O Fundo Monetário Internacional (FMI) concluiu que
a inflação na Venezuela, em 2016, deverá chegar à casa dos 720%, superando mais
que o dobro da sua estimativa para o índice do ano passado.
Segundo o diretor do FMI para o Hemisfério
Ocidental, a principal causa para a forte elevação dos preços deverá ser a
acentuada crise econômica e o profundo desabastecimento no país governado sob o
idealismo bolivariano.
A situação periclitante da Venezuela é muito bem
retratada com os consumidores sendo submetidos à vexatória e humilhante situação
de enormes filas, nas portas de supermercados em Caracas, em busca de alimentos
básicos e gêneros de primeira necessidade, que não têm sido suficientes para
atender à população, que vem passando sufoco com o desabastecimento do país,
que tem pouca produção para satisfazer à demanda altamente reprimida, em face
do rigoroso controle dos preços por parte do governo.
Na avaliação do FMI, a dramática situação econômica
do país, agravada pela queda brusca do preço do petróleo, que é o principal
produto de exportação venezuelano, fará que o Produto Interno Bruto do país
sofra acentuada queda de 8% este ano, cuja previsão de retração é menor que a
prevista para 2015, período para qual o FMI estimava crescimento negativo de
10%. Diante desse terrível quadro, a Venezuela experimenta, em dois anos, redução
de 18% no total de suas riquezas.
Consta do relatório do FMI que as distorções nas
políticas econômica e fiscal venezuelanas já estavam provocando prejuízos à
economia antes mesmo da queda do preço do petróleo, embora esse fato tenha sido
apontado pelo governo como uma das causas da crise, o que não corresponde
exatamente à realidade dos acontecimentos.
Segundo o FMI, "A falta de moeda estrangeira teve como efeito a escassez de bens
intermediários e desabastecimento generalizado de bens essenciais, incluindo
alimentos, que tiveram as consequências trágicas.".
Embora os resultados finais da economia do ano
passado ainda não tenham sido divulgados pelo governo venezuelano, o Banco
Central local avalia que a variação do índice de preços ao consumidor, em 12
meses, teria chegado, entre janeiro e dezembro, aos números aproximados de 200%,
enquanto o FMI prevê que a cifra no mesmo período situe em torno de 275%, bem acima
das previsões da administração venezuelana, que sempre distorce a realidade dos
fatos, na tentativa de enganar ainda mais a classe fanatizada pela
incompetência administrativa.
A situação econômico-financeira da Venezuela é
bastante preocupante, diante do quadro crônico representado pelo alarmante
desabastecimento de gênero de primeira necessidade, inclusive de medicamentos,
que tem contribuído para fragilizar as estruturas econômicas do país, firmadas
na frágil alternativa da ineficiência do controle desesperado dos preços, que
somente piora o quadro dramático imposto à população, submetida, de forma
coercitiva, à situação de horrores, completamente à mercê da absoluta
incompetência administrativa do governo, que controla tudo com mãos de ferro e
ainda entende que esse é o único caminho a ser seguido, sob a cartilha
completamente dissociada dos parâmetros de sensatez e eficiência que devem ser
seguidos em momentos de dificuldades econômicas.
Para piorar o que já é ruim, o governo tirânico
bolivariano houve por bem aprovar medidas de emergência econômica prevendo,
entre tantas alternativas absurdas e insensatas, a mudança de destinação de
recursos estatais e, pasmem, a expropriação de empresas, com a tentativa de
garantir o abastecimento do país, em clara demonstração de intervenção próprio
do regime de exceção no sistema econômico, cuja finalidade certamente terá o
condão de, ao contrário do resultado pretendido, intensificar a grave crise que
já é socialmente tensa e insuportável.
O quadro em referência é visivelmente de extrema
preocupação, por resultar em crise de cunho visivelmente humanitário, diante do
envolvimento da população em terrível situação de escassez quase generalizada, provocada
exclusivamente pelo governo ditatorial, que defende, de forma intransigente, a
ideologia socialista do século XXI, tendo por base o centralismo do Estado
sobre as atividades produtivas e capitalistas, com reflexos altamente
prejudiciais à sociedade.
Embora possa parecer paradoxal, a dramática e
trágica situação da Venezuela tem muitíssimo a contribuir para a reflexão dos
brasileiros, diante da indiscutível simpatia do governo e do principal partido
tupiniquins ao abominável regime venezuelano, à vista do incondicional apoio
prestado por eles àquele governo, visivelmente de exceção, em especial por ignorar
direitos humanos e princípios democráticos, conforme evidenciam os fatos do
cotidiano, em cristalino desrespeito aos salutares princípios humanitários. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 26 de janeiro de 2016
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