidade de se dizer aos eminentes homenageados, de forma enfática, com palavras o quanto eles conseguiram transmitir os melhores conhecimentos para nós, que teriam servido como verdadeiro tesouro a orientar o norte de nossas vidas, o ato em si expressou com muita clareza que seus prestimosos trabalhos de verdadeira evangelização se transformaram em excelentes e maravilhosos ensinamentos e lições, que tiveram o condão de facilitar a compreensão do sentido da vida e de ajudar no espinhoso cumprimento da importante missão incumbida a cada um de nós, que certamente conseguiram os louros e os auspiciosos resultados almejados.
Meus agradecimentos e minha eterna gratidão aos mestres Cel Lucas Xavier Pinto e Suboficial José Rodrigues de Almeida, por suas marcantes contribuições ao que represento hoje para a minha família, meus amigos e a sociedade.
 
ADALMIR - Aluno 73/161, 19ª/16ª Cias/EEAr
 
Brasília, em 10 de julho de 2015

Um comentário:

  1. É verdade ADALMIR!!!
    Todos nós nos somamos a você nesse propósito de GRATIDÃO, aliás externalizado de forma singular e brilhante no evento ocorrido no SITIO DO AMIGO FERRAZ.
    Eu, que não pude estar presente a esse importante momento, agradeço a você por traduzir aqui as emoções vividas ali.
    ALIÁS, MEU AMIGO, COISA BOA É AGRADECER!!! Quer ver uma coisa!!! Todos os dias acendemos as luzes em nossas casas, não é mesmo! Além de clarear o ambiente, elas mostram que podemos operar nossos equipamentos, alguns dos quais nunca desligamos, como a geladeira, por exemplo. Quando, por um algum motivo, a energia (ou luz, ou força, como se diz em alguns lugares) nos é tirada, experimentamos vários sentimentos e tomamos diversas providências. Se não é estabelecida, geralmente ligamos para o 0800 da operadora e reclamamos. Certamente, com toda a razão! No entanto, nunca ligamos para a operadora a fim de agradecer a vida que a energia possibilita todos os dias, 24 horas por dia. Se o fizéssemos, o atendente do outro lado da linha talvez anotasse no prontuário que um maluco ligou para a empresa. É algo fora do padrão. É algo fora do padrão que revela parte do que somos: homens e mulheres prontos para reclamar, esquecidos de agradecer.
    Quando não agradecemos, pelas coisas simples (como o fornecimento da energia elétrica, pela qual pagamos, ou a viagem bem sucedida que remuneramos), tornamos a vida menos colorida, a nossa e a dos outros.
    Quando agradecemos, fazemos a vida sorrir. É impossível a gratidão sem um sorriso.
    Quando agradecemos, somos todos irmãos no projeto de viver; afinal, nunca estamos sozinhos ou fazemos sozinhos as coisas. Os solitários deixam de ser solitários quando agradecem.
    Quando agradecemos, deixamos de lado o nosso lado sombrio, dominado pelo medo e pela revolta. A gratidão ilumina nossas emoções e nossas palavras.
    Quando agradecemos, é como se olhássemos para o céu, piscássemos os olhos e sussurrássemos discretamente:
    - Valeeeeeeeeeeeeeeu!!!!!!
    Valeeeeeeeeeeu ADALMIR!!! Você é mesmo 10!!! Obrigadíssimo!!!

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