quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Desconhecimento da realidade


Um influente e afiadíssimo político e economista de São Paulo, que já foi ministro e deputado federal, proferiu alguns adjetivos com poder demolidor contra o pacote fiscal do governo, tendo aproveitado também para ser implacável com a presidente da República, ao afirmar, ipsis litteris, que “É preciso dizer que eu acho a Dilma absolutamente honesta, com absoluta honestidade de propósito, e que ela é simplesmente uma trapalhona.”.
Em entrevista ao Estado, o mencionado economista classificou como equívoco mortal a remessa ao Congresso Nacional da proposta de Orçamento com déficit de R$ 30 bilhões, tendo afirmado que “Foi a maior barbeiragem política e econômica da história recente do Brasil. A interpretação do mercado foi a seguinte: ‘O governo jogou a toalha. Abriu mão de sua responsabilidade. É impotente. Então, seja o que Deus quiser. O Congresso que se vire aí.’”. 
          Ele considera a atual situação do país muito preocupante, porque “As pessoas sabem que a presidente é uma mulher com espírito muito forte. Com vontades muito duras, e ela nunca explicou porque ela deu aquela conversão na estrada de Damasco. Ela deveria ter ido à televisão, já no primeiro momento, e dizer: ‘Errei. Achei que o modelo que nós tínhamos ia dar certo e não deu’. Mas, não. Ela mudou sem avisar e sem explicar nada para ninguém. Como confiar?”.
O economista entende que o coração do plano do governo, no caso, a CPMF, “... é um imposto cumulativo, regressivo, inflacionário, tem efeito negativo sobre o crescimento e quem paga é o pobre mesmo. Ele está sendo usado porque o programa do governo é uma fraude, um truque, uma decepção – não tem corte nenhum, só substituição de uma despesa por outra e o que parece corte é verba cortada do outro. Dizem que vão usar a verba do sistema S. Ora, meu Deus do céu! R$ 1 do sistema S produz infinitamente mais do que R$ 1 na mão do governo. Alguém duvida de que o governo é ineficiente?”. 
Enfim, ele disse que “Ela tem uma visão do Brasil que não coincide com o Brasil.”. Ou seja, na verdade, a presidente demonstra desconhecer a realidade brasileira e é por isso que a sua gestão não oferece condições para o desenvolvimento social, econômico e político.
Em estreita análise sobre as conclusões do mestre em economia, é possível se inferir, sem dificuldade, que o Brasil está acéfalo, com a nau da administração pública à deriva, sem rumo e sem perspectivas, em curto prazo.
Os estragos já causados ao patrimônio dos brasileiros, diante do indiscutível desgoverno, já são capazes de ensejar o afastamento da presidente do seu cargo, como medidas cautelar e preventiva, de modo a serem evitados mais danos insanáveis, com maior agressividade à nação e aos brasileiros.
É evidente que, se o sistema político brasileiro fosse o parlamentarismo, certamente a presidente já estaria, há bastante tempo, bem distante do Palácio do Planalto e o país teria sido salvo da sanha da incompetência e das trapalhadas, no dizer do mestre paulista.
É de se lamentar ainda não existir normativo jurídico para possibilitar o democrático afastamento de executivo do seu cargo, como forma preventiva da ocorrência de mal ainda maior para a nação, principalmente quando ele cai em completa desgraça por incapacidade de natureza gerencial e administrativa, a exemplo do que se passa com o trágico modelo adotado pela presidente brasileira, que conseguiu conduziu o país à terrível recessão econômica e ao descrédito também junto aos investidores.
O quadro atual da governabilidade brasileira se mostra cada vez mais preocupante, porque a mandatária já demonstrou que realmente não possui condições administrativas para evitar que o país chegasse ao grau máximo de ingovernabilidade, abrangendo inclusive o patrimônio de estatais, a exemplo o da Petrobras, que virou pó de um instante para outro, na desastrada gestão da petista, quando se sabe que ela passou a ser a empresa com maior endividamento do planeta e ainda passa por reais dificuldades econômicas, graças aos escândalos de corrupção que contaminaram suas estruturas operacionais e financeiras.
A gravidade das crises que grassam no país aconselha que sejam buscadas ideias alternativas de governabilidade, diante dos malefícios já contabilizados no patrimônio dos brasileiros, que ficam cada vez mais pobres e carentes de serviços públicos de qualidade, situação essa que serve de forte fundamento para a criação de instrumento jurídico apropriado, prevendo a possibilidade de o povo decidir, a qualquer tempo, pela continuidade ou não no cargo de executivo inoperante, improdutivo e incompetente, notadamente quando as evidências indicarem que é salutar medida que possa contribuir para salvar, enquanto ainda seja possível, a pátria da destruição e da tragédia, o que se equivaleria à forma igualmente democrática de se confirmar ou não no cargo, conforme demandar a melhor opção dos brasileiros cônscios de suas convicções cívicas.
À toda evidência, é inadmissível que o país com as grandezas e potencialidades do Brasil continue acéfalo, desgovernado, na afirmação do famoso economista paulista, sob o comando de pessoa trapalhona e inconsequente, que tem sido assessorada por políticos igualmente despreparados e desorientados, que tiveram a iniciativa inusitada, irresponsável e absurda de mandar para o Congresso Nacional projeto de orçamento com déficit de mais de trinta bilhões de reais, sem qualquer justificativa plausível, cuja imediata consequência foi a retirada do grau de investimento do país, por importante agência de classificação de risco, deixando o Brasil em situação ainda mais desesperadora, quanto às perspectivas de investimentos estrangeiros.
Compete à sociedade escolher a melhor forma de governança e certamente a atual gestão, diante dos fatos, não tem sido a ideal, restando a alternativa de possibilitar a adoção de medida de salvaguarda da nação, como forma de serem evitados maiores prejuízos ao patrimônio dos brasileiros, à vista da gravidade da situação que se mostra cada vez mais insustentável, conforme atestam os pífios resultados econômicos, a par de as evidências indicarem que o atual estágio de dificuldades é apenas o limiar de tenebrosas tempestades na administração do país, com tendência de verdadeira hecatombe a exigir enorme sacrifício da população, cujas dificuldades poderiam ser facilmente evitadas com simples providências jurídicas cabíveis, nas circunstâncias. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 13 de janeiro de 2016

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