“A vida é aquilo que acontece enquanto
planejamos o futuro”. John Lennon
O
petista ex-presidente da República, cada vez mais encurralado com as revelações
sobre seu envolvimento com fatos suspeitos de irregulares, à vista dos
resultados das investigações objeto das Operações Lava-Jato e Zelotes, decidiu
reforçar seu staff de defensores,
tendo contratado famoso criminalista.
Segundo
correligionários, o ex-presidente “tomou
consciência de que algo mais grave pode acontecer”, diante da constância
das citações do nome dele em fatos investigados pela Operação Lava-Jato.
Até
agora, o petista sempre usa a surrada retórica de servir de alvo de perseguição
por setores da Justiça, pela imprensa e oposição, como forma de minar a sua
imagem, com denúncias sobre fatos atribuídos a ele, de modo a criar
dificuldades para a sua candidatura ao Palácio do Planalto, em 2018.
O
novo criminalista assegurou que irá trabalhar de graça para o petista e terá a
função de adensar, de forma técnica, a defesa do ex-presidente, nos casos que
se tornarem corriqueiros. Será se alguém vai acreditar que o advogado vai
trabalhar de graça, salvo se ainda ele tiver a pretensão de ser ministro do
Supremo Tribunal Federal?
O
advogado disse que “Há um esforço para
criminalização do ex-presidente”, dando a entender, de forma onipotente,
que ele se encontrasse acima de tudo e da lei e ainda estivesse imune a
investigação e a acusação, estando a salvo sobre qualquer suspeita seus atos
como homem público, que não pratica impropriedade, quando, no Estado
Democrático de Direito, a transparência é princípio altamente benefício ao
aperfeiçoamento da verdade e da democracia, à vista da possibilidade do
exercício da ampla defesa e do contraditório, nos casos de envolvimento em
casos irregulares.
Na
avaliação de um experimentado analista de crises, ao contratar advogado
criminalista, o petista tenta, preventivamente, evitar “o ambiente criado para a prisão de Lula”, cujos contornos ganham
forma à medida das revelações oriundas de delações premiadas.
Quem
acreditou que esse senhor seria o salvador da pátria, capaz de livrar o Brasil
dos corruptos e dos políticos inescrupulosos, como ele garantia como plataforma
de poder, apenas se decepcionou redondamente com a enorme farsa construída sob
a égide de exclusivo projeto de absoluta dominação da classe política e da
perenidade no poder, sobretudo com a promoção dos privilégios para a casta
formada ao seu círculo de apoiadores ou de aliados, normalmente constituídos
sob alianças espúrias e interesseiras, com clara exploração do emprego de
métodos que usurparam os princípios da dignidade e da decência nas atividades
político-partidárias, conforme mostram com muita clareza os fatos do cotidiano.
Enquanto
pôde, o petista foi pródigo em disseminar a arrogância, prepotência e
onipotência, sempre privilegiando os interesses pessoais e partidários, sem
renegar a classe pobre, que foi generosamente “beneficiada” com a distribuição
de renda, como forma da diversificação de mil bolsas, com o sábio e eficiente
viés populista e eleitoreiro, de modo a assegurar sustentabilidade e
consistência ao seu importante projeto de poder, conforme mostram os resultados
das eleições, amplamente favoráveis, em especial, aos candidatos de seu
partido.
Se
o todo-poderoso fosse realmente herói de verdade e se comportasse com conduta
exemplar e ilibada, acima de qualquer suspeita, certamente que ele não se
cercava, de forma cautelar e preventiva, dos melhores e mais caros causídicos,
pagos a peso de ouro, para garantir sua defesa nos tribunais, bastaria dizer a
verdade e comprovar que as acusações são inconsistentes.
Diante
da evolução das investigações, os fatos mostram que a administração pública foi
tomada por onda avassaladora de maus políticos, a ensejar que os brasileiros
implorem por justiça contra os desmandos, de modo que sejam apurados com
profundidade os fatos inquinados de irregulares, imputadas responsabilidades
aos culpados e exigida reparação dos prejuízos causados ao erário, como maneira
de acabar com o círculo vicioso da impunidade que grassa no país e tem sido o
câncer tenebroso a incomodar, de forma permanente, a sociedade, que tem sido
cúmplice com as organizações criminosas que promovem a dilapidação do patrimônio
da nação, por conceder seu apoio, com seu voto, aos maus homens públicos.
O
momento nacional, com altas autoridades do mundo político sendo obrigadas a
contratarem juristas para a sua defesa, oferece enorme contribuição à
sociedade, como verdadeira lição, no sentido de que é premente a necessidade de
avaliação sobre a completa mudança da imutabilidade da classe política, que já
se exauriu, com fundamento nos seus velhos, arcaicos, obsoletos e prejudiciais
métodos de cunho populista contrários aos interesses dos brasileiros.
Espera-se
que os brasileiros se conscientizem de que o modelo de política implantado pelo
PT, diante dos resultados trágicos e desastrosos que estão ai, precisa ser
mudado, com urgência, principalmente no sentido de se conceder oportunidades
para as novas gerações de lideranças, de modo que os homens públicos, com
passado enodoado por eternas suspeições sobre o ferimento dos princípios da
dignidade e da moralidade nas atividades públicas, sejam varridos em definitivo
das atividades político-partidárias.
A
verdade é que a Justiça não criminaliza ninguém se não houver causa ou motivo
para fundamentá-la, fato que contribui para se inferir que o petista age
precipitadamente ao se cercar de grandes juristas para se defender, salvo se
ele tem fundados motivos para se preocupar ou medo de que a verdade venha à
tona.
O
ex-presidente, ao que tudo indica, com a contratação de novo advogado,
certamente deve ter muito motivo para a defesa, à luz dos fatos que estão se
tornando ostensivos, com enorme plausibilidade de haver o seu envolvimento
neles, entre tatas situações escabrosas, a começar pelos famigerados mensalão, e
petrolão, com a exposição, agora, da sua possível espúria aliança com o “famoso”
alagoano, senador e ex-presidente da República, sob a alegação de aliança política
entre o petista e o senador, que teria ganho o direito de indicar os cargos de
direção da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, em troca de apoio no
Senado Federal.
Os
brasileiros exigem a verdade sobre a situação político-administrativa da nação
e ninguém melhor do que o petista, ex-presidente do país, para se dignar a
dizer exatamente tudo sobre o que realmente aconteceu nos bastidores da
República, como forma de resgate da verdade sobre os fatos de relevância para a
expiação de seus possíveis desacertos na administração do país, sobretudo com
relação às ilegítimas e questionáveis alianças com políticos da pior índole,
que macularam os interesses nacionais, e às obras financiadas no exterior, quando
elas são carentes e prioritárias no Brasil. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 20 de janeiro de 2016
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