segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

O fanatismo por conveniência


Com a finalidade de administrar os maiores índices de inflação do mundo, o presidente da Venezuela, no alto da sua “sapiência” gerencial, sacou da cartola mais um de seus velhos, famosos e maquiavélicos truques, ao nomear seu novo ministro da Economia um jovem e inexperiente sociólogo da linha dura chavista, que teve a infelicidade de dizer "não acreditar que inflação exista no mundo real", diante de quadro mais que desesperador e traumático, por ele ter a incumbência de liderar as políticas econômicas envoltas em inflação acima de 200% ao ano.
Por ocasião da posse do novo chefe da Economia, o presidente venezuelano ressaltou que "Enfrentamos uma nova emergência econômica e nos próximos dias apresentarei um plano de resgate". O ministro da Economia tem 39 anos e é professor de Economia Política na Universidade Bolivariana da Venezuela, mas nunca tinha ocupado cargo executivo.
O mencionado ministro pensa tal qual seu poderoso chefe, por também acreditar que empresários e opositores lançaram "guerra econômica" contra o chavismo, tendo como reflexo a terrível atual crise, ou seja, a degradação da economia e de resto da administração do país tem como culpados fatores externos ao governo, que não admite, igualmente como acontece no país tupiniquim, qualquer erro por parte da gestão incipiente, despreparada e prejudicial aos interesses do país.
O novo ministro da economia venezuelano já disse, em passado recente, ser a favor de diversas medidas controversas do governo de seu país, entre as quais o temível controle de preços.
Aquele país convive com inflação mais que galopante - a maior da América Latina e quiçá do mundo -, que é acompanhada de gigantesca crise produtiva, escassez de produtos de primeira necessidade, câmbio fora do controle e mercado produtivo golpeado por medidas de restrição e regulamentação, impostas em atendimento aos princípios ideológicos do bolivarianismo, em que pese o enorme sacrifício da sociedade, que acaba de demonstrar repúdio ao regime tirânico, com a eleição de nova Assembleia Nacional, cujo resultado das urnas contabilizou expressiva e avassaladora maioria para a oposição, mesmo assim, a ditadura se acha todo-poderosa, como se fosse a melhor e mais perfeita democracia do mundo.
Não importa a localidade do mundo, a paixão do fanatismo é característica das pessoas que ficam absolutamente cegas que somente conseguem enxergar pelo pensamento de seus gurus, exatamente na forma por eles concebida, numa espécie de simbiose que faz com que os fatos não sejam vistos como eles realmente são, mas sim como eles foram concebidos como inspiração que precisa atender satisfatoriamente à vontade da tirania.
Nenhuma situação poderia ser mais bem invocada para demonstrar tão bem esse fenômeno que acontece no sistema bolivariano, em que um professor de economia, em ato de extrema subserviência, declara que “inflação não existe”, quando esse câncer existe na potencialização máxima na Venezuela, que já é considerada, por especialistas, a maior do mundo, estando batendo os 200% a.a., que já foi capaz de arrasar a economia daquela nação, em que pese os fanatizados ainda fazerem questão de agradar a tirania, com absurda e insensata afirmação, para a glória do regime, de "não acreditar que inflação exista no mundo real", em completa contradição com a cruel realidade econômica do país, que passa por dramática e periclitante situação, com a destruição dos princípios econômicos.  
É impressionante como o bolivarianismo aliena as pessoas, que veem os fatos sob a visão do presidente totalmente desorientado, que ainda consegue que alguém se converta à sua cartilha absolutamente fora da realidade, cujos seguidores fazem questão de ignorar que a crise econômica é justamente afetada pela inflação galopante, não permitindo que eles atentem para a degradante situação do povo, que passa por extremas dificuldades de toda ordem.
Os brasileiros precisam se espelhar nas deprimentes e insanas práticas administrativas do retrógrado e obsoleto regime bolivariano, como forma de se precaver e de evitar que o país tupiniquim se enverede por situação tão lastimável e ultrajante para a civilização, que deveria apenas se beneficiar dos bons fluidos da modernidade e dos avanços científicos e tecnológicos, que não condizem com governanças decadentes e ultrapassadas. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 11 de janeiro de 2016

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