Em entrevista coletiva, o ministro-chefe da Casa
Civil da Presidência da República recorreu a antigo e mais do que surrado expediente
petista para tentar defender o governo e o PT, simplesmente pondo culpa à
oposição pelas desequilibras, insensatas, fracassadas e desastradas políticas
que causaram verdadeiro caos à administração do país.
Na entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, ele
até ameaçou fazer mea culpa, quando
comentava os bons resultados da competentíssima Operação Lava-Jato, que
teve a felicidade de levantar o mar de podridão envolto na maior petrolífera
brasileira e de levar para a prisão grandes figurões da vida pública e do mundo
empresarial, com destaque para os petistas o ex-ministro da Casa Civil da
Presidência da República, mensaleiro e ex-presidente da legenda e o
ex-tesoureiro do Partido, mas, imediatamente, após refletir, no bom estilo
petista, para cair na “real”, deixou de assumir qualquer culpa pelos milhares
de erros cometidos pelo governo e PT.
O ministro-chefe afirmou que o partido usou "ferramentas antigas", "reproduzindo metodologias", sem
especificar quais exatamente elas teriam sido, mas deixa, nas entrelinhas, que
a reprodução de metodologia não teria sido de boa cepa, tanto que o resultado das
peripécias protagonizadas pelo governo e partido já é do conhecimento dos
brasileiros, porque as consequências são as piores possíveis para os interesses
nacionais, à luz, entre tantas precariedades, do rombo nas contas públicas e da
terrível recessão econômica, que estão contribuindo fortemente para infernizar
a situação da população.
Mais uma vez, depois de nova reflexão, o petista afirmou
que o partido era uma espécie de réu primário no assunto e sentenciou, comparando:
"Quem nunca comeu melado, quando
come, se lambuza".
Ao comentar a crise econômica, em especial o
desempenho do Produto Interno Bruto, que tem se mantido negativo, e da inflação
acima dos 10%, o petista retomou a “elegância” e a prepotência do antigo
discurso petista/governista, ao reconhecer que "as medidas contracíclicas tomadas produziram um problema fiscal que ela
(a presidente do país) se impôs
consertar". Mas, prontamente e de forma bastante estranha, emendou,
afirmando que "O erro para mim é
muito mais da oposição, que fez uma agenda do 'impeachment tapetão’”.
Em conclusão, o petista disse que o país também não
vai crescer neste ano e garante que o governo vai enterrar o impeachment,
afirmando que "Não tenho dúvida de
que a gente vai a 250, 255 votos, para barrar a abertura do processo de
impedimento na Câmara, o governo vai precisar de 171 votos".
No caso do lambuzar do PT, nada impede que o
partido se suja com a podridão depois que assumiu o poder, mas ele não tinha direito
de comprometer seriamente os interesses dos brasileiros, que, ao final de tudo,
são os reais prejudicados nessa situação de descontrole administrativo e de
desgoverno da nação, porque não foi em absoluto por falta de alerta que a
presidente conseguiu conduzir o país para esse estado deplorável e
completamente desolador, graças à má gestão das políticas públicas, notadamente
no que diz respeito às precariedades da condução da economia, porque todos seus
indicadores tiveram resultados absurdamente negativos e deficitários, em
dissonância com os princípios da competência e da eficiência.
O ministro não tem a mínima condição de negar que
não seja petista, porque as suas evidentes contradições são mais do que suficientes
para assegurar a sua verdadeira origem. Dificilmente o petista consegue ser
coerente do começo ao fim das suas argumentações, porque, no caso das graves
crises, elas realmente existem, mas garante que não é culpa do governo ou do
seu partido, como se estes fossem manipulados e tivessem sido seduzidos por
seres estranhos.
Por
seu turno, essa deprimente ideia de se acusar a oposição pelo debacle do país
significa que alguém se encontra cego e também com a cabeça completamente oca,
por não querer enxergar que a oposição é tão inexistente e omissa como o
governo, que, se tivesse, pelo menos, 5% da irretocável agressividade do PT de
seus bons tempos de oposição, já teria derrubado o governo mil vezes mil,
tamanha é a insignificância da atual oposição caduca e até cúmplice com a
baderna e a incompetência imperantes na administração do país.
Os
brasileiros precisam, com urgência, tomar atitude em defesa do Brasil, não
permitindo que o embuste prevaleça nas atividades políticas, como artifício
para a continuidade da dominação absoluta da classe política e do poder, com o emprego
de fins que justificam os meios, em dissonância com os princípios da ética,
moralidade e dignidade, em prejuízo dos interesses nacionais e dos princípios
da legalidade, moralidade e dignidade. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 06 de janeiro de 2016
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