quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

A prevalência do embuste


Em entrevista coletiva, o ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República recorreu a antigo e mais do que surrado expediente petista para tentar defender o governo e o PT, simplesmente pondo culpa à oposição pelas desequilibras, insensatas, fracassadas e desastradas políticas que causaram verdadeiro caos à administração do país.
Na entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, ele até ameaçou fazer mea culpa, quando comentava os bons resultados da competentíssima Operação Lava-Jato, que teve a felicidade de levantar o mar de podridão envolto na maior petrolífera brasileira e de levar para a prisão grandes figurões da vida pública e do mundo empresarial, com destaque para os petistas o ex-ministro da Casa Civil da Presidência da República, mensaleiro e ex-presidente da legenda e o ex-tesoureiro do Partido, mas, imediatamente, após refletir, no bom estilo petista, para cair na “real”, deixou de assumir qualquer culpa pelos milhares de erros cometidos pelo governo e PT.
O ministro-chefe afirmou que o partido usou "ferramentas antigas", "reproduzindo metodologias", sem especificar quais exatamente elas teriam sido, mas deixa, nas entrelinhas, que a reprodução de metodologia não teria sido de boa cepa, tanto que o resultado das peripécias protagonizadas pelo governo e partido já é do conhecimento dos brasileiros, porque as consequências são as piores possíveis para os interesses nacionais, à luz, entre tantas precariedades, do rombo nas contas públicas e da terrível recessão econômica, que estão contribuindo fortemente para infernizar a situação da população.
Mais uma vez, depois de nova reflexão, o petista afirmou que o partido era uma espécie de réu primário no assunto e sentenciou, comparando: "Quem nunca comeu melado, quando come, se lambuza". 
Ao comentar a crise econômica, em especial o desempenho do Produto Interno Bruto, que tem se mantido negativo, e da inflação acima dos 10%, o petista retomou a “elegância” e a prepotência do antigo discurso petista/governista, ao reconhecer que "as medidas contracíclicas tomadas produziram um problema fiscal que ela (a presidente do país) se impôs consertar". Mas, prontamente e de forma bastante estranha, emendou, afirmando que "O erro para mim é muito mais da oposição, que fez uma agenda do 'impeachment tapetão’”.
Em conclusão, o petista disse que o país também não vai crescer neste ano e garante que o governo vai enterrar o impeachment, afirmando que "Não tenho dúvida de que a gente vai a 250, 255 votos, para barrar a abertura do processo de impedimento na Câmara, o governo vai precisar de 171 votos".
No caso do lambuzar do PT, nada impede que o partido se suja com a podridão depois que assumiu o poder, mas ele não tinha direito de comprometer seriamente os interesses dos brasileiros, que, ao final de tudo, são os reais prejudicados nessa situação de descontrole administrativo e de desgoverno da nação, porque não foi em absoluto por falta de alerta que a presidente conseguiu conduzir o país para esse estado deplorável e completamente desolador, graças à má gestão das políticas públicas, notadamente no que diz respeito às precariedades da condução da economia, porque todos seus indicadores tiveram resultados absurdamente negativos e deficitários, em dissonância com os princípios da competência e da eficiência.
O ministro não tem a mínima condição de negar que não seja petista, porque as suas evidentes contradições são mais do que suficientes para assegurar a sua verdadeira origem. Dificilmente o petista consegue ser coerente do começo ao fim das suas argumentações, porque, no caso das graves crises, elas realmente existem, mas garante que não é culpa do governo ou do seu partido, como se estes fossem manipulados e tivessem sido seduzidos por seres estranhos.
Por seu turno, essa deprimente ideia de se acusar a oposição pelo debacle do país significa que alguém se encontra cego e também com a cabeça completamente oca, por não querer enxergar que a oposição é tão inexistente e omissa como o governo, que, se tivesse, pelo menos, 5% da irretocável agressividade do PT de seus bons tempos de oposição, já teria derrubado o governo mil vezes mil, tamanha é a insignificância da atual oposição caduca e até cúmplice com a baderna e a incompetência imperantes na administração do país.
Os brasileiros precisam, com urgência, tomar atitude em defesa do Brasil, não permitindo que o embuste prevaleça nas atividades políticas, como artifício para a continuidade da dominação absoluta da classe política e do poder, com o emprego de fins que justificam os meios, em dissonância com os princípios da ética, moralidade e dignidade, em prejuízo dos interesses nacionais e dos princípios da legalidade, moralidade e dignidade. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 06 de janeiro de 2016

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